Orlando Fedeli
A Leitura dos Artigos de Apologética Levou-me a Reconsiderar Minha Posição Sobre a Igreja Católica
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- Idade: 49
- Localizaçao: – Brasil
- Profissão: Perito Criminal e Professor
- Religião: Protestante
Professor Orlando,
Desejo-lhe a paz de Cristo! Enviei uma mensagem há poucos dias que pode ser resumida como se segue: sou protestante e ex-católico, casado há 24 anos com família (esposa e duas filhas) católicas.
Encontrei a página da Montfort levado por uma dúvida muito grande sobre Maria (ainda não dirimida totalmente).
A leitura dosartigos de apologética levou-me a reconsiderar minha posição sobre a igreja católica e a assistir missas regularmente com a família;
o que tem nos feito muito bem. Relatei que voltar para o catolicismo é algo que não falo ainda por não ser fácil rever posicionamentos religiosos sem refletir bastante.Os tópicos que apresento a seguir resultaram de leitura, principalmente no site da Montfort, e muita reflexão.
Sei perfeitamente que vou causar consternação naqueles que são protestantes como eu, mas trata-se de uma questão de coerência.Desde que a deixei, ainda moço, tenho recebido informações predominantemente negativas a respeito da igreja católica. O curioso é que jamais procurei saber o que os católicos tinham a dizer.
Encontrei, como disse, muita informação sobre o catolicismo na página da Associação Cultural Montfort.
Fiquei surpreso ao tomar conhecimento das frases atribuídas a Lutero e procurei informações junto ao pastor da igreja que alegou nada saber sobre as Conversas à Mesa .
Pretendo ler para conhecer melhor o assunto. Infelizmente, os senhores têm razão quanto ao espírito fragmentário e instável das igrejas protestantes.
Eu mesmo testemunhei divisão de igrejas por desentendimentos pessoais, diferenças doutrinárias e questões administrativas.Os argumentos bíblicos que li sobre as imagens, os textos em que o próprio Deus mandou fazê-las e até falar no meio delas, a proibição relativa e a absoluta soaram bastante convincentes para mim. Na verdade, já não são muitas as minhas dificuldades nesse particular.
Desejo saber mais a respeito da Eucaristia para não emitir opinião sobre algo que não conheço. É claro que não recebo comunhão quando vou à missa com minha família por respeito à fé católica.
Maria merece nossa lembrança e reconhecimento. Não vou negar que acho um pouco estranho pedir dela a intercessão, espero que o senhor não se ofenda com a minha franqueza neste aspecto. Interessante é que em nossos cultos é cantado com freqüência um cântico que exalta sobremaneira Barnabé, personagem que aparece no livro de Atos e também em Gálatas, como o senhor sabe. A finalidade e mostrar-nos o exemplo de fé e piedade do bom homem que certamente foi Barnabé. Assim, é pertinente perguntar: não estaríamos assim a nos espelharmos na figura de Barnabé, exatamente como os católicos fazem em relação a Maria? .
Aqui, insisto a diferença está que não chegamos a pedir a intercessão dele!
Nas esporádicas visitas que fiz a cultos pentecostais, via com desconfiança o chamado falar em línguas , aquela confusão de sons e a gritaria histérica do pastor dirigente e da congregação. Perguntava a mim mesmo o porquê daquilo, qual a finalidade prática. Alguns vociferavam em algo que me lembrava o árabe, outros produziam sons estranhos e difíceis de definir. Presenciei manifestações semelhantes do falar em línguas em algumas reuniões da Renovação Carismática Católica que fui com minha esposa. Concordo com o senhor que é preciso ter cuidado com essas inovações.
Agrada-me o culto solene a Deus, respeitoso e contemplativo. Não me identifico com som alto, tambores e músicas que incitam à dança dentro da igreja. Tenho recordações muito singelas da minha primeira comunhão e da minha saudosa mãe que nos levava às chamadas Missas do Galo nos anos 60.
Professor, escrevo para saber se posso contar com o senhor e a Montfort para esclarecimentos e orientação. O motivo é que são muitas informações acumuladas ao longo dos anos que são extremamente desabonadoras em relação ao catolicismo. Pergunto se posso me sentir à vontade de expor questões para as quais não encontrei resposta nos artigos já publicados no site, mas sem ter receio de ofendê-los!
Muito obrigado. E.
Ps: parece-me que o site tem uma política de privacidade.
Apesar disso, peço a gentileza de, caso seja de interesse publicar minha mensagem, revelar apenas meu primeiro nome porque já dei o endereço do site a outra pessoa da igreja que freqüento. Mais uma vez, muito grato.
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*O professor Orlando Fedeli foi presidente da Associação Cultural Montfort de 1983 a 2010.