1003- Relógio Rolex ou Revolução?

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Orlando Fedeli

Relógio Rolex ou Revolução?

 

  • Localização: Recife – PE

Olá, Marcelo
Bom, nos tempos atuais a palavra “terrorismo” nem precisa de conceito. Basta lermos jornais ou assistirmos TV. Há terroristas no mundo inteiro. A coisa virou moda e o irônico é que os mocinhos agora sao os que se dizem democratas e católicos fervorosos.
Em nome da democracia que, no meu tempo, significava “governo do povo para o povo”, Bush invadiu uma nação, mesmo com um “não” das Naçoes Unidas. Isso é democracia?
Em sua resposta à carta da jovem Roberta você disse: “socialismo real, responsável por mais de 100 milhões de mortos. Nada perde ele, portanto, diante do nefasto nazismo”. Ok, caro Marcelo, 100 milhoes de mortos!! E os 250 milhoes de indios mortos aqui mesmo na nossa preciosa América?? Você se lembra deles? Sabe quem provocou esse holocausto que foi o maior da história da humanidade? Foram os colonialistas, meu amigo, apoiados, por nada menos, que a sua igreja católica.
Vamos falar de Che. Do homem que tinha asma crônica e que morreu lutando. Sabe o relogio rolex que encontraram com ele? Poxa, eu o teria vendido e desistido da revolução. Mas Che não fugiu da luta. Che morreu magro, fraco, lutando por seus ideiais. Há falhas no socialismo? Acredito que há falhas nas mãos de quem se apodera de uma ideologia pra fazer o mal. E nesse caso, meu querido Marcelo, qualquer que seja a forma de poder vai agredir a raça humana.
Che tinha um slogan de três palavras: estudo, trabalho e fusil. Che disse frases que se eternizaram , praticou boas açoes que entraram pra história. Se ele cometeu crimes contra a humanidade, com certeza já foi julgado e punido. Mas quer saber? Che não tinha medo de lutar. Che usava a arma da palavra e a arma de fogo. Ele nao era hipocrita como tua igreja que matou e queimou milhoes. Sem falar na democracia que você parece defender e que anda espalhando o terror pelo mundo inteiro. E o pior , o que mais me envotrganha nessa forma de poder, é que seus líderes mandam jovens soldados cometerem tantos assassinatos enquanto eles, os lideres, ficam descansando em seus ranchos milionários. Será que Bush arriscaria lutar pela tal democracia usando as próprias mãos? Che o fez.
Você fala de um tal de “paredon” que Che ajudou a construir. E que talvez ele tenha matado 300, 400. É isso? Bom, a história é feita de números, certo? Conte quantos ainda morrerão na Guerra de Bush pela democracia. Ou será pelo petróleo?
Bom, quando a coisa fica preta, Bush adora, não é? Viva o terrorismo, Bush. Viva o capitalismo, Marcelo.
Viva Che! Viva Che! E ele vive. Ao ser capiturado pelo inimigo, Guevara gritou: “Valho mais vivo do que morto”. Que nada, Che! Descanse em paz.
Na guerra fria, diziam que os comunistas não acreditavam em Deus. Agora chamam Che de terrorista. Como são ignorantes os opressores.

———————–

Muito prezada, e muito mais contraditória, Professor,
salve Maria !

Antes de tudo, permita-me, professora, dar-lhe uma garantia, senão de rolex, pelo menos de oração.
Não posso lhe prometer que terei êxito, se promover uma vaquinha para lhe comprar o rolex a que a senhora se refere. Mas tenha absoluta certeza de que rezarei a Santa Rita, padroeira dos casos desesperados, para que Deus, em sua infinita misericórdia, lhe permita ter um rolex, o quanto antes, para bem certíssimo de seus alunos.

Passo agora a responder a seus preciosos “argumentos”

A senhora me revela que o serviço de estatística indígena devia ser bem avançado entre os canibais ameríndios.
Quando foi feito o recenseamento dos índios da América?
Quem deu esse chute de 250 milhões de índios mortos pelos colonizadores?
Em que gibi cultural a senhora aprendeu isso?
Esse serviço calculou também o número dos índios que foram comidos antes da chegada dos colonizadores?

Minha cara professora, é fácil chutar números. Principalmente quando se é movido pelo ódio à Igreja e por slogans.
Se não fossem os colonizadores, se não fosse a Igreja Católica, a senhora não estaria aqui, hoje. Nem seria professora, e nem saberia rabiscar, juntando letras. Porque escrever e ler, a senhora ainda não aprendeu.
E muito menos aprendeu a pensar.
Que pena tenho da senhora!
E que pena ainda maior tenho de seus alunos!

A senhora me diz que Chê morreu magro, com asma, e lutando.
Coitadinho!… Sofria de asma!
Em geral, quando se morre, minha cara professora, se morre magro e de alguma doença. E ela pode ser até asma. Morre-se então dando uma última tossida, e não um último suspiro.
E Chê não foi o primeiro homem a ter asma, ou a morrer lutando.
O problema é que ele lutava para implantar o crime, que é o socialismo. E isso não traz glória nenhuma.
E se ele tinha um relógio rolex, quando ele morreu, isso não tem importância nenhuma. Na última hora, ninguém olha que horas são.
Não dá tempo.
É Deus quem sabe a nossa hora, e quem nos julga, nessa hora derradeira. Sem rolex. Deus a quem Chê combatia, para instaurar o ateísmo.

