1171- De Mutuca a Pitbull

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Orlando Fedeli

De Mutuca a Pitbull

 

  • Localização: Belo horizonte – MG

Professor O. Fedelli,

Li vários comentários SEUS afirmando que os Anglicanos eram: hereges, cismáticos, indevidos quanto às ordens de ministração sacramentais (inválidas em SUAS afirmações), que não são sacerdotes; e outras afirmações graves contra a estrutura eclesial da anglicana. A qual o senhor nega ser igreja.
Agora o Santo Padre abre as portas da Igreja Católica para os clérigos anglicanos se tornarem sacerdotes católicos, mesmo sendo eles casados; e outras admissibilidades publicadas pela Santa Sé.
Ora, conclui-se pois, que SUAS SENTENÇAS são contrariadas pelo Santo Padre. Contestadas, diria, ainda que o Santo Padre sequer o conheça; nem conheça seus iracundos surtos de preposto das ideias pontifícias.
Há de convir o ex-discípulo, de fidelidade “pitbullniana”, do Prof. Plínio; acólito e/ou concelebrante das liturgias tefepistas; locupretado pelas benesses do Prof Plínio, membro do “groupuscule” da TFP, adorador do retrato de Dª Lucyla e irremediável invejoso da organização e nobiliarquia pontíficia dos Arautos do Evangelho, Canção Nova, – e do sucesso sacerdotal de Padre Zézinho, Marcelo Rossi, Fábio de Mello e outros ( este sim, Igreja genuína, porquanto popular como a quis Jesus), que o Papa o desmentiu clamorosamente !!! SUA VOZ PREVALECE SOBRE A DO SANTO PADRE ?
Responda-me, e aos outros que o senhor vêm enganando com seus falsos moralismos e ortodoxia, quem MENTE, o senhor – Doutor da Igreja decadente – ou o Santo Padre !
Cala-te Prof. Fedelli, a Igreja em que o senhor crê morreu !
Mas, por consentânea dignidade devida à dignidade e ao direito de expressão das pessoas, digne-se em responder às minhas exposições.
Seja modesto em sua facúndia e sóbrio em seus costumeiros ataques aos seus contestadores.
Responda-nos !

Viva Cristo ! Senhor! Viva Maria, bem aventurada!

———————

Muito prezado Professor, salve Maria.

Prezado colega, pois ambos somos “animais de mesmo pelo” (Paul Claudel, Jeanne au bûcher): ambos somos professores.

Como o senhor está brabo!

E eu é que seria um pitbull?

Quem o mordeu, para o senhor ter tanta raiva?

Se o imitasse, diria que o senhor parece tão brabo como um bulldog. Como, note bem.

Como o ódio o cegou tanto, a ponto de me lançar tantas inverdades, e de me fazer acusações tão absurdas?

Lembre-se, professor, que somos pó, e que ao pó retornaremos.

Tanto mais o senhor, que é terra.

Por que levanta o senhor tanta poeira?

Será que é para cegar os leitores?

Pois fique sabendo, professor, que suas acusações são tão absurdas que só comprovam sua “rabbia” e sua cegueira. Raiva e cegueira.

Raiva que cega. Cegueira que enraivece.

E saiba que sua carta está me divertindo muito.

Só um ódio tão grande causa tantos e tão falsos raivosos latidos, o que me redunda em honra diante de Deus e dos homens.

O senhor me pergunta se a verdade é minha ou do Papa.

Claro que o Papa é, na terra – mas não para qualquer terra—fonte de verdade. Por isso a Montfort* só quer repetir, ter e defender a verdade ensinada pelo Papa.

Todo católico tem a verdade que lhe proporciona infalivelmente o Vigário de Cristo na terra. Portanto, minha verdade me vem do Credo da Roma eterna.

E a sua mentira, de onde vem?

De bem fundo, das profundezas da terra?

Por acaso ela não lhe viria do “cão”?

Vejamos o seu primeiro ataque, que me chegou com grande alarido – AU !AU! AU! AU! – o senhor me lança. Copio sua frase para não dizer que a inventei:

“Li vários comentários SEUS afirmando que os Anglicanos eram: hereges, cismáticos, indevidos quanto às ordens de ministração sacramentais (inválidas em SUAS afirmações), que não são sacerdotes; e outras afirmações graves contra a estrutura eclesial da anglicana. A qual o senhor nega ser igreja”.

