952- Fé e Caridade

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Orlando Fedeli

Fé e Caridade

 

  • Localização: Rio de Janeiro – RJ

 

Caríssimo Prof. Orlando Fedelli.
Percebo que o senhor demonstra uma certa dificuldade em compreender alguns movimentos da Igreja Católica como Focolares, Renovação carismática Católica ou Comunidade Canção Nova. Pediria, por favor, que o senhor observasse, da parte desses movimentos, não apenas o cumprimento ou não da ortodoxia da Fé católica. Esta é, sem dúvida, de suma importância, mas não devemos esquecer o alerta de São Paulo a respeito da necessidade da Caridade (1Cor 13,1-13). Um olhar mais atento, talvez mais compreensivo, permitirá ao senhor constatar uma evidência (veja, por favor, que trata-se de uma evidência e não de uma opinião), qual seja, a de que tem surgido do seio desses movimentos (e portanto, do âmago da Igreja Católica) verdadeiros testemunhos de santidade. Pessoas que deram o exemplo de uma vida pautada, radicalizada, no amor cristão autêntico, como o da jovem Serva de Deus Clara Luce Badano (1971-1990) que pertenceu ao Movimento Focolares. Poderia até citar outros exemplos (e acredite, professor, eles existem !), mas citei o Focolares porque ele expressa uma das principais notas da Igreja, qual seja, a sua catolicidade, universalidade, a todos, pois foi este o sentido do mandato missionário: a todos os povos, a todas as nações (Mt 28,19). Os movimentos citados acima não reduzem nem enfraquecem a Fé Católica. Não pertenço a nenhum deles formalmente e pertenço a eles, porque sou é Católico. Não há, acredite, Missa Nova ou Missa de Sempre, há a Missa de Nosso Senhor Jesus Cristo. É nisto que devemos trabalhar, em criar um mundo melhor, mais fraterno. Não expressaremos cristianismo, o “amai-vos uns aos outros”, criticando a nós mesmos.
Nenhum dogma da Igreja foi subtraído no Concílio Vaticano II! Se há abusos, devem ser corrigidos, mas não criticar sempre o Concílio Vaticano II, pois ele brotou da Igreja. Devemos respeito a Ela, sempre. O senhor mesmo cita o próprio Concílio Vaticano II para justificar a existência deste site, conforme a “Nota” expressa na sua página inicial.
Compreensão, e, principalmente, caridade, é o que peço ao senhor.
Obrigado pela atenção prestada.
Pax Christi!

 

—————-

 

Muito prezado Dr.,
Salve Maria.

Permita-me agradecer sua missiva que, pelo que se percebe nas suas entrelinhas, visou ajudar-me.
Deus lhe pague. E meu agradecimento deve lhe retribuir a iniciativa pautada pela caridade. Ora, a maior caridade consiste em ensinar a Verdade.
São Paulo nos ensinou que:

“Sem fé é impossível agradar a Deus” (Heb. XI,6).

“Tudo aquilo que não procede da Fé, é pecado” (Rom. XIV, 23).

E ordenou a Tito que increpasse duramente os que se afastavam da Fé:

“Repreende-os duramente a fim de que sejam sãos na Fé” — Increpa illos dure, ut sani sint in fide (Tito I, 13).

A Fé, caro Dr. , é como os pilares de um edifício, e a caridade é como o telhado sustentado por esses pilares. Sem os pilares o telhado rui por terra. Assim a Caridade sem a Fé não existe.
Desse modo, o senhor se engana redondamente ao me escrever que eu deveria dar mais importância à caridade do que à ortodoxia, pois o senhor me escreveu:

“não apenas o cumprimento ou não da ortodoxia da Fé católica. Esta é, sem dúvida, de suma importância, mas não devemos esquecer o alerta de São Paulo a respeito da necessidade da Caridade (1Cor 13,1-13).

Havendo um erro apenas contra a Fé, já não existe a caridade.

E negar que exista uma Missa Nova é negar o evidente, pois até o decreto que instituiu a Missa se chama Novus Ordo Missae. E a Nova Missa de Paulo VI, conforme confissão de inúmeras autoridades eclesiásticas, se fundamenta numa Teologia diversa da teologia da Missa de sempre.
O Concílio Vaticano II emitiu documentos ambíguos com sabor de heresia. Assim, a Colegialidade do Vaticano II vai contra a autoridade do Papa como supremo Pastor. A liberdade de religião e o ecumenismo contrariam o dogma de que fora da Igreja não há salvação, proclamado pelo IV Concílio de Latrão. O próprio Cardeal Ratzinger definiu a Gaudium et Spes como um antsyllabus. Ora, o Syllabus definiu a doutrina de sempre de que as falsas religiões não têm direito de serem propagadas livremente, pois já Santo Agostinho ensinou que o erro não tem direito a ser ensinado.
Desse modo, Doutor, peço-lhe que reconsidere o que me escreveu.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli

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