621- Tradicionalismo e Subjetivismo

Data

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no email
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no email
Compartilhar no whatsapp
image_pdfConverter em PDFimage_printPreparar para impressão

Orlando Fedeli

Tradicionalismo e Subjetivismo

 

  • Localização: Duque de Caxias – RJ, Brasil

 

Gostaria de saber o que significa “tradicionalismo” e “subjetivismo”.

Obrigada

—————————-

Prezada, salve Maria.

A palavra tradicionalismo abriga vários sentidos e várias correntes de pensamento.

Há um tradicionalismo legítimo: é aquele que procura defender as tradições do catolicismo, seguindo a recomendação de São Paulo: “Tenete traditiones” (Guardai as tradições) (II Thes. II, 14).

Entretanto, existe uma corrente herética gnóstica que afirma ter existido uma tradição primeva da qual teriam procedido todas as religiões. O Catolicismo seria apenas a corrente que teria guardado uma parte mais completa dessa tradição primeva.

Esse tradicionalismo é de origem cabalista (cabala significa tradição, e a cabala é a gnose judaica).

Desse tradicionalismo herético provieram o romantismo e os chamados tradicionalistas cristãos do século XVIII e XIX , filiados à maçonaria martinesista e martinista, dentre os quais o mais famoso foi Joseph de Maistre, que muito influenciou o tradicionalismo católico e romântico, nos séculos XIX e XX.

No Brasil, influenciados pelo tradicionalismo romântico, surgiram os movimentos da TFP e alguns dos lefebvristas (cismáticos por terem instituído um Tribunal pontifício), assim como os guénonianos do tipo do gnóstico Olavo de Carvalho, e seus discípulos astrólogos.

O Concílio Vaticano I, ao condenar o fideísmo irracionalista, visava atingir também os erros dos chamados tradicionalistas católicos como Bonnety, Donoso Cortes, De Bonald e Joseph de Maistre.

O subjetivismo é a doutrina fílosófica que afirma que a verdade é individual. Cada sujeito teria a sua verdade. A idéia do sujeito é que projetaria o objeto .

A doutrina católica do conhecimento da realidade é objetivista : é do objeto conhecido que a inteligência abstrai a idéia. Para o objetivismo, a verdade é a correspondência ou adequação entre a idéia do sujeito conhecedor e o objeto conhecido. A verdade , por isso, é objetiva e não pessoal, nem subjetiva.

O subjetivismo atribui a fonte da verdade ao sujeito. Essa doutrina, desgraçadamente, triunfou e se espalhou pelo mundo graças ao triunfo da Revolução Francesa, transformando o mundo num hospício, onde ninguém se entende. Pois, se cada um tem a sua própria verdade, fica impossível haver entendimento. Tal qual na torre de Babel. Tal qual num hospício.

E o mais paradoxal é que neste mundo em que cada um teria uma idéia pessoal e diferente da realidade — impossibilitando a compreensão mútua — é que mais se fala em “diálogo”. Diálogo de loucos.

Não é à tôa que no mundo haja, atualmente, tanta confusão, e que ninguém se compreenda.

Espero que me tenha entendido.

In Corde Jesu, semper, Orlando Fedeli

image_pdfConverter em PDFimage_printPreparar para impressão