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O Evangelho Modernista, segundo Frei Larrañaga

  1. Orlando Fedeli

O EVANGELHO MODERNISTA, SEGUNDO FREI LARRAÑAGA

 

 Temos em mãos o péssimo livro O Pobre de Nazaré de Frei Inácio Larrañaga. (Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição).

É um livro de ousadia inacreditável, pela frieza com que defende a doutrina modernista, transformando a vida de Jesus num romance herético.

Já na epígrafe adotada por esse frade modernista fica-se chocado pelo atrevimento com que ela procura negar a objetividade histórica de Jesus e dos Evangelhos:

“As coisas não são como são, mas como se lembram” (Ramón de la Valle Inclán).

Como?

As coisas não são como são???

Como são então as coisas?

Colocar tal negação da verdade objetiva, histórica, como epígrafe de uma vida de Jesus insinua que, de fato, a veracidade dos fatos pelos Evangelistas sobre Cristo não é inconteste, mas que seria apenas fruto imaginário de suas lembranças. O que é uma negação da Fé.

A negação da verdade histórica dos Evangelhos é tese dos modernistas.

Para Loisy e os modernistas seguidores de seu método histórico-crítico, Cristo teria sido apenas um homem extraordinário, que teve uma experiência pessoal com a Divindade. Esse puro homem de personalidade extraordinária teria sido mitificado por seus seguidores – membros das comunidades cristãs primitivas — que transfiguraram os fatos de sua vida, inventando lendas milagrosas, e, mesmo, a sua ressurreição, desfigurando a realidade do homem Jesus a ponto de fazer dele um Deus. Foram esses mitos desfigurantes da realidade histórica que, depois de uns duzentos anos teriam sido coletados pelos redatores dos Evangelhos, os quais não seriam os apóstolos e discípulos a quem foram atribuídos, e que, desse modo, não seriam livros históricos.

Por isso, São Pio X condenou as seguintes teses modernistas:

13. Foram os próprios Evangelistas e os cristãos da segunda e terceira geração, que artificiosamente elaboraram as parábolas evangélicas e assim deram a razão do pouco fruto da pregação de Cristo entre os judeus. 

  1. Em diversas narrações, os Evangelistas referiram não tanto o que era verdade, quanto o que, embora falso, julgaram ser mais proveitoso a seus leitores.
  2. Os Evangelhos sofreram contínuas adições e correções até que fosse estabelecido e constituído o cânon definitivo; portanto, da doutrina cristã não subsiste neles senão um vestígio vago e incerto”. (São Pio X, Decreto Lamentabili sine exitu. Denzinger, 2013-2014-2015).

Ora, essa posição modernista é reafirmada rotundamente por Frei Larrañaga ao dizer que, a respeito de Jesus, não contamos “com comprovada documentação sobre sua pessoa e sua vida, acessível a qualquer historiador crente ou agnóstico. Mas, não, também ele foi um exilado em sua história. As datas cruciais de sua cronologia, como a de seu nascimento, o início da evangelização, sua paixão e morte, tudo está envolto na névoa, sujeito à discussão e dúvida”. (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 15).

Como pode um padre católico declarar que há dúvidas sobre os fatos da história de Jesus? Como, apesar de publicar essa dúvida contrária à Fé, nada lhe aconteceu? Como o movimento que ele dirige – as tais Oficinas de Oração e Vida – foi aprovado por autoridades romanas?

Recentemente, também os Bispos da Espanha condenaram a tese defendida por Frei Larrañaga de que há poucos dados históricos sobre Jesus:

“Na raiz destas apresentações se acha com frequência uma ruptura entre a historicidade de Jesus e a Profissão de fé da Igreja: consideram-se escassos os dados históricos dos evangelistas sobre Jesus Cristo (Conferência Nacional dos Bispos da Espanha: Instrução Pastoral: Teología y secularización en Espana: los cuarenta años de la clausura del Concilio Vaticano II. Madrid, 30 de março de 2006).