Quem declarou os anglicanos hereges por negarem que o Papa é o Pastor supremo posto por Cristo na Igreja foi a Santa Sé.

Näo fui eu.

Isso foi no século XVI. E eu só nasci em 1933.

A Igreja excomungou os anglicanos como hereges e cismáticos, porque eles negaram que o Papa é o supremo pastor da Igreja de Cristo, e por se negarem a obedecê-lo como tal… Os anglicanos, desde Henrique VIII e sua filha Isabel, bastarda e adulterina, fizeram do Rei da Inglaterra o seu Papa.

Também não fui eu quem declarou que as ordenações sacerdotais anglicanas e sagração de seus Bispos foram inválidas, e que, por isso, nenhum deles é padre ou bispo. De jeito maneira. E, por isso mesmo, o anglicanismo não é uma Igreja. Eles não tem sucessão apostólica.

E, de novo, quem declarou isso não fui eu. Quem declarou isso foi Leão XIII.

E eu nasci bem depois. Se quiser lhe mando cópia reconhecida de minha certidão de nascimento. Não fui eu que disse que os pseudo sacerdotes e bispos anglicanos não são nem Bispos, nem padres.

Palavra que não fui eu que fiz esse decreto.

Aliás, eu nada decreto, e jamais decretei coisa nenhuma.

Só repeti o que decidiu a Santa Sé.

Cheguei atrasado nessa declaração, pois só nasci em 1933.

Garanto.

E o convido para meu próximo aniversário.

Prometo lhe oferecer uma… “zuppa” inglesa.

Ou o senhor prefere um osso?

Quem me considera pitbull, pode bem preferir osso a uma “zuppa” inglesa.

É tradição de Buldog.

Eu prefiro a “zuppa”.

Uma delícia.

Pois a “zuppa”, apesar de inglesa, não é anglicana.

E tanto os anglicanos não tem nem sacerdotes, e nem bispos, que todos os que agora, graças a Deus, retornarem à Igreja Católica, terão que ser ordenados e sagrados, estudando-se caso por caso.

E, mais uma vez, não fui eu quem decidiu isso.

Foi Bento XVI.

Garanto.

Palavra (o senhor ofensivamente diria que é latido) de pittbull.

E para falar comigo, o senhor me grita com letras garrafais:
“SUA VOZ PREVALECE SOBRE A DO SANTO PADRE ?”

Prevalece não e nunca.

Só repete.

E o senhor recorda que fui da TFP, pois me diz:

“Há de convir o ex-discípulo, de fidelidade “pitbullniana”, do Prof. Plínio; acólito e/ou concelebrante das liturgias tefepistas; locupretado pelas benesses do Prof Plínio, membro do “groupuscule” da TFP, adorador do retrato de Dª Lucyla e irremediável invejoso da organização e nobiliarquia pontíficia dos Arautos do Evangelho, Canção Nova, – e do sucesso sacerdotal de Padre Zézinho, Marcelo Rossi, Fábio de Mello”.

Quantas mentiras em 7 linhas.

Nunca fui acólito das “liturgias” tefepistas… Tudo o que o senhor sabe sobre a tfp foi o que eu denunciei. O que me valeu ser chamado pelos sectários de Dr. Plínio de “Mutuca”. Um mosquito de mordida dolorosa.

O senhor agora me promoveu de mutuca a pitbull, cuja mordida dói mais ainda.

Quem o mordeu, professor?

E o senhor me calunia dizendo-me “locupretado pelas benesses do Professor Plínio…”.

Meu caro Professor, nunca recebi benesses de ninguém a não ser a de ser apodado de “mutuca”.

Ou de “pitbull”.

Nunca adorei retrato de Dona Lucília. Denunciei o culto que os tefepistas prestavam a ela. Como denuncio o culto que os Arautos prestam a ela, a Dr. Plínio e a Scognamiglio, o atual Mosenhor João Clá, que nunca estudou nem Filosofia e nem Teologia, nem nunca fez um seminário, nem completou qualquer curso superior.

O Currículo universitário dele é bem curioso.

E vazio.

O senhor conhece a nova ladainha que os Arautos da Sempre Viva rezam para o atual Monsenhor Scoganamiglio?

