46- A Leitura dos Artigos de Apologética Levou-me a Reconsiderar Minha Posição Sobre a Igreja Católica

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Orlando Fedeli

A Leitura dos Artigos de Apologética Levou-me a Reconsiderar Minha Posição Sobre a Igreja Católica

 

    • Idade: 49
    • Localizaçao: – Brasil
    • Profissão: Perito Criminal e Professor
  • Religião: Protestante

 

Professor Orlando,

Desejo-lhe a paz de Cristo! Enviei uma mensagem há poucos dias que pode ser resumida como se segue: sou protestante e ex-católico, casado há 24 anos com família (esposa e duas filhas) católicas.

Encontrei a página da Montfort levado por uma dúvida muito grande sobre Maria (ainda não dirimida totalmente).

A leitura dosartigos de apologética levou-me a reconsiderar minha posição sobre a igreja católica e a assistir missas regularmente com a família;

o que tem nos feito muito bem. Relatei que voltar para o catolicismo é algo que não falo ainda por não ser fácil rever posicionamentos religiosos sem refletir bastante.Os tópicos que apresento a seguir resultaram de leitura, principalmente no site da Montfort, e muita reflexão.

Sei perfeitamente que vou causar consternação naqueles que são protestantes como eu, mas trata-se de uma questão de coerência.Desde que a deixei, ainda moço, tenho recebido informações predominantemente negativas a respeito da igreja católica. O curioso é que jamais procurei saber o que os católicos tinham a dizer.

Encontrei, como disse, muita informação sobre o catolicismo na página da Associação Cultural Montfort.

Fiquei surpreso ao tomar conhecimento das frases atribuídas a Lutero e procurei informações junto ao pastor da igreja que alegou nada saber sobre as  Conversas à Mesa  .

Pretendo ler para conhecer melhor o assunto. Infelizmente, os senhores têm razão quanto ao espírito fragmentário e instável das igrejas protestantes.

Eu mesmo testemunhei divisão de igrejas por desentendimentos pessoais, diferenças doutrinárias e questões administrativas.Os argumentos bíblicos que li sobre as imagens, os textos em que o próprio Deus mandou fazê-las e até falar no meio delas, a proibição relativa e a absoluta soaram bastante convincentes para mim. Na verdade, já não são muitas as minhas dificuldades nesse particular.

Desejo saber mais a respeito da Eucaristia para não emitir opinião sobre algo que não conheço. É claro que não recebo comunhão quando vou à missa com minha família por respeito à fé católica.

Maria merece nossa lembrança e reconhecimento. Não vou negar que acho um pouco estranho pedir dela a intercessão, espero que o senhor não se ofenda com a minha franqueza neste aspecto. Interessante é que em nossos cultos é cantado com freqüência um cântico que exalta sobremaneira Barnabé, personagem que aparece no livro de Atos e também em Gálatas, como o senhor sabe. A finalidade e mostrar-nos o exemplo de fé e piedade do bom homem que certamente foi Barnabé. Assim, é pertinente perguntar:  não estaríamos assim a nos espelharmos na figura de Barnabé, exatamente como os católicos fazem em relação a Maria? .

Aqui, insisto   a diferença está que  não chegamos a pedir a intercessão dele!

Nas esporádicas visitas que fiz a cultos pentecostais, via com desconfiança o chamado  falar em línguas , aquela confusão de sons e a gritaria histérica do pastor dirigente e da congregação. Perguntava a mim mesmo o porquê daquilo, qual a finalidade prática. Alguns vociferavam em algo que me lembrava o árabe, outros produziam sons estranhos e difíceis de definir. Presenciei manifestações semelhantes do  falar em línguas  em algumas reuniões da Renovação Carismática Católica que fui com minha esposa. Concordo com o senhor que é preciso ter cuidado com essas inovações.

Agrada-me o culto solene a Deus, respeitoso e contemplativo. Não me identifico com som alto, tambores e músicas que incitam à dança dentro da igreja. Tenho recordações muito singelas da minha primeira comunhão e da minha saudosa mãe que nos levava às chamadas  Missas do Galo  nos anos 60.