A senhora, comparando-se com Chê, nos diz:

“Sabe o relógio rolex que encontraram com ele [Chê]? “Poxa, eu o teria vendido e desistido da revolução”.

Acredito piamente em sua palavra!
Palavra de professora!
“Idealista”…
Por um rolex a senhora desistiria de fazer a revolução!
Disso se conclui que Chê Guevara julgava valer mais que um rolex, e que a senhora pensa que seus princípios valem menos do que um relógio.
É a senhora que, juntando letras, coloca isso por escrito, e assina em baixo!!!
Essa é a confissão de que a senhora dá bem pouco valor ao que julga pensar.

Vou lhe repetir o pensamento, porque, para manipulados em sacristia, é preciso repetir os raciocínios mais transparentes.

Como a senhora confessa que venderia seu rolex, — se o tivesse, e desistiria de fazer a sua revolução –, a senhora mesmo afirma que seus princípios valem menos do que um rolex. Desse modo, a senhora confessa que seus princípios valem bem pouco. E que a sua revolução não vale nada.

A senhora, no fundo, é uma capitalista, que busca só o lucro e vantagem material.
Se eu tivesse dinheiro, começaria a pensar em lhe dar de presente um rolex…
Isso faria um bem enorme a seus pobres alunos.
Quem sabe, por amor a Deus e por amor a eles, eu faça mesmo a tal vaquinha…
Tomara que dê certo!

Professora, pouco acima eu havia dito que a senhora não sabe pensar.
Está aí uma prova disso.

Quer outra prova?

A senhora se apresentou como sendo católica.
Acredito bem que a senhora freqüente igrejas e sacristias… Só uma católica modernista poderia manifestar tanto ódio contra a Igreja.
A senhora deve ler o ex frei Boff ou o semi-frei Betto.
Contraditoriamente a senhora se diz católica, e nos diz também: “a sua igreja católica”.
E ainda :

“Ele — [ o Chê] –nao era hipocrita como tua igreja que matou e queimou milhoes”.

“Sua” ou “tua”, professora?
Ou nossa?
Afinal, a senhora se disse católica em sua apresentação, e depois nos diz que a Igreja católica é a nossa Igreja e não a sua?
Bem tinha razão eu ao dizer-lhe que a senhora não sabe pensar.

Para que não reste dúvida sobre sua capacidade de pensar, “dialeticamente”– (O ” dialeticamente” é um eufemismo.) — dou-lhe mais uma prova tirada de sua preciosa missiva.
A senhora nos escreveu:

“Ao ser capiturado (Sic!) pelo inimigo, Guevara gritou: “Valho mais vivo do que morto”.

Que grito!
Realmente uma frase que se eternizará!
Que constatação eterna!
O óbvio é realmente muito impressionante, quando é encontrado por iludidos!
Se o terrorista e criminoso Chê Guevara percebeu, na hora em que ia morrer, que ele valia mais vivo do que morto, ele compreendeu uma verdade profunda: que é melhor ficar vivo do que ser morto!
Que colosso!
Até um rato percebe isso, instintivamente!
Mas que capacidade revelou o Chê, percebendo o óbvio!
Isso é digno de ser admirado em círculos de estudos profundamente intelectuais, realizados em sacristias modernistas…
“Eternamente”.

E a senhora acaba desejando a Chê um “Descanse em paz”, tirado evidentemente da Missa de mortos: “Requiescat in pace”.
Amen!

Ora, minha cara e muito contraditória Professora, Chê não acreditava que houvesse uma outra vida, depois da morte, na qual se poderia descansar em paz, no céu.
Ele era ateu.
E como disse Deus: “Não há paz para os ímpios”, Chê, se morreu sem se arrepender, não terá paz na outra vida.
Terá a morte eterna. Terá o fogo eterno que Deus preparou para o demônio e seus asseclas. Fogo em que não se crê mais nas sacristias modernistas.
Mas que continua a existir e a queimar, cara professora.
E lá não há rolex para marcar o tempo, porque o inferno é eterno.
Lá, os comunistas que morrem impenitentes, gritam eternamente: “Eu valia mais quando estava vivo do que agora eternamente morto”.

Deus dê paz para senhora, professora, e, quem sabe, também o tão apreciado e desejado rolex, caso eu não consiga fazer a supra citada vaquinha. Rezarei para isso.
Garanto-lhe!

Mas, se eu não conseguir fazer a vaquinha, e Deus, mesmo assim, lhe der um rolex, venda-o logo para comprar alguns livros sérios, para substituir tanta informação falsa que lhe meteram na cabeça, em alguma sacristia do Recife.
E, dando-lhe paz, ainda nesta vida, professora, que Deus lhe conceda também a possibilidade de ler coisas sérias, de pensar melhor, e de não escrever tantas… tantas… tantas coisas erradas.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli

PS. Se Deus lhe conceder o rolex, quando a senhora o vender, escreva-me, para lhe passar uma boa bibliografia, a fim de a senhora aprender a pensar e a conhecer História. Não slogans. OF.

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