Agora, agorinha mesmo, recebi a ladainha que os Arautos recitam para o Monsenhor João Clá…

É divertida pra valer…

Quer conhecê-la ?

É um tanto exótica e totalmente absurda.

Quer conhecê-la?…

Não. Não lhe conto.

O senhor vai ter que lê-la no site Montfort*, em breve.

Porque se percebe que o senhor é leitor assíduo do site Montofrt.

E o senhor me difama, dizendo-me invejoso da nobiliarquia dos Arautos.

Meu caro Professor, não sou nem pitbull, nem nobre. Seria ofensa menos absurda se me chamasse de pobre plebeu.

Graças a Deus sou pobre filho de operário.Nada tenho que ver com almanaques de nobreza. Meu nome não aparece no Ghota. E nem quero aparecer por lá. Se nem nos anais do bairro do Cambuci, onde nasci, meu nome aparece, imagine no Ghota!

Jamais ninguém do Cambuci entrará no Ghota. Graças a Deus!

E dizer que invejo padres Marcelo Rossi, Zezinhos, Joãozinhos e Fábios de Melo. Isso é demais.

Invejar o padre Fábio de Melo, eu que sou careca?

Meu pobre e muito imaginativo Professor, nunca usei botox e sou convicta e decididamente feio. Dos feios que recusam serem chamados de ”liiindo” pelo Padre Fábio de Melo. Prefiriria morrer do que ter o sucesso do Padre Fábio de Melo.

E quando o senhor me diz que Padre Fábio de Melo “este sim, Igreja genuína, porquanto popular como a quis Jesus”, o senhor começa a revelar a origem de seu ódio.

O senhor distingue duas igrejas, hoje: aquela que o senhor chama de ”genuina” e a de sempre.

O senhor é da Igreja do Genoíno.

O senhor é do PT. É da Igreja da Teologia da Libertação. Da Igreja marxistóide. Da Igreja bofenta. Da Igreja que defende a liberdade de religião. O senhor é da Nova Igreja nascida do Vaticano II.

Daí, o senhor me gritar educada, ecumênica e democraticamente:

“Cala-te”.

“Cala-te Prof. Fedelli, a Igreja em que o senhor crê morreu !”

Deixando de lado seu erro de gramática – também os cometo, professor, embora não tão rotundos, – não morreu, não. A Igreja Católica Apostólica Romana jamais perecerá. Foi Cristo que prometeu isso. Cristo cuja palavra não mente e permanece para sempre. Dizendo o contrário, o senhor blasfema contra Cristo, e diz uma heresia.

O senhor, dizendo que a Igreja de sempre morreu, o senhor nega a promessa de Cristo de que a Igreja que Nosso Senhor fundou jamais seria vencida pelas portas do inferno.
Por mais que o cão Cérbero –de três cabeças e de duas caras—fique latindo e uivando de ódio cego, em apoio a seu dono, — “al suo padrone”, o diabo. O “cão”, como dizem nossos fiéis caipiras, que nem o nome do diabo querem pronunciar.

O Cão Cérbero que Virgílio fez calar, jogando-lhe na boca um punhado de… terra.

E mais uma vez , não fui eu quem imaginou essa cena. Foi Dante. Está lá, no Inferno da Divina Commedia, Canto VI, versíulos 13 a 32.

São os versos que começam assim:

“Cerbero fiera crudele e diversa…”.

E já que estamos citando Dante, aproveito para lhe citar outra passagem do poema dantesco, passagem na qual Virgilio grita para Pluto—outro cão:
“Taci maladetto lupo:
consuma dentro te la tua rabbia”

(Cala-te maldito lobo – um canino—consome dentro de ti a tua raiva) (Dante ,Divina Commedia, Inferno, VII, 8-9).

Tudo passa, caro professor. Sua raiva, inútil e impotente, também passará. A Montfort* também passará.

E, caro Professor, o senhor deve conhecer o ditado que agora parodio: “os cães ladram, enquanto a Montfort*, passa”…

Nós dois, “animais de mesmo pelo”, também passaremos; ainda mais que ambos somos aposentados…

Só Deus não passa. Só a Igreja permanecerá sempre. Só a verdade católica não passará.

Verba mea manent in aeternum, disse-nos Jesus…

Que não passa.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli

 

*O professor Orlando Fedeli foi presidente da Associação cultural Montfort de 1983 a 2010.

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