Professor, escrevo para saber se posso contar com o senhor e a Montfort para esclarecimentos e orientação. O motivo é que são muitas informações acumuladas ao longo dos anos que são extremamente desabonadoras em relação ao catolicismo. Pergunto se posso me sentir à vontade de expor questões para as quais não encontrei resposta nos artigos já publicados no site, mas sem ter receio de ofendê-los!

Muito obrigado. E.

Ps: parece-me que o site tem uma política de privacidade.

Apesar disso, peço a gentileza de, caso seja de interesse publicar minha mensagem, revelar apenas meu primeiro nome porque já dei o endereço do site a outra pessoa da igreja que freqüento. Mais uma vez, muito grato.

———-

 

Muito prezado E.
salve Maria !
    Deus seja louvado ! Que execelente notícias você me dá ! Que Deus continui a dar-lhe todas as graças, para que sua conversão se torne perfeita e completa.
    Esteja à vontade para me escrever, quando quiser. Estarei sempre à sua disposição para ajudá- lo no que eu possa.
Nem preciso dizer-lhe que rezarei por você, e que o incluirei em todas as orações da Montfort*.
    Escreva-me, sem receio, perguntando-me sobre o que não entende, suas dúvidas e incompreensões sobre a Eucaristia e sobre Nossa Senhora. Não há motivo de me ofender com suas perguntas e dúvidas, porque é natural haver dúvidas.
    Sobre a intercessão dos santos, peço-lhe que veja os inúmeros textos da Sagrada Escritura que falam de intercessão. Veja, por exemplo, o que diz o Livro de Jó(XLII, 8):
    “Tomai, pois, sete touros e sete carneiros, ide ao meu servo Jó e oferecei um holocausto por vós; e o meu servo Jó orará por vós; admitirei propício a sua intercessão para que não se vos impute essa estultícia”.
    Nesse texto se fala explicitamente de intercessão de um homem por outro, mas há inúmeros textos onde a intercessão é evidente. Enumero-lhe alguns, para a sua consideração; Ex. XXXII, 11;   Gn. XIX,21;   Gn. XVIII, 26-32; Gn. XX , 7;    Gn XXVI, 24;   Gn XLIV, 32;    Num. XI, 1-3;  Ex XVII 11;    Ex. XXXII, 30-32;.
    No Novo Testamento, veja o caso da intercessão de Nossa Senhora nas Bodas de Caná, quando Cristo a atendeu, embora não fosse ainda a sua hora.
    E Nosso Senhor disse aos apóstolos: “Quem vos ouve a Mim ouve”.
    São Paulo pede que os fiéis rezem e intercedam por ele. (Rom. XV, 3; II Tes. III, 1; Heb XIII, 18).
    Lembre-se, meu caro E., que Cristo quis vir ao mundo por meio de Maria. Ela conteve toda a graça. Ela conteve o infinito em seu seio finito.
    Como toda graça que recebemos é uma graça de Cristo, assim toda graça de Cristo nos veio por Maria.
    Deus é infinitamente sábio, e se Ele escolheu vir ao mundo por meio de Maria, foi para nos ensinar que Maria é o caminho mais curto, mais perfeito, e mais sábio para irmos a Cristo, que, como Redentor, é O caminho para Deus. Como os reis magos devemos encontrar o Menino Jesus com sua Mãe.
    O demônio venceu o homem ao tentar a mulher. Cristo quis vencer o demônio por meio da Mulher. Por isso, assim como Pilatos O apontou como O Homem, assim Ele a apontou como a Mulher, quer nas Bodas de Caná, quer no Calvário, quando Ele no-la deixou por Mãe.
    Repito-lhe com alegria: sinta-se à vontade para perguntar o que quiser. Sua confiança só pode me agradar. E vejo em suas perguntas sua mão extendida, pedindo-me que o ajude a subir até o alto do Calvário, para lá encontrar Jesus com Maria.
    Estendo-lhe eu também, com alegria, a minha mão para ajudá-lo, e, fazendo isso, só cumpro com meu dever para com Nosso Senhor, pois se você tem fome da verdade, devo dar-lhe o que tenho, para que Jesus, um dia, me diga: “Eu tive fome e me deste de comer”, quando deste o pão da verdade a meu filho E., que quero ter como eu irmão.
In Corde Jesu et Mariae, semper,
Orlando Fedeli

*O professor Orlando Fedeli foi presidente da Associação Cultural Montfort de 1983 a 2010.

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