Pequena Errata – Bernardo Küster e o Modernismo de Olavo de Carvalho

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Fernando Schlithler

BERNARDO KÜSTER E O MODERNISMO DE OLAVO DE CARVALHO

PEQUENA ERRATA

É sabido que, diante de evidências e argumentações inequívocas que desmascaram os erros de Olavo de Carvalho e de seus alunos, tanto o próprio Olavo quanto muitos de seus admiradores costumam reagir de modo irracional, voltando seu foco para coisas marginais e sem muita importância (como erros de digitação num texto, pequenas imprecisões sem importância como pequenas confusões de nomes – erros por eles e por qualquer ser humano também frequentemente cometidos, diga-se) de modo a usar isso de maneira desonesta e com má fé, como se tais errinhos marginais desqualificassem toda argumentação contra eles (isso sem contar os insultos gratuitos com palavras imorais, sempre justificados com belos “pretextos”). Quem não tem argumentos diante de verdades incômodas, muitas vezes desvia sua atenção para elementos marginais de modo a atribuir a eles uma importância ou peso (conforme a balança viciada de uma consciência moral sufocada) muito maior do que realmente tem, de modo a fugir do dever “incômodo” de reconhecer a verdade por mais que essa o contrarie e revele sua precariedade.

Por essa razão, fazemos aqui uma pequena errata a respeito de nossa última palestra publicada no canal Flos Carmeli do Youtube.

A primeira, se refere à numeração do Denzinger referente ao trecho citado por nós do Motu Proprio Praestantia Scripturae. Usamos como fonte a tradução publicada pelo site Montfort. Infelizmente (um pequeno deslize sem muita importância) nessa tradução,  a numeração do trecho aparece como 2214, quando na verdade é 2114. Trata-se de um pequeno erro de digitação apenas, uma vez que a numeração do parágrafo anterior está correta (2113).

Eis aqui o slide de nossa vídeo aula em questão, com o erro de numeração:

Aqui, tal como está na versão traduzida pelo site Montfort (http://www.montfort.org.br/bra/documentos/decretos/praestantia_scripturae/) :

Evidentemente, esse erro de digitação não prova a inexistência do documento nem qualquer tipo de fraude a seu respeito. Não é preciso muito esforço para constatar isso.

Eis aqui a referência original no Denzinger, de sua 30ª Edição (1954):

Eis a mesma passagem no site da Congregação para o Clero (congregação da Cúria Romana, portanto, oficial da Igreja Católica, o que somente comprova mais ainda nossa fundamentação): http://www.clerus.org/bibliaclerusonline/es/fgf.htm

Eis a mesma passagem do Motu Proprio Praestantia Scripturae no site oficial do Vaticano (em italiano) http://w2.vatican.va/content/pius-x/it/motu_proprio/documents/hf_p-x_motu-proprio_19071118_praestantia-scripturae.html :

Aliás, a versão brasileira atual do Denzinger é, justamente, a tradução da versão mais atual (2005). Além de usar outra numeração, a nova versão suprimiu essa passagem do Motu Proprio Praestantia Scripturae, (DENZINGER-HÜNERMANN, Compêndio dos símbolos e definições e declarações de fé e moral. Traduzido, com base da 40a edição alemã (2005) aos cuidados de Peter Hünermann, por José Marino Luz e Johan Konings. São Paulo: Paulinas/Loyola, 2006,  p. 753, disponível em: https://apostoladonovosmares.files.wordpress.com/2016/05/compc3aandio-dos-sc3admbolos-definic3a7c3b5es-e-declarac3a7c3b5es-de-fc3a9-e-moral.pdf ) Muito curioso:

Realmente é muito curioso que a nova versão do Denzinger tenha suprimido um parágrafo tão importante e grave de um documento igualmente importante e grave. É fato conhecido também que as edições posteriores do Denzinger suprimiram outros documentos “incômodos” (mas que nem por isso deixaram de ser válidos – muito pelo contrário – uma vez que fazem parte do magistério da Igreja) como  trechos da Encíclica Quanta Cura de Pio IX em que a liberdade religiosa é condenada (embora a Mirari Vos de Gregório XVI – referenciada por Pio IX e que condena esses erros – continue lá). Alguns até acreditam que as edições do Denzinger posteriores à de 1954 foram compiladas de modo enviesado. Muita gente gosta de fugir do reconhecimento de verdades incômodas quando essas os incriminam: uma pena. Mas, essa não deve ser a atitude dos católicos. Essa diferença entre as versões – conhecida por muitos – é infelizmente desconhecida por aqueles que tentam nos imputar um erro, confusão ou até mesmo fraude de referência bibliográfica.