Mais ainda, acrescenta Frei Larrañaga:

“Também existem grandes lacunas sobre os itinerários de Jesus em sua atividade evangelizadora, como também sobre a localização topográfica de suas andanças apostólicas. Em síntese, não podemos dar-nos o luxo de dispor e de oferecer uma biografia documentada historicamente convincente, porque o que nos foi transmitido pela comunidade cristã crente primitiva é um amálgama de elementos históricos de maior ou menor autenticidade, e confissões de fé de tal maneira misturadas que é difícil separar o Cristo da Fé do Cristo histórico, com a agravante de que as bases desse Cristo histórico dificilmente resistem a uma análise severa de acordo com os princípios de uma historiografia rigorosamente crítica” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989 , 8a edição, p. 15. Os destaques são nossos).

Foi exatamente essa doutrina dos modernistas distinguindo o Jesus histórico do Jesus da fé que São Pio X condenou:

“Daí resulta, como já vimos, um duplo Cristo; um real, e outro que, de fato, nunca existiu, mas pertence à fé; um que viveu em determinado lugar e tempo, outro que se encontra nas piedosas meditações da fé; tal, por exemplo, é o Cristo descrito no Evangelho de São João, o qual Evangelho, pretendem-no os modernistas, do princípio ao fim é mera meditação”. (São Pio X, Pascendi, No 4).

Frei Larrañaga repete a heresia modernista.

Logo, ele é um herege modernista.

Eis como, segundo São Pio X, os modernistas aplicam tais ideias à Pessoa de Cristo:

“Na pessoa de Cristo, dizem, a ciência e a história não acham mais do que um homem. Portanto, em virtude do primeiro cânon deduzido do agnosticismo, da história dessa pessoa se deve riscar tudo o que sabe de divino. Ainda mais, por força do segundo cânon, a pessoa histórica de Jesus Cristo foi transfigurada pela fé; logo, convém despojá-la de tudo o que a eleva acima das condições históricas.

Finalmente, a mesma foi desfigurada pela fé, em virtude do terceiro cânon; logo, se devem remover dela as falas, as ações, tudo enfim que não corresponde ao seu caráter, condição e educação, lugar e tempo em que viveu. – É em verdade estranho tal modo de raciocinar; contudo é esta a crítica dos modernistas”. (São Pio X, Pascendi, no 1).

E ainda:

Assim, querem que Cristo não tenha dito aquelas coisas que parecem não estar ao alcance do vulgo.

Por isto eliminam da sua história real e transportam para a fé todas as alegorias que se encontram nos seus discursos. E com que critério, perguntamos, se guiam eles nesta escolha? Pela consideração do caráter do homem, das condições em que se achou a sociedade, da educação, das circunstâncias de cada fato; em uma palavra, por uma norma que, se bem a entendemos, se resume em mero subjetivismo. Isto é, procuram apoderar-se da pessoa de Jesus Cristo e como que revestir-se dela, e assim lhe atribuem, nem mais nem menos, tudo o que eles mesmos fariam em circunstâncias idênticas. Assim, pois, para concluirmos, a priori, e partindo de certos princípios que admitem, embora afirmem que os ignoram, na história real afirmam que Cristo nem foi Deus, nem fez coisa alguma de divino; e como homem, que ele fez e disse apenas aquilo que eles, referindo-se ao tempo em que viveu, acham que podia ter feito e dito”.

“Depois de fazer o tríplice corte acima referido, passa todo o restante para a história real, e entrega a outra parte à história da fé, ou noutros termos, à história interna. Os modernistas põem grande empenho em distinguir estas duas histórias; e, note-se bem, contrapõem à história da fé a história real, enquanto real. Daí resulta, como já vimos, um duplo Cristo; um real, e outro que, de fato, nunca existiu, mas pertence à fé; um que viveu em determinado lugar e tempo, outro que se encontra nas piedosas meditações da fé; tal, por exemplo, é o Cristo descrito no Evangelho de São João, o qual Evangelho, pretendem-no os modernistas, do princípio ao fim é mera meditação”. (São Pio X, Pascendi).

É exatamente isto que faz Frei Inácio Larrañaga escrevendo um novo evangelho apócrifo, fruto de sua imaginação romântica e de sua doutrina herética modernista.

