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1546- Sofrimento de Cristo

Orlando Fedeli

Sofrimento de Cristo

 

  • Localização: São José dos Campos – SP, Brasil,

 

Caro prof. Orlando e demais amigos da Montfort*,
Salve Maria!

Primeiramente não poderia deixar de congratula-los pelo excelente trabalho que fazem na defesa da Fé, que Deus permita a graça de que muitas almas retornem ao Corpo de Cristo como fruto deste trabalho. Para não muito mais me prolongar trato de enunciar dúvidas que me nublam os pensamentos.
Em recente debate com amigos surgiu-me uma dúvida: o sofrimento pôde se abater sobre o homem a partir do pecado original, Cristo, porém não foi afetado pelo pecado original, como então Ele chorou com a morte de Lázaro e sofreu em sua paixão? O batismo do Rio Jordão serviu apenas para a instituição do Sacramento?
Uma outra dúvida que surgiu após escutar uma aula do filosófo americano Peter Kreeft diz respeito à relação que o sexo de uma determinada pessoa, seja homem ou mulher, ocasiona na distinção de sua alma. Sei que não existe a união matrimonial na vida eterna, mas a determinação do masculino e do feminino afeta em algum grau a vida no Céu?

Desde de já grato pela atenção,

Pax et Bonum!

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Muito prezado,
Salve Maria.

Deus lhe pague por suas bondosas palavras. Reze por nós da Montfort*.

Chorar é próprio da natureza humana. Cristo era homem e por isso era naturalmente capaz de chorar.

Há três tipos de lágrimas: amargas, doces e ardentes

As lágrimas amargas são as causadas pela dor dos pecados.
Lágrimas doces são as que se derramam por amor de Deus.
Lágrimas ardentes são as que se derramam por amor ao próximo, por pena de seus sofrimentos. Cristo não podia ter lágrimas amargas por causa de seus pecados já que Ele era Deus absolutamente santo e impecável. Mas derramar lágrimas doces e ardentes, essas Ele podia derramar.
São Tomás explica que Cristo foi batizado não para Se purificar do pecado original que nEle não existia, mas para dar a água o poder de lavar o pecado original. Cristo “batizou” a água. Deu a Ela o poder de ser o meio material para batizar os homens.

Nosso Senhor repreendeu os saduceus que argumentavam que no céu houvesse ainda relacionamento conjugal. Isso não mais haverá no céu. Mas, no céu, os homens continuarão masculinos e as mulheres femininas, sem porém haver reprodução nem necessidade de reprodução.

Aconselho-o a não ouvir aulas de certos filósofos.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli

*O professor Orlando Fedeli foi presidente da Associação cultural Montfort de 1983 a 2010.