No entanto, essas mesmas pessoas não se atentam ao fato de que, mesmo na versão atual do Denzinger estão presentes tanto o decreto Lamentabili (Ibid. p. 737) quanto a encíclica Pascendi Dominici Gregis (Ibid., p. 744) – justamente os documentos referenciados pelo Motu Proprio Praestantia Scripturae, onde se encontram as condenações à heresia modernista, e por nós utilizados como base para argumentação de nossa palestra. Logo, as condenações ao modernismo continuam sim, no Denzinger. E são as condenações de muitas e muitas teses defendidas por Olavo de Carvalho – como mostramos em nossa palestra em em artigo já anteriormente publicado, “O modernismo de Olavo de Carvalho” – e por muitos outros conservadores e “progressistas”. E mesmo se não continuassem no Denzinger, isso não quer dizer que não seriam mais válidas, uma vez que ele é apenas um compêndio do magistério da Igreja, e não o magistério em si mesmo.

Evidentemente, um pequeno erro desses de digitação e uma pequena imprecisão quanto a uma referência “desatualizada” de edição do Denzinger (que não desautoriza de modo algum a edição por nós usada) não desmente a existência do documento em questão, nem de sua autoridade, de sua gravidade e, portanto, nem de nossa argumentação. Mesmo o fato do Denzinger em sua versão atual não mencionar o parágrafo em questão, não quer dizer de modo algum que ele não exista, ou que ele tenha perdido sua validade, uma vez que continua um documento do magistério infalível da Igreja (enquanto que o Denzinger – novamente – é apenas um compêndio seletivo). Alegar que o erro de digitação referente a versão do site Montfort, bem como a não explicitação de que nos valíamos da 30ª edição de 1954 seriam “uma grande confusão” por nós cometida e que desqualificaria toda nossa argumentação seria um ato irracional de enorme desonestidade e má fé. Demonstraria um desespero em procurar salvar as aparências das suas referências intelectuais “conservadoras” por meio de argumentos falsos e forçados, para se protegerem do desconforto psicológico do reconhecimento de suas crenças falsas e dos erros dessas mesmas referências. Uma pena. É uma pena haver pessoas que, tendo (aparentemente) se convertido, ainda se recusam a reconhecer, querer e amar a Verdade ainda que essa as contrarie e as obrigue a uma mudança inicialmente desconfortável em suas vidas (mas a longo prazo enormemente recompensadora e potencializadora). A arrogância dessas pessoas em repudiar o magistério da Igreja quando esse as contraria, se desviando da verdade tal qual uma bexiga semi-murcha ao ser apertada, parece muitas vezes não ter limites.

A segunda pequena errata: aos 25 minutos do vídeo, cometemos a pequena desatenção e, ao invés de mencionarmos “condenação à maçonaria”, dissemos “condenação ao comunismo”, no que se referia à condenação feita pelo Papa Leão XIII na Encíclica Humanus Genus. No entanto, fica bem claro logo após o trecho em questão de que estávamos tratando da condenação à maçonaria, de modo que a alegação de que essa pequena confusão desqualificaria toda nossa argumentação seria também um ato de enorme desespero em defesa de uma falsa crença direitista. Infelizmente esses atos desesperados e irracionais de defesa e justificação dos erros dessas referências direitistas e conservadoras em geral tem sido cada vez mais comuns e é praticamente uma das características dominantes de seus seguidores. Trata-se de uma vulnerabilidade intelectual e psicológica decorrente dessa falta de formação religiosa sólida em nossos tempos, decorrente por sua vez do modernismo. Trata-se praticamente de uma necessidade de proteger-se psicologicamente daquilo que contradiz os tabus dessa “tribo”, ameaçando dissolver suas falsas convicções coletivistas, provocando um desconforto e até uma crise que os obrigaria a uma revisão e retificação delas. Claro que isso traz consequências (muito provavelmente indisposição com o círculo de amigos que partilham das convicções falsas, a humildade em reconhecer o equívoco, etc). Mas, diante da Cruz de Cristo e do Céu – nosso fim último – essas consequências são menos que migalhas.

Uma terceira pequena errata: no trecho a partir de 1h16min40s de nossa palestra, em nosso slide, aparece “Ora, as idéias de Olavo já eram conhecidas e condenadas explicitamente antes mesmo dele nascer por Pio IX e São Pio X. Logo, não é e nem pode ser ele a fonte dessas ideias”. Ora, o uso da fusão entre a preposição “de” mais o sujeito do infinitivo “ele” não é gramaticalmente correta (embora alguns autores já a considerem fato consumado, tendo em vista que esse uso já é consagrado na fala). Por essa razão, a forma mais correta gramaticalmente seria “de ele nascer”, e não “dele nascer”. Fica então a errata. Cabe também notar que não é em nenhum documento do magistério da Igreja (nem portanto no Denzinger) onde encontramos a “condenação” a esse tipo de erro (gramatical) – erro muito menos grave do que os erros contra a fé católica, diga-se.

Que Nossa Senhora ilumine essas almas afundadas (muitas e muitas vezes por ingenuidade e até boa vontade misturada com falta de formação religiosa sólida) nesses erros que prejudicam gravemente a sua fé e nos proteja, esmagando a cabeça da serpente, e, assim, nos livre da lingua bífida inteira (com as duas pontas: uma de esquerda e outra de direita), e não somente de uma de suas pontas!

Salve Maria!

Fernando Schlithler

Doce Coração de Maria, sede a nossa salvação.

16 de fevereiro de 2019.

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