Para isto, Frei Larrañaga não teme distorcer as palavras do Evangelho até dizer o oposto delas.

Por exemplo, São João começa seu Evangelho com as palavras:

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14).

Frei Larrañaga se atreve a escrever:

“O silêncio se fez carne e habitou entre nós” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Loyola, São Pulo, 1989, 8a edição, p. 15).

Ora, substituir a palavra Verbo por “silêncio”, é afirmar o contrário do que disse o Evangelho. Silêncio é a ausência de som, a ausência de verbo. Frei Larrañaga, trocando o termo Verbo por silêncio, no fundo, estaria negando a substancialidade do Verbo de Deus. Estaria negando a encarnação.

E isso torna a sua frase suspeita de heresia.

Mas, como esse autor já fizera entender que, para ele a Divindade é o Nada-Vazio, o “Abismo”, nada mais coerente do que afirmar, então, que nessa divindade – não há nada de Verbo, e sim “silêncio”. Aliás, os gnósticos Simão Mago e Valentino usavam esses mesmos termos, Abismo e Silêncio, ao se referirem à Divindade.

Eis o que dizia o gnóstico Simão Mago:

“A raiz só e única, é o Silêncio insondável, potência pré-existente e sem limite que existe em sua unicidade. Ele se ativa a si mesmo e toma um aspecto determinado mudando-se em Intelecto (Nous, isto é, Espírito) do qual emana o Pensamento (Epinoia) concebido no seio da unicidade. Intelecto e Pensamento não são mais um, mas dois (…)” (Hans Jonas, La Religion Gnostique, Flammarion, Paris, 1978, p. 144).

E eis como Hans Jonas expõe a doutrina do gnóstico Valentino:

“Eis a doutrina secreta:

“Nas alturas invisíveis e inumeráveis, existe um Éon perfeito pré-existente, chamado Antes-do-Começo, Pró-Pai e Abismo. Ninguém ou coisa alguma pode compreendê-lo (captá-lo, contê-lo). Ele permanece tranquilo e em profundo repouso. Com ele coexiste a Ennoia (Pensamento) também chamada Graça ou Silêncio. Um dia, este Abismo teve o pensamento de projetar fora de si mesmo o Começo (Princípio) de todas as coisas e, como uma semente, ele depositou este projeto no seio do Silêncio, coexistente com ele, e ele concebeu e gerou Intelecto (Nous, masculino), (…)”  (Hans Jonas, La Religion Gnostique, Flammarion, Paris, 1978, p.  236-237. Os sublinhados e negritos são meus).

O pensamento heterodoxo de Frei Inácio Larrañaga fica patente nas seguintes palavras dele:

“As datas cruciais de sua cronologia — [da história de Jesus Cristo] – como a de seu nascimento, o início da evangelização, sua paixão e morte, tudo está envolto na névoa, sujeito a discussão e dúvida.” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 15).

Com tais palavras, Frei Larrañaga põe em dúvida toda a vida de Jesus, assim como sua paixão e morte. Ora, é sobre a sua vida e especialmente sobre a Ressurreição de Jesus Cristo, fato histórico, verdadeira e objetivamente ocorrido, que se fundamenta a nossa Fé católica. Diz São Paulo, que, “se Cristo não ressuscitou, é pois vã a nossa pregação, é também vã a nossa Fé” (1Co 15,14).

E prossegue Frei Larrañaga como discípulo do herético Loisy:

“Também existem grandes lacunas sobre os itinerários de Jesus em sua atividade evangelizadora, como também sobre a localização topográfica de suas andanças apostólicas. Em síntese, não podemos dar-nos ao luxo de dispor e de oferecer uma biografia documentada, historicamente convincente, porque o que nos foi transmitido pela comunidade cristã primitiva é um amálgama de elementos históricos de maior ou menor autenticidade, e confissões de fé de tal maneira misturadas que é difícil separar o Cristo da fé do Cristo histórico, com a agravante de que as bases desse Cristo histórico dificilmente resistem a uma análise severa de acordo com os princípios de uma historiografia rigorosamente crítica” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989 , 8a edição, p. 15).

