Orlando Fedeli
O Papel da Associação Montfort*: Um Bem ou Um Mal Para a Igreja?
- Localização: Nova iguaçu – RJ
Conheço o site da montfort* já há um longo tempo;de fato reconheço a importancia do site enquanto fonte de pesquisa ; há inúmeros artigos valiosos mas preocupa-me a crítica ácida feita ao concilio vaticano II…O sr. Orlando Fedeli criou um impasse teologico com suas teses que quiça nem ele mesmo tenha percebido; ademais, um individuo que apesar de sua inegável cultura geral,participou da organização conhecida como tfp,não poderia mesmo estar isento de erros ; deveria por isso prestar mais atenção em suas afirmações ,deveria por isso ser mais humilde , deveria ser mais capaz de autocrítica .
O sr. orlando fedeli afirma expressamente neste site que o concílio vaticano II errou pois teria abolido a “”liturgia de sempre” e determinaçoes magisteriais relativas a esta mesma liturgia (tais como o indulto perpétuo dado a missa tridentina, as invectivas do papado contra o arqueologismo,a determinação de que o altar não tivesse formato de mesa,etc), errou também pela sua atitude de abertura e de diálogo ecumênico,etc.
Pois bem eu perguntaria então : se o cv II errou o que garante que outros concílios não possam ter errado?Se Paulo VI errou o que garante que outros Papas não tenham errado?Se o colégio dos Bispos todo ele errou quem então devemos seguir se eles representam o magistério?
Esses impasses não são resolvidos pelo site pelo contrário são alimentados por ele …muitos amigos meus depois de o visitarem tem se sentido desorientados …
Asrespostas deste site não são satisfatórias pois pretendem muitas vezes resolver as querelas com citações do magisterio sem a devida fundamentação…por exemplo li uma carta d um seminarista que questionava o sr orlando fedeli quanto a autoria do pentateuco mosaico; o seminarista dizia ,fundamentando-se na exegese, que não se poderia sustentar sem dificuldades a autoria mosaica do mesmo;trouxe o argumento de que ha dois relatos da criação nele diferenciados…que resposta foi dada a respeito da pergunta específica ? Uma citação da comissão bíblica que não tem autoridade doutrinária definitiva …pois ela nem mesmo era na época (como não é hoje ) uma congregação da cúria romana…não discuto omérito da afirmação da comissão mas só citá-la não resolve o problema …o sr é professor de história portanto tem uma vocação intelectual..será que o sr se satisfaz com uma simples afirmativa sem que ela venha fundamentada ?obvio que não pois o que mais o sr orlando fedeli faz neste site é censurar aqueles que afirmam sem bases …no caso acima citado foi o que ocorreu ..tudo bem a comissão disse mais então se disse como solucionar o problema literário das diversidades estilisticas do pentateuco?
percebo que as vezes o sr se contenta com respostas sumárias e com ataques sumários também …quanto ao vaticano II o sr criou um verdadeiro labirinto teologico …se se diz que ele errou então nem o papa nem a igreja nem os concílios estão isentos de erros doutinários e morais e então a utoridade da igreja vai por água abaixo ; de nada vale a declaração excathedra de pio IX quanto a infalibilidade do papa quando se pronuncia solenemente e nem a doutrna tradicional segundo aqula todo concílio é ato solene da Igreja e que sua afirmações (desde que este seja aprovado pelo papa ) são infaliveis( ou seja isento de erros mas não impassíveis de reforma); o sr alem disso demonstra conhecer pouco do direito canônico pois este deixa claro que é possivel a reforma de declarações anteriores dos papas desde que não sejam excathedra ( caso das declarações de pio v quanto ao indulto da missa tridentina que não tem força de dogma e nem de doutrina sobre os costumes, quanto ao arqueologismo e da sobre o altar em formato de mesa )ademais teologos autorizados dizem que na história só se contam 20 declarações excathedra nais quais nenhuma destas figura…quanto a ideia de que por ter sido o vaticano II um concilio pastoral ele não estaria isento de erro é um erro crasso…pois ele contem doutrina em todas as suas constituições ;a pastoral nunca esta desvinculada do aspecto doutrinário em qualquer atividade da igreja ..todo concilio(convocado e aprovado pelo pontifice romano), e isto é doutrina silente da fé,é guiado pelo espírito santo
De fato o vaticano II pode sofrer um crescimento no que toca a seu melhor entendimento e uma reforma naquilo que foi deixado em aberto e posto como norma geral(tal é o caso da nova missa e do sacrosanctum concilium);mas não pode ser abolido…aatual papa já resolveu a questão ao dizer que deve interpretar o concílio apartir de uma correta hermenêutica que seria a da reforma e não a da ruptura que causou as heresias atuais no seio da Igreja …
Quanto a liturgia da missa não houve revolução como se gosta de dizer neste site mas continuou usando-se a mesma estrutura de sempre pois ela contem como a missa tridentina os ritos iniciais , a liturgia da palavra ,o sacrifício eucaristico e os ritos finais ;é inegável que ela trouxe maiores possibilidades de participação leiga com o uso do vernáculo e com os ministérios do leitorato e acolitato ,um enriquecimento bíblico pelo aumento do número de leituras sobretudo na missa dominical ,etc..
