671- CNBB e Desarmamento

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Orlando Fedeli

CNBB e Desarmamento

 

  • Localização: Monte Santo de Minas – MG

 

Olá pessoal da Montfort*, paz e bem!

Dessa vez ao invés de pergunta eu gostaria de fazer uma pequena observação a respeito da postura da associação e, especialmente, a respeito da postura do prof. Orlando para com a CNBB.
O fato é que há poucos dias atrás li a resposta do professor a uma carta enviada por um leitor na qual o professor afirmava que a CNBB não é a Igreja e que discorre de forma errada sobre a questão do desarmamento. Eu concordo que a maioria dos bispos da alta cúpula da CNBB tem lá suas inclinações à Teologia da Libertação (mas são fiéis ao papa) e, assim como o professor Orlando, sou contra a proposta de desarmamento e voto pelo NÃO. Mas não é porque me parece bem votar contra o desarmamento que posso negar a autoridade da CNBB como instância máxima da Igreja no Brasil, e não é porque acredito no direito de auto-defesa que vou negar a atitude evangélica dos que são a favor do SIM. O Evangelho é bem claro, professor. “Dar a outra face”, “Aquele que tentar salvar a sua vida, perdê-la-á”, lembra? Sou totalmente conciente de que se for desarmado o “cidadão de bem”(como dizem) o número de invasões nas residências vai aumentar pois os bandidos não terão mais o que temer. Mas também sou conciente de que muitos crimes hoje são praticados por “cidadãos de bem” com armas legais em momentos de descontrole e raiva. Então é uma questão de priorizar ou a liberdade e a propriedade privada de cada um(votando NAO) ou a vida(votando SIM), o que é um tanto relativo. A Igreja deve ser pela vida, portanto a Igreja seria pelo SIM e, sendo assim, não tenha dúvida, professor, de que Roma assumiria posição idêntica à da CNBB nesse caso. Portanto, por favor não façam da opnião de vocês a opnião da Igreja e respeitem os bispos dessa Igreja que todos nós formamos e defendemos.

Abraços

—————————–

Muito prezado,
salve Maria!

Fico bem contente que você vote NÃO no próximo referendo com o qual o PT, isto é, o comunista José Dirceu quer desarmar o Brasil, para mais facilmente escravizá-lo, montando a República Socialista de Latino América.
Enquanto o PT pretende desarmar os cidadãos honestos, Lula, e os Bispos da Pastoral da Terra incentivam as invasões de fazendas. E o PT “fecha os olhos” para o armamento do MST.
Em sua carta, porém, você comete alguns erros.
E o primeiro erro está na seguinte frase:

“Mas não é porque me parece bem votar contra o desarmamento que posso negar a autoridade da CNBB como instância máxima da Igreja no Brasil”.

A CNBB nâo é “a instância máxima da Igreja no Brasil”. As Conferências de Bispos não tem base teológica. Cristo fez a Igreja apenas com Papa, Bispos e Sacerdotes. Cristo não mandou organizar Conferências Nacionais de Bispos.
Sobre esse problema, repito-lhe o que escreveu o Cardeal Ratzinger:

“As Conferências Episcopais não possuem uma base teológica, não fazem parte da estrutura indispensável da Igreja, assim como querida por Cristo: têm somente uma função prática, concreta” Cardeal Joseph Ratzinger, — hoje Papa Bento XVI, — A Fé em Crise, E.P.U. , São Paulo, 1985, p. 40 – negritos nossos).

Essas Conferências nasceram de uma mentalidade modernista e igualitária, que pretendia diminuir o poder do Papa, assim como a liberdade e autonomia dos Bispos.
Nenhum Bispo tem que se submenter à CNBB. Cada Bispo depende só do Papa, e não da sua Conferência episcopal.

Outro erro grave em que você cai é usar mal a frase de Cristo no Evangelho, quando Nosso Senhor nos diz para “oferecer a outra face”. Cristo com essa frase não pregou o pacifismo.
Quando Jesus foi esbofeteado no julgamento de Anás, Ele não ofereceu a outra face, mas protestou dizendo:

“Se errei, mostra-me onde. Se não, porque me bates?”

Só se deve dar a outra face quando se vê claramente que se perdoarmos uma ofensa, o ofensor se arrependerá. Caso contrário, dar a outra face é pecado, pois impede auto defesa.
A legítima defesa é um dever.
Pergunto-lhe: se alguém lhe rouba a carteira, você corre atrás do ladrão para lhe oferecer o resto do dinheiro que você tinha no bolso, fora da carteira?
Sua aplicação da palavra de Cristo de dar a outra face é absurda e até ridícula.

O terceiro erro seu é dizer que a Igreja deveria recomendar votar SIM, porque ela deve ser pela vida.
Para defender a vida a Igreja só pode recomendar votar NÃO no referendo de Domingo próximo, pois é isto que ensina a doutrina católica: o direito de auto defesa.
Claro que a Igreja deve ser pela defesa da vida. E por isso mesmo, ela só pode recomendar votar NÃO no próximo referendo.
Que nos disse Jesus? Cristo recomendou não ter armas?
Pelo contrário. Veja o que disse Nosso Senhor:

“Agora, quem não tem uma espada venda o manto e compre uma” (Luc.XXII, 36).

Portanto, Jesus recomendou que nos armássemos.

Não vá você me dizer que a CNBB está acima da palavra clarísisma de Nosso Senhor.
E quer mais?
Veja esta outra palavra de Nosso Senhor:

“Como pode alguém entrar na casa de um homem valente e saquear os seus móveis, se antes não prender o valente?” (Mat. XII, 29).

A CNBB está apoiando que se deve desarmar o valente.

E isto facilitará o saque dos bens por parte dos bandidos. Aliás, foi noticiado que os bandidos do Rio de Janeiro se pronunciaram pelo voto do SIM no referendo. Vai ver que o crime organizado é pela defesa da vida…
A CNBB acabou ficando em má companhia na defesa do SIM, pois ela está com os comunistas do PT, com o crime organizado, e com os “artistas” tão preocupados com a obediência à moral católica

Aliás você mesmo concorda, neste ponto, comigo, contra a CNBB, pois que me diz:

“Sou totalmente conciente de que se for desarmado o “cidadão de bem”(como dizem) o número de invasões nas residências vai aumentar pois os bandidos não terão mais o que temer”.

Mas então, você deveria escrever à CNBB, porque parece que ela não está consciente dessa coisa evidente.

De toda a sua argumentação se vê como você é contraditório e como está mal orientado doutrinariamente. E quem tem culpa dessas contradições e dessa falta de conhecimento correto da Doutrina Católica é a CNBB que praticamente só se preocupa com temas políticos, econômicos e finaceiros, e faz isto segundo uma linha socialista condenada pela Igreja.
A CNBB — são muitos que o constatam — funciona como partido político auxiliar do PT.
Foi ela quem criou o mito Lula. E, como se concluiu numa recente reunião eclesiástica realizada em Belo Horizonte, pela criação dese mito, a CNBB devia pedir perdão ao Brasil.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli

 

*O professor Orlando Fedeli foi presidente da Associação cultural Montfort de 1983 a 2010.

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