“Aquele que não permanecer em Mim”
Marcelo Matos
“AQUELE QUE NÃO PERMANECER EM MIM, SERÁ LANÇADO FORA”
Aquele que não permanecer em Mim, será lançado fora com a vara, secará, depois enfaixá-lo-ão, lançá-lo-ão no fogo, e arderá. (Jo 15,6)
Nosso Senhor, ao contrário de todo o ecumenismo atual que quer amalgamar e sintetizar todos os erros com a verdadeira Fé, como que querendo misturar água com óleo, mostra claramente qual será o destino de todo aquele que se separar dEle e permanecer convicto em sua separação, de modo que todos aqueles que, cientes da doutrina de Cristo e da lei pregada pela Igreja, no fim não se salvarem, serão inexcusáveis. (Rm 1,20).
Ao contrário do que afirmam os modernistas (decreto Lamentabili N° 59), Nosso Senhor ensina que aquele que não permanecer nEle, isto é, que tendo um dia sido unido a Cristo pelo Batismo e compreendido a doutrina deixada por Ele, aderindo a algum erro perder a Fé, não estará mais ligado à videira, que é o Próprio Cristo. Tal separação será um ato da própria vontade, visto que Nosso Senhor tanto já fez para unir-nos a Ele, fundando a sua Igreja e prometendo que as portas do inferno nunca prevaleceriam contra ela (Mt 16,18-20). Todo aquele que, por vontade própria, negar a Fé aderindo a qualquer sopro de doutrina (Ef 4,14), estará desligado de Cristo.
Percebe-se que Nosso Senhor fala “aquele que não permanecer em Mim”. Ora, Aquele que não permanece fiel à Lei de Deus e à única Igreja deixada por Ele e à doutrina propagada por ela, por ordem do mesmo Cristo (Mt 28,19), de fato, já não permanece nEle. Aquele que nega a eficácia e a utilidade dos sacramentos, que rejeita à Santíssima Virgem Maria, aquele que nega os santos, que nega que Cristo é verdadeiramente Deus e Homem, esse não está mais em Cristo. E nisto se englobam, infelizmente, muitos católicos hoje em dia.
Àquele que se desliga de Cristo, através da adesão voluntária ao erro, acontecerá como Nosso Senhor afirma: “Será lançado fora com a vara”. Ora, todo aquele que rejeitar a doutrina de Cristo e a sua verdadeira Igreja, é lançado fora dela. Isso quer dizer que não adianta estar apenas fisicamente dentro da Igreja e, por vontade própria, rejeitar o credo católico ou os dogmas pois, ainda assim, será lançado fora.
Cristo diz que esse será lançado fora com a vara, a vara é símbolo da autoridade da Igreja. O Papa, o vigário de Cristo na terra, tem poder para, com a vara (o poder das chaves) lançar fora (desligar) da Igreja todo aquele que, desprezando as exortações da Igreja, voltar-se contra ela. Depreende-se daqui que Cristo confiou a direção da Igreja apenas a uma autoridade terrena, o Papa.
Cristo também afirma que aquele que for lançado fora “secará”. Assim como o galho cortado do tronco da árvore não recebe mais a seiva no seu interior, aquele que é lançado fora da Igreja, pelo pecado da heresia, do cisma ou da apostasia, rompe sua ligação com o Corpo Místico de Cristo e seca imediatamente, tornando-se morto pelo pecado de rebeldia contra a Verdade.
Nosso Senhor diz ainda que “enfaixá-lo-ão e lançá-lo-ão no fogo”. Aquele que infelizmente morrer seco, na secura provocada pela separação da Igreja ou por qualquer outro pecado mortal, será enfaixado. Ora, aquele que é enfaixado perde sua liberdade de movimento, e quem não se move não retorna ao lugar de origem, portanto, as faixas significam o congelamento da vontade própria que, após o julgamento particular, no qual o Juiz justíssimo dará a sentença, estará como que enfaixado, com a vontade congelada, ou no amor de Deus, e partirá para a Sua contemplação eterna (mesmo após passar pelo purgatório), ou com sua vontade congelada no ódio eterno a Deus, sem possibilidade de retorno e arrependimento. E assim será “lançado no fogo e arderá” eternamente nos suplícios do inferno que representa a Justiça de Deus.