A crise da Igreja é relativa ao laicismo contemporâneo e não ao concílio…sua má interpretação é que gerou maus frutos mas onde cresceu uma interpretação positiva cesceram os sinais de vitalidade eclesial…quanto ao instituto bom pastor seu objetivo é sim o de criticar o concílio…portem o vocábulo criticar tem muitos sentidos e certamente o sentido dado pelo santo padre a ele é de avaliação, criticar no sentido de crítica ou análise hermenêutica não no sentido de censura ou de reprovação ; esta é a interpretação mais correta pois se o santo padre fala da necesidade de se utilizar uma correta hermeneutica (a da reforma) para a interpretação desteé por que o concílio deve ser valorizado ; o I.bom pastor deve criticá-lo(ou seja avaliá-lo) usando esta hermeneutica…ademais seria interessante que vcs estudassem um pouco mais de hermeneutica para não distorcerem declarações ao sabor das suas ideias
EM CRISTO
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Muito prezado Professor,
Salve Maria.
Muito lhe agradeço seus conselhos de que eu deva estudar mais Direito Canônico e Hermenêutica. Infelizmente, fiz apenas um péssimo curso de História (na PUC de São Paulo, que já em 1951-54, não ensinava quase nada). Se fiz depois um bom curso para doutorar-me, na USP, essa é outra história. Mas no meu Doutoramento não fiz nem um curso de Direito, nem de Hermenêutica, nem de Geologia ou de Assiriologia, Astronomia e tantas outras ciências. O senhor então não errou em perceber minha ignorância nessas matérias, tanto mais que o senhor deve tê-las feito.
Agora, que já tenho quase 74 anos, não creio que tenha forças ou capacidade para fazer qualquer outro Curso.
Adeus Direito Canônico. Adeus Hermenêutica.
Hélas! Hélas! C´est pour jamais!
Aceito também sua critica de que por vezes respondo muito sucintamente algumas cartas. É que me assusto com a pilha das que me chegam diariamente — agora o site Montfort* tem quase 300.000 acessos mensais — e me apresso demais em algumas respostas. Se respondo longamente, muitas cartas ficam sem resposta e há queixas contra mim. Se respondo sucintamente, lá me vem um protesto porque respondi muito resumidamente.
Que fazer?!
“On ne peut pas contenter tout le monde et son père” [Não se consegue contentar todo o mundo e também seu pai].
Quanto mais contentar um Professor de Nova Iguaçu, cidade que estimo, onde tenho conhecidos, pois lá já tive o prazer de lá dar algumas aulas!
O senhor, Professor Rafael, censura-me ainda por não ter eu humildade e nem capacidade de auto crítica, pois sinceramente o senhor me diz que eu “deveria por isso ser mais humilde, deveria ser mais capaz de autocrítica” .
Como o senhor é sagaz! Acertou em cheio!
Não tenho humildade, eu o “confesso, diante de Deus todo poderoso,( …) e diante de vós, irmãos. Por minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa”, como se confessa na Missa de sempre.
Na Nova Missa, não há mais o Confiteor. Parece-me que agora, a culpa é só “grande culpa”. Quando não se dá grande desculpa. Coletiva, ilícita e enganadora. Problemas de hermenêutica…
Embora o orgulho em mim seja maior de que em qualquer outra pessoa, creio que esse pecado é muito comum entre os homens. Até mesmo em Nova Iguaçu.
E se se me critica o orgulho, isso é tributo obrigatório para quem se expõe publicamente num site, lutando pela Fé. Como penitência, recebo algumas correções caridosas publicamente… e também algumas ofensas.
Bem feito, para um orgulhoso como eu! Serve-me de penitência.
Entretanto, não acho tão sagaz sua afirmação de que “um individuo que (…), participou da organização conhecida como tfp, não poderia mesmo estar isento de erros”.
Alto lá!
Para começar, o senhor sabe sobre a TFP só aquilo que eu já denunciei. Pois fui eu que denunciei muito erros dessa entidade, e sau sociedade secreta e que por causa desses erros e dessa sociedade secreta, sai dela.
E não é porque alguém participou de um movimento ruim, necessariamente “não poderia mesmo estar isento de erros”.
Sem querer me comparar — é claro — aos exemplos que citarei, lhe pergunto como ficam então São Paulo, que saiu do farisaísmo? E Santo Agostinho que foi maniqueu? E Santo Epifânio que foi gnóstico carpocrático? E São Cipriano que foi feiticeiro?
Meu caro Professor, em seu paraíso cabem poucos santos!
Vamos, então, devagarinho, a seus questionamnetos doutrinários.
Em primeiro lugar o senhor me culpa por ter criado um impasse teológico, atacando o Concílio Vaticano II:
“O sr. Orlando Fedeli criou um impasse teologico” “quanto ao vaticano II o sr criou um verdadeiro labirinto teologico”.
Agora, o senhor, pelo menos, exagerou demais minha culpa, dizendo que fui eu que criei um impasse ou um labirinto teológico por meus ataques ao Vaticano II.
Nova Iguaçu deve ser longe demais e ter pouco noticiário. Deve ser por isso que o senhor desconhece que, muito antes do site Montfort*, Dom Lefebvre e Dom Mayer já haviam atacado o Vaticano II, desde os anos 70.
O senhor não poderia desconhecer que em vários lugares do mundo, houve teólogos de nomeada — não formados pela PUC de São Paulo — que condenaram o Vaticano II.
O senhor já ouviu falar da Fraternidade Sacerdotal São Pio X? Já ouviu falar que em Campos, no fim do século passado, houve padres que recusaram aceitar o Vaticano II? (pena que, agora, alguns deles já o aceitam…).
O senhor ouviu falar que a Fraternidade São Pedro também se posicionou contra o Vaticano II?
Aliás, o senhor nunca ouviu falar de Padre Edilson? Ele é de Nova Iguaçu, onde ele reza Missa de São Pio V, há muitos anos, e ele sempre foi contra o Vaticano II.
No mundo inteiro, a polêmica e a resistência dos católicos contra o Vaticano II cresce cada vez mais.
Como, então, o senhor me culpa de ter criado o impasse e o labirinto teológico sobre o Concílio Vaticano II?
Por acaso o senhor não quereria me culpar também pela guerra de Tróia?
Professor Rafael, nisso o senhor exagerou demais.
E qual seria o impasse de que o senhor me acusa de ter criado?
O de que, condenando os erros do Vaticano II, colocaria eu em dúvida todos os demais Concílios e até a infalibilidade papal.
Meu caro, Professor, o senhor passa da conta. O senhor está afirmando um absurdo. Tanto que o senhor mesmo sabe a resposta para seu falso dilema e para a sua falsa acusação do impasse de que me acusa, ao escrever que “todo concílio é ato solene da Igreja e que sua afirmações (desde que este seja aprovado pelo papa) são infaliveis” (o destaque é meu).
Desde que seja aprovado pelo Papa como Concílio infalível. O senhor escamoteou como Concílio infalível.
E por acaso o Concílio Vaticano II foi declarado infalível?
Que teses do Vaticano II o Papa declarou que foram ensinadas ex cathedra? NENHUMA!
E o senhor sabe muito bem disso: NENHUMA tese do Vaticano II foi declarada como dogma infalível.
O senhor sabe disso e o desafio a encontrar uma só afirmação ex cathedra no Vaticano II.
E como o senhor sabe qual é a solução do impasse teológico de que “paralaxicamente” me acusa, e finge não saber, é a sua sinceridade que fica posta em dúvida.
Professor Rafael, o senhor não foi correto em suas acusações a mim.
E o senhor sabe quando o Papa é infalível pois escreveu: “declaração excathedra de pio IX quanto a infalibilidade do papa quando se pronuncia solenemente” .
E então, Professor, quando, no Vaticano II houve pronunciamento ex cathedra?
O senhor fica desafiado a me responder esta questão.
E coloco aqui o seu esfarrapado sofisma defendendo o Vaticano II como “guiado pelo Espírito Santo”
“quanto a ideia de que por ter sido o vaticano II um concilio pastoral ele não estaria isento de erro é um erro crasso…pois ele contem doutrina em todas as suas constituições ;a pastoral nunca esta desvinculada do aspecto doutrinário em qualquer atividade da igreja ..todo concilio(convocado e aprovado pelo pontifice romano), e isto é doutrina silente da fé,é guiado pelo espírito santo”.
