919- O Perdão

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Orlando Fedeli

O Perdão

 

  • Localização: Brasil

 

Sr. Orlando
Que a Paz e a Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja contigo.

Estive lendo uma de suas respostas, mais precisamente aquela sobre o Perdão e Julgamento. Nunca ouvi uma explicação como aquela.

Eu aprendi que deve-se perdoar 70 x 7; que o perdão para ser valido, ele deve ser dado incondicionalmente, naquela explicação o senhor colocou condições para o perdão, isso não é falado em nenhuma igreja. Essas condições que o senhor coloca dão a impressão de magoa, pois é isso que leva alguém a julgar e não perdoar, sempre pensamos em julgar antes de perdoar, é isso que não entendo. Eu mesmo sofri grande perseguição quando entrei na RCC, porque minha mãe era espirita, me falavam que eu era possessa, que meu terço era “cruzado”, fizeram e desfizeram de mim e de minha mãe, só para o senhor ter idéia, até convidada a sair da igreja ela foi. Eu não afastei, fui perdoando, cada vez mais, e mais.

Foi assim que aprendi. Sem magoas. Perdoar sem ver a quem. É como está na oração do Pai Nosso: “Perdoai-nos assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido”. Se ficarmos regulando o perdão como podemos querer ser perdoados, Deus nos deu uma grande lição nesta oração.

Veja a estória que segue ela fala do perdão e sua importância , ela é singela e simples como o perdão é.

A importância do perdão

O pequeno Zeca entra em casa, após a aula, batendo forte os seus pés no assoalho da casa. Seu pai, que estava indo para o quintal para fazer alguns serviços na horta, ao ver aquilo chama o menino para uma conversa.
Zeca, de oito anos de idade, o acompanha desconfiado. Antes que seu pai dissesse alguma coisa, fala irritado:
– Pai, estou com muita raiva. O Juca não deveria ter feito aquilo comigo. Desejo tudo de ruim para ele.
Sei pai, um homem simples mas cheio de sabedoria, escuta calmamente o filho, que continua a reclamar:
– O Juca me humilhou na frente dos meus amigos. Não aceito. Gostaria que ele ficasse doente sem poder ir à escola.
O pai escuta tudo calado enquanto caminha até um abrigo onde guardava um saco cheio de carvão. Levou o saco até o fundo do quintal e o menino o acompanhou, calado.
Zeca vê o saco ser aberto e antes mesmo que ele pudesse fazer uma pergunta, o pai lhe propõe algo:
– Filho, faz de conta que aquela camisa branquinha que está secando no varal é o seu amiguinho Juca e cada pedaço de carvão é um mau pensamento seu, endereçado a ele.
Quero que você jogue todo o carvão do saco na camisa, até o último pedaço. Depois eu volto para ver como ficou.
O menino achou que seria uma brincadeira divertida e pôs mãos à obra. O varal com a camisa estava longe do menino e poucos pedaços acertavam o alvo.
Uma hora se passou e o menino terminou a tarefa. O pai que espiava tudo de longe, se aproxima do menino e lhe pergunta:
– Filho como está se sentindo agora? Estou cansado mas estou alegre porque acertei muitos pedaços de carvão na camisa.
O pai olha para o menino, que fica sem entender a razão daquela brincadeira, e carinhoso lhe fala:
– Venha comigo até o meu quarto, quero lhe mostrar uma coisa.
O filho acompanha o pai até o quarto e é colocado na frente de um grande espelho onde pode ver seu corpo todo. Que susto! Só se conseguia enxergar seus dentes e os olhinhos.
O pai, então, lhe diz ternamente:
– Filho, você viu que a camisa quase não se sujou; mas, olhe só para você. O mau que desejamos aos outros é como o lhe aconteceu. Por mais que possamos atrapalhar a vida de alguém com nossos pensamentos, a borra, os resíduos, a fuligem ficam sempre em nós mesmos. Sempre devemos perdoar, e não nos sujar.
(Autor desconhecido).

 

—————

 

Prezada senhorita,
Salve Maria.

De fato, nós devemos estar dispostos sempre a perdoar setenta vezes sete vezes, e devemos pedir que Deus perdoe aos que nos ofenderam, como rezamos no Pai Nosso. Essa é a disposição de alma que devemos ter sempre.

Entretanto, isso não significa que a pessoa que nos ofendeu esteja perdoada por Deus. Para obter o perdão de Deus, quem peca deve estar arrependido e ter firme propósito de emenda. Isso, qualquer catecismo e o bom senso ensinam.

Por isso, quando recebemos uma ofensa pública, devemos ter disposição interior de perdoar, mas se a pessoa não demonstra que está arrependida do que fez, a legítima defesa da honra — que é também um dever — exige que, sem mostrar desejo de vingança ou mágoa, permaneçamos separados do ofensor até que ele demonstre arrependimento.

Veja a senhorita que, quando Cristo foi esbofeteado no tribunal de Anás, ele protestou contra o agressor. E São Paulo agiu da mesma forma, chamando o agressor de “parede branca”, isto é de hipócrita.

Esperando ter esclarecido sua dúvida despedimo-nos,

in Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli.

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