Democracia Liberal: demagogia maquiada

Data

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no email
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no email
Compartilhar no whatsapp
image_pdfConverter em PDFimage_printPreparar para impressão

Fábio Vanini

DEMOCRACIA LIBERAL:

DEMAGOGIA MAQUIADA

“Busquemos o melhor, não o mais comum, aquilo que conceda uma felicidade eterna, não o que aprova o vulgo, péssimo interprete da verdade.”. (Sêneca, Da Felicidade. Cap. I, II)

Aproxima-se mais um sufrágio para a presidência do Brasil. A democracia liberal é o grande dogma da sociedade moderna, laicizada e humanista. Todo indivíduo tem igual capacidade de avaliar o que é melhor para o coletivo dos homens. O patriarca e o caçula têm o mesmo direito de saber o que é o melhor para a família, com igual direito a divergirem. Aliás, divergência é sinal de saúde democrática.

A grande massa já elegeu, aos berros e às lagrimas – e ao som de um samba emocionante – o direito universal às eleições diretas como a última grande revolução libertadora da humanidade. O povo agora pode voar com as asas da democracia.

E com a estultície de uma pomba…

É natural que não se possa esperar boa coisa do mesmo meio com que se escolheu Barrabás. “A voz do povo é a voz de Deus”, imagine…

Barrabás, que não tinha impresso nenhum santinho, foi eleito o santo. Mas se tivesse que produzir santinhos, certamente investiria muitas moedas de ouro – mais de trinta – para uma boa fotografia. Porque a fotografia é a alma do negócio.

Um estudo realizado na Suíça1, publicado na Science, mostrou a importância da imagem na escolha do candidato preferido pelos eleitores. As fotos do primeiro e segundo colocados em eleições ocorridas em 2002, na França, foram disponibilizadas para 2.841 pessoas na Suíça, sendo 681 crianças entre 5 e 13 anos. Uma situação hipotética os obrigou a escolher como líder uma das duas pessoas das fotos.

Os resultados foram surpreendentes? Nada… – predicting elections…1- Os próprios autores do artigo introduzem a pesquisa com o argumento de Platão de que a tripulação não é capaz de eleger um bom capitão para seu navio, pois julga segunda as aparências. Os participantes da pesquisa de 2009 elegeram exatamente o vencedor das eleições francesas de 2002. As crianças também… Sem contar que, na Suíça, a democracia é, historicamente, bem madura.

Disso, depreende-se o óbvio: as escolhas populares dos nossos representantes são feitas considerando-se somente as aparências e valendo-se de critérios infantis.

O estudo não considera, no entanto, que há alguém por trás das opções… Essa, nem os cientistas que publicaram na Science pegaram, ou se furtaram de denunciá-lo: quem escolhe os rostos que serão fotografados nos próximos santinhos eleitorais? No trabalho de pesquisa citado, um critério foi utilizado para eleger o material fotográfico. Não seria natural esperar o mesmo no pleito liberal?

No Brasil, escolheu-se – quem escolheu? – a esquerda mais radical. Em seguida, escolheu-se os candidatos. Tudo bem que estes vão ter que se maquiar muito para se tornarem competitivos, mas, ganhando um ou outro, ganha a esquerda. E o povo sai contente com suas asas de pomba e sua vaidade de pavão.

E assim, Barrabás vai se reelegendo ao longo dos anos, e, com ele, o povo vai sendo conduzido pelos governantes que merece. Curiosamente, Barrabás era um ladrão.

 1 Predicting Elections: Child’s Play! Science 27 Fevereiro de 2009: Vol. 323. no. 5918, p. 1183

image_pdfConverter em PDFimage_printPreparar para impressão