Como salientei já, o senhor afirma, sem pestanejar, que “todo concilio(convocado e aprovado pelo pontifice romano), e isto é doutrina silente da fé,é guiado pelo espírito santo”.
Pura tentativa de enganação de sua parte: o senhor omitiu de propósito a expressâo “ex cathedra”, ou a palavra “infalivelmente”.
Sua frase deveria ter sido assim: “todo concilio(convocado e aprovado ex cathedra, infalivelmente pelo pontifice romano), e isto é doutrina silente da fé,é guiado pelo espírito santo”.
O senhor tenta se enganar ou tenta enganar outros para me condenar?
Sua conduta é bem censurável, professor.
Ela deve ter lhe sido inspirada por um “espírito santo” em minúscula.
E o senhor escreve ainda explicando confusamente sua teologia confusa e sua hermenêutica extrapolada:
“De fato o vaticano II pode sofrer um crescimento no que toca a seu melhor entendimento e uma reforma naquilo que foi deixado em aberto e posto como norma geral(tal é o caso da nova missa e do sacrosanctum concilium);mas não pode ser abolido…aatual papa já resolveu a questão ao dizer que deve interpretar o concílio apartir de uma correta hermenêutica que seria a da reforma e não a da ruptura que causou as heresias atuais no seio da Igreja …”
Quer dizer que o Vaticano II foi infalível, mas pode ter um “crescimento” e pode ser reformado “naquilo que foi deixado em aberto e posto como norma geral”.
O Vaticano II teria sido dogmático, mas pode ser reformado. Daí, se conclui que sua dogmática, Professor, é reformável, variadamente interpretável, e suscetível de crescimento.
No Decreto Lamentabili, que condenou os erros modernistas de Loisy, se lê:
Erro 22:
“Os dogmas que a Igreja apresenta como revelados, não são verdades baixadas do céu, mas apenas uma interpretação de fatos religiosos que a mente humana elaborou para si mesma com esforço trabalhoso”. (São PIo X, decreto Lamentabili n* 22, Denzinger, 2022).
E na Pascendi, São Pio X ensinou:
“as fórmulas que chamamos dogmas tem que estar sujeitas às mesmas vicissitudes e, conseqüentemente, sujeitas a variação. E assim, em verdade, fica aberto o caminho para a íntima evolução do dogma. Amontoamento, por certo infinito de sofismas, que arruínam e aniquilam toda a religião” (São Pio X, Pascendi, Denzinger, 2080).
Para os modernistas, portanto, os dogmas infalíveis seriam evolutivos, reformáveis e interpretáveis.
Lendo sua dogmática — e o senhor deve ser uma pessoa que estudou e que conhece o que escreve, pois não é como eu — concluo que o Modernismo chegou em Nova Iguaçu. E mora em sua cabeça. E em sua carta, Professor.
E o senhor ousa afirmar que “A crise da Igreja é relativa ao laicismo contemporâneo e não ao concílio…sua má interpretação é que gerou maus frutos mas onde cresceu uma interpretação positiva cesceram os sinais de vitalidade eclesial…”
E ainda que teria sido a hermenêutica “da ruptura que causou as heresias atuais no seio da Igreja …”.
O senhor poderia me citar algumas heresias causadas por uma hermenêutica de ruptura?
E explique-me também como um Concílio infalível foi susceptível de ser mal interpretado?
Então, o que ele teria afirmado dogmaticamente não era claro.
Ora, o que não é claro não pode ser obrigatório de ser crido como infalível.
Mais:
Quando um texto pode ter uma interpretação ortodoxa e outra herética, ou uma interpretação correta e outra errada, esse texto é classificado teologicamente como suspeito de heresia ou suspeito de erro. E é condenável por isso mesmo.
O senhor, então, com Bento XVI, acaba de condenar teologicamente o Concílio Vaticano II como suspeito de heresia ou de erro.
E o senhor poderia me dar os sinais de vitalidade eclesial que nem Paulo VI viu?
Paulo VI declarou, depois do Vaticano II, que “a fumaça de Satanás entrou no templo de Deus”.
Seria essa fumacinha que trouxe os sinais de vitalidade eclesial de que o senhor me fala? Fumaça de vitalidade, ou de incêndio eclesial?
Por acaso a vitalidade eclesial é demonstrada pelas Missa-show do Padre Marcelo Rossi, que tentou cobrar 2,00 reais de entrada em seu show, como se cobra em circo?
Como o senhor explica que Paulo VI declarou que esperava depois do Vaticano II “uma nova primavera”, mas que em vez de primavera chegou “um misterioso processo de auto demolição da Igreja”?
Vai ver que a primavera do Vaticano II chegou só em Nova Iguaçu. Pena que Paulo VI já morreu e não chegou a conhecer o primaveril desabrochamento da fé em Nova Iguaçu. Deve ter sido por obra de Dom Morelli…
Pois as estatísticas mostram a Igreja morrendo na França, na Espanha e em Pirituba.
Viva Nova Iguaçu!
Nova Iguaçu preservada da autodemolição da Igreja, pelo menos em parte, graças à sadia hermenêutica do Professor Rafael.
O senhor poderia me dizer onde o senhor estudou hermenêutica?
Quem sabe, apesar dos meus 74 anos, eu faça o vestibular para estudar uma sadia hermenêutica aralditesca. Não de ruptura, é claro.
Quem sabe chegue a primavera da fé também em São Paulo, onde as coisas andam auto demolidoras e bem heréticas. Aqui, há padre que exibe o anel de noivado… com noivo…
E no Paraná, sei de uma cidade em que, na Missa, quando o padre diz: “O Senhor esteja convosco”, o povo responde: “E com o Corinthians também!”
Eta primavera da Nova Igreja!… Corintiana!
E isso nos leva para a Liturgia e seus problemas…
(Não vá reclamar que lhe respondi sucintamente, Professor. Foi o senhor que me provocou a prolixidade!).
Sobre a Missa (Nova, a de Bugnini) o senhor me garante:
“Quanto a liturgia da missa não houve revolução como se gosta de dizer neste site mas continuou usando-se a mesma estrutura de sempre pois ela contem como a missa tridentina os ritos iniciais , a liturgia da palavra ,o sacrifício eucaristico e os ritos finais ;é inegável que ela trouxe maiores possibilidades de participação leiga com o uso do vernáculo e com os ministérios do leitorato e acolitato ,um enriquecimento bíblico pelo aumento do número de leituras sobretudo na missa dominical ,etc..”.
O Cardeal Ratzinger — hoje Bento XVI — afirmou que a Nova Missa foi “fabricada” e que hoje se vive na Igreja uma “anarquia litúrgica”.
Vai ver que Bento XVI não conhece Nova Iguaçu. O senhor deveria mandar uma carta ao Papa Bento XVI contando como a Liturgia vai bem em Nova Iguaçu. Apesar do terremoto dom Mauro Morelli, que por onde passa nada de católico deixa de pé. Que felicidade morar em sua paróquia!
Porque, na paróquia vizinha, tenho certeza que a missa é bem diferente que na sua.
No Brasil, e no mundo, — que é um pouco maior que o Brasil e do que Nova Iguaçu — , cada Padre inventa uma Missa diferente. Tanto que os Papas João Paulo II e Bento XVI têm dito que o Padre não é o dono da Liturgia.
Veja no site Montfort* algumas fotografias de Missa em que o sacerdote se apresenta vestido de palhaço ou de ursinho, ou melhor de ursão de pelúcia. Uma belezinha!
Ou veja, então, a foto da Missa de halloween, nos Estados Unidos, com uma sinistra ministra da Eucaristia, distribuindo a comunhão, estando ela vestida como diabo (com chifres, mas sem rabo).
Depois do Vaticano II, e da reforma litúrgica, o diabo foi à missa… nova. Isso é que é vitalidade eclesial! Chegou no inferno. Ad inferos…
Monsenhor Gamber declarou, em livro elogiado pelo Cardeal Ratzinger, que a Nova Missa foi um câncer na Igreja (mas não em Nova Iguaçu. Garantia do Professor Rafael!).
E o senhor, como especialista em Hermenêutica, me “interpreta” qual seria a verdadeira finalidade do Instituto O Bom Pastor, recém fundado, de acordo com a a verdadeira “interpretação” de uma das finalidades desse Instituto, que é a de “criticar construtivamente o Vaticano II”, escrevendo-me:
“quanto ao instituto bom pastor seu objetivo é sim o de criticar o concílio…portem o vocábulo criticar tem muitos sentidos e certamente o sentido dado pelo santo padre a ele é de avaliação, criticar no sentido de crítica ou análise hermenêutica não no sentido de censura ou de reprovação”.
Um momento professor, que não entendi bem.
Quer dizer que o Papa deu ao Instituto o Bom Pastor o direito de criticar construtivamente o “infalível” Vaticano II?
Mas como se pode criticar um Concílio infalível?
Por acaso é possível fazer uma crítica construtiva do dogma da Imaculada Conceição?
Evidentemente não é possível, e nem lícito, fazer isso. Quem tal fizesse seria um herege consumado. Quem tal permitisse, ou mandasse, seria outro herege consumado.
Daí, então, ou o Vaticano II não é infalível — e por isso pode ser criticado — ou Bento XVI ficou herege, dando a um Instituto Pontíficio o dever de criticar o Vaticano II.
E como o senhor conhece qual é a verdadeira interpretação que o papa dá ao termo crítica?
O senhor me diz:
“certamente o sentido dado pelo santo padre a ele é de avaliação, criticar no sentido de crítica ou análise hermenêutica não no sentido de censura ou de reprovação”.
Como sabe o senhor — “certamente” — em que sentido o Papa entendeu o termo critica, se crítica tem vários sentidos? O Papa lhe telefonou?
O Papa estudou Hermenêutica em Nova Iguaçu?
Quer o senhor conhecer uma declaração recente do Padre Aulagnier, membro do Instituto do Bom Pastor e Reitor de seu seminário em Courtalain sobre o Vaticano II?
Ei-la. Veja o que ele entende por crítica “construtiva” do Vaticano II:
“É preciso obter, em suma, que a denúncia histórica de tudo o que há de nefasto no último Concílio seja oficialmente reconhecido. Isto se fará mais tarde ou mais cedo. Antes cedo do que tarde. É preciso ser audaciosos. Essa não é uma qualidade própria do clero”
[“Il faut obtenir, en somme, que la dénonciation historique de tout ce qu’il y a de néfaste dans le dernier Concile soit reconnue officiellement. Cela se fera tôt ou tard. Plutôt tôt que tard. Il faut être audacieux. Ce n’est pas toujours le propre du clergé »]. (Abbé Paul Aulagnier, Réponse à mes confrères de la FSSPX, 28/12/06 http://la.revue.item.free.fr/regard_monde281206.htm
Qual! Padre Aulagnier não deve ter estudado hermenêutica…
E o senhor me acrescenta esta pérola:
“esta é a interpretação mais correta pois se o santo padre fala da necesidade de se utilizar uma correta hermeneutica (a da reforma) para a interpretação desteé por que o concílio deve ser valorizado(Sic); o I.bom pastor deve criticá-lo(ou seja avaliá-lo) usando esta hermeneutica…ademais seria interessante que vcs estudassem um pouco mais de hermeneutica para não distorcerem declarações ao sabor das suas ideias” (os destaques são meus).
Para o senhor criticar quer dizer avaliar valorizando. Sei…
E o senhor me recomenda, em sua última linha:
“ademais seria interessante que vcs estudassem um pouco mais de hermeneutica para não distorcerem declarações ao sabor das suas ideias”.
No seu curso de hermenêutica, lhe ensinaram que criticar é avaliar, valorizando?
Onde é essa Faculdade de Hermenêutica para eu passar bem longe dela?
Seria preciso lhe dizer que sua carta me divertiu muito?
Divertiu-me e deu-me muita tristeza, vendo seu acrobatismo hermenêutico fazê-lo cair sentado no picadeiro em que tentou se exibir. Exibir-se e criticar-me.
Mas em me valorizar, não é?
A Hermenêutica tem suas tretas e maracutaias, diria nosso erudito Presidente.
Em todo caso, lhe agradeço as críticas pessoais que me fez, e que procurarei aproveitar para corrigir tantos defeitos meus.
Por isso, agradecido, rezarei pelo senhor, para que tenhamos a mesma Fé e nos unamos na defesa da Igreja e do Papa.
Quanto ao Vaticano II e a Missa Nova, mantenho tudo o que disse com uma linguagem clara e sincera, que dispensa hermenêuticas.
Deus o guarde, Professor, e que Nossa Senhora lhe dê olhos para ver. E que Ela o livre da hermenêutica moderna.
Ab Hermeneuta moderna, libera nos Domine
Aguardo-o quando Ela lhe fizer recuperar a visão, e o aguardo sinceramente no Coração de Jesus que é pleno de misericórdia infinita…
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
*O professor Orlando Fedeli foi presidente da Associação cultural Montfort de 1983 a 2010.