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728- RCC: Origem e Princípios

Orlando Fedeli

RCC: Origem e Princípios

 

  • Localização: Brasil

 

Fiquei desapontadíssimo quando entrei nesse site e encontrei inúmeras acusações sobre a Renovação.

A Renovação é um movimento como outro qualquer.

Você disse que uma pessoa cometeu sacrilégio ao dizer que a “Igreja cometeu erros”. A Igreja não cometeu erros, concordo, porque ela é santa, mas não se pode negar que muitas pessoas que estão dentro desta Igreja cometeram erros sim, da mesma forma como muitos carismáticos podem errar, e nem por isso tornam a Renovação menos santa.

Sou participante ativo e tenho como exemplo em minha paróquia uma renovação que está intimamente ligada à Igreja, que faz formações constantemente sobre o Catecismo (posso citar como exemplo o grupo de jovens do qual participo), e não está de modo algum trabalhando “independente da igreja”.

Posso afirmar que você está atacando o movimento da RCC porque é um dos que mais cresce, e em tudo que é muito grande é mais fácil achar os defeitos.

Peço-lhe que não aponte os erros da “Renovação”, mas das pessoas que participam delas, que são pecadoras.

Mas não faça críticas infames sobre um movimento que está convertendo muitas pessoas e trazendo de volta para a Igreja.

Tente conhecer a Renovação mais a fundo. Li um depoimento de uma pessoa que CONHECEU UM GRUPO DE ORAÇÃO e generalizou a sua opnião sobre a RCC. Eu simplesmente considero inútil a colocação dessa pessoa, porque existem muitos outros grupos que fazem um lindo trabalho dentro da Igreja para que ela se refira desta forma a RCC.

Estou muito magoado pela forma de como uma pessoa, inserida na Igreja pode agir desta forma.

Espero um comentário, desde que não seja tão generalizado quanto aos outros que já li. E que seja ao menos eloquente.

 

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Prezado,
Salve Maria.
A RCC não é um movimento “como outro qualquer”, como você diz. Ela é um movimento que confessa ter-se originado no protestantismo, que foi condenado solenemente pela Igreja. Como pode uma árvore má produzir bom fruto?

Não são apenas os erros dos carismáticos que comprometem a RCC. São os seus princípios que a condenam.

Por exemplo. Na apostila “A ESPIRITUALIDADE DA RCC”, Apostila I, Escola Paulo Apóstolo, ano 98, documento oficial da RCC, logo na página 4 se diz:

“Entende a RCC que é preciso buscar um novo modelo de Igreja que não ofenda nem rompa a unidade eclesial mas que possibilite o seu existir como Igreja na autenticidade de sua identidade”.

Está confessado aí um princípio herético: há que buscar um novo modelo de Igreja. Confessa-se que se quer uma nova Igreja. Portanto, abandonando a Igreja como sempre foi. Por isso, a mesma revista da RCC ensina que o retiro da RCC é feito para “trazer uma nova unidade para a Igreja” (pág. 20, segunda coluna).

Na página 21 desse mesmo documento oficial da RCC se lê:

“Algumas pessoas têm uma noção individualista da salvação, e não há nenhuma salvação individualista revelada”.

Ora, essa tese contraria diametralmente o que Cristo nos disse no Evangelho:

“Se queres entrar na vida eterna, guarda os mandamentos” (Mt. XIX,17). Veja o que Jesus diz ao jovem rico : “Se tu queres etc”. Portanto a salvação é individual e não coletiva. E ainda Cristo pergunta: “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma?” (Luc. IX 25).

Logo, a RCC, em sua revista, nega o que o próprio Cristo ensinou: que a salvação é pessoal, individual.

E sobre o Batismo do Espírito Santo, a RCC ensina uma porção de teses erradas. Por exemplo, na página 35 da revista citada, pergunta a RCC:

“Será verdade que o Espírito Santo já é dado em plenitude no batismo sacramental, contendo nuclearmente todas as graças e todos os carismas que haverão de emergir um dia em nossa vida na experiência espiritual consciente de nossa vivência carismática?”

Essa pergunta põe em dúvida o valor sacramental do batismo e por isso é herética. Quem aceita isso, consciente e pertinazmente, deixa de ser católico.

Haveria muito mais a dizer citando essa revista herética. Só respinguei umas frases absurdas para provar-lhe que a RCC enquanto tal é que está errada. Com o tempo, farei um estudo pormenorizado, se Deus quiser, sobre os absurdos da RCC.

Acredito em sua boa intenção, como também em sua boa disposição de trabalhar na Igreja sob a direção das autoridades competentes.

Mas não é sua intenção, ou sua disposição, que estão sendo discutidas. É a doutrina da RCC, são suas práticas que estão erradas.

Se critiquei — e critico — a RCC, não é porque ela cresce. É porque tem erros. E vai ver que ela cresce tanto exatamente porque está errada, pois “largo é o caminho da perdição e quanto são numerosos os que o tomam”, disse Nosso Senhor.

Não creio — nem se pode crer — que um movimento que defende tais erros, como os que citei, possa converter realmente alguém. Normalmente, muitos que vão à RCC — não todos, é claro — freqüentam também outros movimentos pentecostais heréticos, ou vão à macumba e ao espiritismo, porque estão interessados em sensações, em emoções, e porque isso está “na onda” do momento. Buscam “experimentar Jesus”, coisa que foi condenada por São Pio X no Modernismo. Querem uma falsa experiência mística, e não seguir a Fé revelada por Cristo e ensinada pela Igreja.

Sua opinião pessoal, embora você enquanto pessoa mereça respeito, tem tanto valor quanto a de qualquer outro que condena a RCC por “opinião”. Não se trata de opinião. Trata-se de verificar se a RCC professa princípios que contrariam a Fé ou não. São os princípios que valem, e não palpites ou opiniões. E os princípios da RCC são condenáveis e condenados.

Esperando tê-lo atendido, me despeço atenciosamente,

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli