Orlando Fedeli
Católicos de Ontem e Hoje (RCC e Protestantismo) 3 de 10
- Localização: Rio de Janeiro – RJ
A RCC É MÁ PORQUE VEM DO PROTESTANTISMO
Pretensão de Restaurar a Verdadeira Face da Igreja
Novo Pentecostes através do Batismo do Espírito Santo
O CARISMATISMO SE OPÕE À IGREJA INSTITUCIONAL
Carismatismo, Igreja Espiritual e Ecumenismo
Doutrina ou Emoção (foto de carismáticos)
Carismatismo – Graça e Dons
RCC, CURAS E PECADOS
Um Milenarista Declarado: Padre Jonas Abib, da Canção Nova
Muito prezado, salve Maria !
Como lhe prometi, volto hoje a lhe escrever, fazendo uma análise sucinta dos erros mais graves da RCC.
Antes de tudo, porém, é preciso fazer uma distinção importante entre os teólogos modernistas que promovem a RCC e as pessoas que participam desse movimento.
Você mesmo, que faz parte da RCC, certamente desconhece o que pensam os seus dirigentes. O povinho é dirigido a certas práticas sem conhecer o por quê delas. É claro que a culpa maior é a desses dirigentes. Mas também, quem participa sem saber o que faz, tem culpa, na medida de seu conhecimento da doutrina católica, e de suas possibilidades de esclarecimento.. Em todo o caso, deixemos a questão da culpa e das responsabilidades para o julgamento de Deus, pois que só Ele conhece as consciências. Tratemos tão somente da ortodoxia ou da heterodoxia das doutrinas da RCC.
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A RCC É MÁ PORQUE VEM DO PROTESTANTISMO (início)
Em primeiro lugar, quero lhe colocar um argumento tirado das palavras de Nosso Senhor, no Evangelho.
Disse-nos Jesus Cristo, Verdade divina e infalível: “Assim toda árvore boa dá bons frutos, e toda árvore má dá maus frutos Não pode uma árvore boa dar maus frutos, nem a árvore má dar bons frutos” (Mt. VII, 17-18).
Ora, nos livros carismáticos, se lê que os teólogos desse movimento ou que apóiam esse movimento, admitem abertamente que a RCC tem origem no Pentecostalismo protestante.
Veja esta confissão: “Damos por suposta uma continuidade entre neo Pentecostalismo católico e Pentecostalismo protestante dos anos 1900, bem como entre este e o revivalismo americano do século XIX. Esta continuidade é verificável e declarada”. (Claude Gérest, A Hora dos Carismas, in R. Laurentin, E. Dussel L. Boros, C. Duquoc et Allii, Os Carismas, Revista Concilium 129, 1977/1979, editora Vozes, Petrópolis, p.16).
Então, é publicamente admitido e declarado que a RCC vem do Protestantismo.
Ora, como lhe lembrei acima, Nosso Senhor disse que a árvore má não pode dar bom fruto.
O protestantismo é árvore má, porque é heresia condenada pela Igreja no Concílio infalível de Trento.
Logo, o Pentecostalismo é mau fruto dessa árvore má.
Como podem, então, os católicos pretenderem colher bom fruto da árvore protestante? Como podem os católicos bem se alimentar de um fruto venenoso de uma árvore má?
A RCC é fruto de uma árvore má.
Logo, a RCC é má, e está errada.
Por isso, os católicos que comem do fruto pentecostal carismático protestante estão sendo envenenados de protestantismo.
E para que fique bem provado que isso é reconhecido pelos autores carismáticos dou-lhe outra citação de outro autor: “O novo Pentecostes, ou melhor, o despertar carismático, como fenômeno de massa, para a renovação da Igreja no clima de Pentecostes, nasceu nos Estados unidos, e fora da Igreja católica” (S. Falvo, A Hora do Espírito Santo, Paulinas, São Paulo, 1986, p. 25).
Pretensão de Restaurar a Verdadeira Face da Igreja (início)
A finalidade confessa e pretensiosa da RCC é a de restaurar a verdadeira face da Igreja, que Ela teria perdido: “ A Renovação Carismática como diz a própria palavra, é reviver a experiência de Pentecostes” (…) “É restituir à Igreja sua verdadeira face que é a carismática” (S. Falvo, A Hora do Espírito Santo, Paulinas , São Paulo, p. 105).
Portanto, a RCC crê que a Igreja Católica se corrompeu, perdendo a sua verdadeira face, o que implica em afirmar que Cristo mentiu quando prometeu que jamais abandonaria a Igreja, e que a assistiria todos os dias, não permitindo que jamais as portas do inferno prevalecessem sobre ela.
E essa acusação de que a Igreja se corrompeu, assim como a pretensão de salvar a Igreja, é típica de vários movimentos heréticos.
Novo Pentecostes através do Batismo do Espírito Santo (início)
O meio para efetuar essa restauração do verdadeiro cristianismo seria o que os carismáticos chamam de Batismo no Espírito Santo.
“A expressão ´Batismo no Espírito Santo` recebemo-la dos pentecostais fundamentalistas, que, não tendo uma teologia sacramental, dão a esta o significado de uma verdadeira e própria efusão do Espírito, posterior à regeneração [pelo Batismo] e diferente dela” (S. Falvo, A Hora do Espírito Santo, Paulinas , São Paulo, p. 134).
Então é confesso pelos autores carismáticos que o chamado “Batismo do Espírito Santo” é distinto do Sacramento do Batismo, e que é uma coisa herdada dos hereges protestantes.
Essa aceitação de um “Batismo no Espírito Santo”, quando se atribui a ele caráter sacramental, faz a RCC cair na condenação do Concílio de Trento contra os protestantes pentecostais: “Se alguém disser que os Sacramentos da Nova Lei ao foram instituídos por Jesus Cristo Nosso Senhor, ou que eles são mais ou menos que sete, a saber, Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Extrema Unção, Ordem e Matrimônio, ou também que algum desses não é verdadeira e propriamente sacramento, seja anátema” (Concílio de Trento, Cânones sobre os Sacramentos em Geral, Cânon 1. Denzinger, 844).
É verdade que alguns autores carismáticos têm o cuidado de negar que o chamado “Batismo no Espírito Santo”, seja, de fato, um novo sacramento. É o que constatamos em S. Falvo, por exemplo, que escreveu: “Não se trata de um novo sacramento, por isso é chamado “batismo” em sentido impróprio; é o despertar, a revivescência, e evidência dos efeitos do batismo e da crisma” (S. Falvo, A Hora do Espírito Santo, Paulinas, São Paulo, 1986, p. 135).
Também os textos da Escola Paulo Apóstolo manifestam essa ambigüidade. Assim numa página, diz-se clarissimamente: ”Não se trata de maneira alguma de um sacramento” (Escola Paulo Apóstolo, A Espiritualidade da RCC – Apostila I, Ano 98, p. 38).
Noutra página, porém, a formulação é mais vaga: “A fórmula `Batismo no Espírito Santo` tem conotações muito vaiadas nos diferentes movimentos pentecostais.
Para a Renovação Carismática Católica, ela é muito precisa e contém dupla significação. A primeira é propriamente teológica ou sacramental. Todo membro da Igreja foi batizado no Espírito Santo pelo fato de ter recebido os sacramentos da iniciação cristã. A segunda é de ordem vivencial e remete ao momento, ou momentos, nos quais a presença operante do Espírito tornou-se sensível na consciência pessoal”(Escola Paulo Apóstolo, A Espiritualidade da RCC – Apostila I, Ano 98, p. 33. O negrito é meu).
Ora, na página seguinte, se diz “Na Renovação Carismática Católica, “Batismo no Espírito Santo” tem pronunciados acentos batismais e sacramentais, que não se sobressaem na maioria dos demais movimentos pentecostais”(Escola Paulo Apóstolo, A Espiritualidade da RCC – Apostila I, Ano 98, p. 33. O negrito é meu).
Afinal o que vale?
Vale a negativa de que o Batismo no Espírito Santo seja propriamente um sacramento, — texto da página 33 dessa Apostila- e que ele não é “de maneira alguma um sacramento” (p.38), ou vale a afirmação rotunda da página 34 dessa mesma Apostila: “Na Renovação Carismática Católica, “Batismo no Espírito Santo” tem pronunciados acentos batismais e sacramentais” ?
Fica-se com a impressão de que a contradição é tipicamente modernista: afirma-se uma posição correta numa página, para não cair sob a condenação da Igreja, e, depois, se diz o contrário, na página seguinte, para ensinar o erro. Essa tática foi denunciada expressamente por São Pio X na Encíclica Pascendi, como sendo tática tipicamente Modernista, para confundir o leitor.
Nessa Apostila se nega expressamente que o Batismo no Espírito santo seja um sacramento nas páginas 4, 19 e 38. Na mesma Apostila se afirma o oposto nas páginas 11, 33 e 34.
Na página 11 se diz: “Será que o Batismo no Espírito Santo é apenas uma emergência daquilo que já estava latente e não uma nova efusão do Espírito?
A teologia católica não pode aceitar a explicação de que o poder do Espírito até então latente de repente se transformasse numa vivência pessoal por pura iniciativa de minha consciência subjetiva. Isso contradiz a teologia da graça, pois “é Deus quem suscita em nós o querer e o agir”. Portanto se tomo consciência do poder do Espírito Santo em mim, é sinal que ele começou agir em mim de um modo novo, isto me leva a dizer teologicamente que está presente em mim de um modo novo”(Escola Paulo Apóstolo, A Espiritualidade da RCC – Apostila I, Ano 98, p. 11).
Ora, na página 19, vai se dizer o oposto: “Ser batizado no Espírito Santo” designa a experiência vinda do poder do Espírito Santo sobre uma pessoa. O batismo no Espírito Santo não é um sacramento, mas a atividade das Graças recebidas nos sacramentos.
“Através do Batismo no Espírito Santo a graça dos Sacramentos de Iniciação Cristã (Batismo, Crisma e Eucaristia), pode ser vivenciada em plenitude” (Escola Paulo Apóstolo, A Espiritualidade da RCC – Apostila I, Ano 98, p. 19).