Orlando Fedeli
Sobre Francisco Franco
- Localização: Governador Valadares – Brasil
Eu li a carta de Marco e sua resposta de Ud. Não estou em conformidade com um ou outro. No ano do Concílio, a Espanha estava isolada. O mundo teve outra maneira de fazer as coisas. Sem entrar em detalhes, posso dizer que não foi Franco e sim a Igreja que se abriu nos novos tempos. Para isso é preciso ler o livro de Ricardo de la Cierva: Las puertas del Infierno (2 volumes). Eu posso indicar a História da Espanha da época da mídia em meus artigos em Presbiteros.com.br. Mas hoje seria impossível uma cruzada contra o Islã como nos séculos 11 e 12.
Envio a carta que foi enviada à revista Veja e a resposta da misma. In medio virtus. Esse é meu lema
Carta ao Diretor: Desejaria que esta carta fosse entregue pelo articulista de FERRAMENTA DA FÉ das páginas 102-3 de sua revista.
Cara Denise Dweck :
No seu artigo há uma série de afirmações que não se ajustam à verdade;
1º) chama fascistas às forças insurgentes contra “aquela forma de república” do ano 36. Lutavam os rojos (vermelhos) [assim mesmo se denominavam como hoje o fez Zapatero (soy rojo)] pelas liberdades, ou por uma Espanha marxista revolucionária, cópia da Rússia de Stalin? Por que eles diziam Viva Rússia e não gritavam Viva Espanha como os do outro bando? Os verdadeiros republicanos [Marañón, Madariaga, Azorin, Ortega] denunciaram essa república como a república em que a liberdade, especialmente a religiosa, era uma caricatura . Sobre o fascismo dos nacionales [jamais nacionalistas, que eram os partidários do PNV], podemos ver que unicamente os falangistas eram partidários do fascismo italiano. Os militares não tinham uma ideologia única. Havia maçons entre eles, Aranda, Cabanillas. Monárquicos como Valera e republicanos….Mola, o Director, não era monárquico como não era Queipo de Llano, pois era parente do presidente da república, e sua afinidade com o chefe do Estado era bem conhecida. Somente os falangistas e os requetés [estes três meses antes do Alzamiento] , estes monárquicos mas não da rama de D Juan, estavam comprometidos com o que pretendia ser uma quartelada [golpe militar] que terminou em guerra civil.
2º) Pelo que respeita às vítimas da guerra: Hoje calcula-se que o total de mortos [retaguarda e frente] seja de 300 mil. Sobre os mortos pelos rojos, fuzilados na retaguarda, temos uma cifra semelhante ao dos mortos pelos brancos, juntando a estes os da repressão após a guerra. Cálculos aproximados falam de 50 mil sentenças de morte na repressão franquista [após a guerra], das quais só a metade foi efetiva. Ou seja 25 mil. Se se comparam com as cifras da Argentina, em que não houve guerra civil, são bastante similares, embora a população desta última seja menor; São os números dos mortos pela justiça de Castro após sua vitória em Cuba, com uma população 4 vezes menor do que a espanhola. Os números da guerra de Finlândia [três meses e não três anos] são maiores numa população relativamente menor. E não digamos dos números dos mortos durante a repressão estalinista: 5 milhões. As repressões na Francia e na Itália após a guerra, seguro que dão cifras maiores. Não sei, pois, de onde a autora tira isso da tenebrosa ditadura.
3º) Sobre a perseguição religiosa, posso afirmar que ela já tinha matado religiosos no ano 34 muito antes da guerra civil, num levantamento em Astúrias, onde se queria conseguir a revolução proletária com o aniquilamento da Igreja: 34 vidas foram truncadas entre elas 6 irmãos de S Juan de Dios que cuidavam de um nosocômio e eram colombianos(!). Um outro tinha só 16 anos. Entre estes mártires, agora beatificados, temos 2 mexicanos, dois franceses e um cubano. Em beatificações anteriores houve algumas escolápias argentinas. Minha senhora, estes últimos dados indicam que a causa da perseguição era a mesma que, durante a ditadura de Stalin, suprimiu 200 mil popes russos: O ateísmo religioso. 3o) Guernica: Não foram só os alemães, houve creio que cinco aviões italianos implicados no ataque. O número de mortos não chegou a 200 e talvez menos. Se em Tóquio, no bombardeio de 9/3/45 morreram 100 mil e de modo propositado, marcando num círculo e com uma cruz o lugar, que foi Guernica em comparação? Por algo os americanos lançaram pamfletos dizendo: Japão, é um país de deuses[Kami] mas arderá como papel [kami}, jogando com a mesma pronúncia mas com kanjis diferentes. Haverá de entrar em discussão também Dresde no final da guerra para não falar de Hiroshima e Nagasaki.
Escrevo esta carta pessoalmente para a senhora, para que não escreva algumas semi-verdades que a propaganda transforma em dogmas universais. Minha direção de e-mail é [email protected] . Atmente, fico servidor e admirador de você. (Ver Tokio bombardeo em Google). Goval MG
A RESPOSTA:
Prezado leitor (a),
O departamento de Atendimento ao Leitor de VEJA recebeu seu e-mail.
Sua mensagem eletrônica será encaminhada para a pessoa que melhor poderá atendê-lo. Se sua carta é destinada à publicação na seção dos leitores, queremos adiantar que por uma questão de espaço nem toda a correspondência que recebemos é publicada. Qualquer comentário que ela contenha será encaminhado aos nossos editores para que eles tomem conhecimento de suas críticas e observações. Se o objetivo de sua carta é outro, por favor, aguarde uma resposta posterior.
Agradecemos o interesse por VEJA e esperamos atendê-lo o mais rápido possível.
Atenciosamente,
por fim envio um trecho de uma revista espanhola ao começar a guerra civil:
La Traca aos seus leitores, com a pergunta: “O que vocês fariam com as pessoas de batina?” As respostas são variadas, mas há pérolas como “Dê-lhes uma boa surra com quinhentos paus ao nascer do sol todos os dias; de sangue; coloque-os nos cabos de luz elétrica, polvilhe-os com gasolina, coloque-os no fogo e depois faça chouriços com eles para alimentar os feras com as tripas dos padres.” Outro propõe “levá-los de avião e jogá-los no espaço, a cerca de vinte mil metros de distância, para que desçam lentamente”.
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Muito prezado senhor.
salve Maria!
De modo geral, concordo com o que o senhor diz sobre os conflitantes na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), especialmente contra o que fizeram os comunistas, anarquistas e socialistas.
Louvo que o senhor reconheça que, mesmo entre os militares sublevados contra os rojos, havia até maçons e republicanos. Um dos republicanos, inicialmente pelo menos, era Franco, que, ao entrar em Sevilha, fez questão de beijar a bandeira da República, e reclamou contra os que desejavam trocá-la por outra: a bandeira da Monarquia.
Franco procurou unir as duas Espanhas, por exemplo, no Valle de los caídos. Franco protegeu os falangistas, que eram fascistas. Franco fez um governo socializante. Franco educou o atual Rei e o formou num estilo conciliador.
O resultado do governo ditatorial de Franco, que durou décadas, não foi o ressurgimento da Espanha Católica.
A Espanha Católica, apesar de tudo, conseguiu se levantar em armas contra o comunismo, e deu à Igreja milhares de mártires, que honram e glorificam a alma da Espanha.
A Espanha atual — embora tenha eu esperança de que ela seja ainda, no fundo, a Espanha de sempre, e que Deus não abandonou e que Deus não a abandonará – se mostra débil diante dos ataques de um desgoverno anti católico como o de Zapatero. Quem desfibrou a Espanha nessas décadas posteriores ao Alzamiento?
Tomara que Deus faça ressurgir das cinzas atuais a Espanha ardente de Fé e de Amor, a Espanha gloriosa, capaz de dar todo o seu sangue para manter viva a Fé.
Um abraço de um admirador profundo da Espanha.
Viva a Espanha Católica!!!
In Corde Jesu,semper,
Orlando Fedeli