Está aí chapadamente declarada a afirmação modernista de que os Evangelhos são um produto da “comunidade cristã primitiva” que nos teria transmitido relatos pouco fundamentados da história de Jesus, que não resistiriam à análise do método histórico crítico, como afirmava o herege excomungado Alfred Loisy.

O que não resiste a uma análise nem superficial é a ortodoxia do romântico e modernista que estamos focalizando.

Se esse frade, autor de obras nefastas, rejeita como não históricos os fatos narrados nos Evangelhos, em sentido oposto, ele é todo compreensivo para os evangelhos apócrifos, que normalmente são gnósticos.

Diz o frade herege:

É assim que podemos dispor hoje dos chamados evangelhos da infância. E, coisa incrível, a Mãe, fazendo seguramente esforços supremos para extrair do imenso poço desses trinta anos alguns episódios relevantes ou simplesmente interessantes, não encontrou nada válido, nada que, a seu entender, valesse a pena ser ressaltado, a não ser a cena dos doze anos no templo” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 17).

Repare-se a ausência de qualquer crítica aos Evangelhos da Infância, embora eles sejam apócrifos, do século III e estejam cheios de pensamentos gnósticos e lendários.

Jesus vira Deus?

Evidentemente, Frei Larrañaga repete a doutrina modernista sobre a divinização do homem Jesus, coisa que como já vimos, ele ensinara em outra de suas obras que já analisamos (Suba Comigo Para um Novo Encontro – análise do livro de Frei Inácio Larrañaga, Suba Comigo, Paulinas, São Paulo, 15a edição, p. 41).

Para o escritor em foco, Jesus era um simples homem que, por meio de uma experiência mística interior, experimentou Deus. Virou Deus ao se identificar com Ele.

Diz Frei Larrañaga que “Jesus era um rapaz normal, mas diferente” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 34).

Numa certa noite, ele saiu para o campo e “naquela noite, o Pai se abriu ao Filho sem medidas nem controles. O Filho correspondeu plenamente e, por sua vez, abriu-se inteiramente ao Pai. Os dois se olharam até o fundo de si mesmos com um olhar de amor. E esse olhar foi como um lago de águas profundas e claras em que ambos se perderam num abraço em que tudo era próprio e tudo era comum, recebiam tudo e davam tudo, e tudo era comunicado num inefável silêncio, como quando chegam até nós as melodias das estrelas” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989 , 8a edição, pp. 35-36).

Que texto romântico!

Que troca de olhar sob a melodia das estrelas! Até parece filme de amor de Holywood!

Frei Larrañaga nega o valor histórico dos Evangelhos, e quer que se acredite nessa baboseira romântica modernista, fruto de uma imaginação mais do que sentimental, sensual.

É ousadia inacreditável!

E prossegue esse frade sentimentalmente:

Fixos os olhos numa estrela, azul, tomadas e concentradas suas energias no Foco de Amor que é o Pai, estouraram as emoções. O amor e a intimidade travaram um duelo singular no coração ardente do Jovem, no sentido de que quanto maior era o amor, maior era a intimidade, e quanto mais alta a intimidade tanto mais alto era o amor. E assim a velocidade interiorizante foi aceleradamente devorando todas as “distâncias” entre o Filho e o Pai. Dessa maneira, consumou-se o duelo entre o amor e a intimidade, e os dois chegaram ao êxtase, à posse, à quietude, à totalidade, à eternidade”. (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, pp. 36. Os destaques são meus).

Deus Pai e Deus Filho ambos “chegaram ao êxtase, à posse, à quietude, à totalidade, à eternidade”???

Deus Pai e Deus Filho, pela emoção, amor e intimidade chegaram ao êxtase? Chegaram à eternidade?

Quer dizer que Deus Pai não era eterno? Que Deus tinha emoções? Que absurda Teologia romântica é essa?

Foi aí que a ternura e a confiança levantaram um voo irresistível até transformar-se em gigantesco terebinto de amplíssima copa que, com sua sombra, foi cobrindo os impulsos vitais desse Jovem normal e diferente. Suas artérias tornaram-se rios caudalosos de doçura, e por todas as partes brotaram nele vertentes de confiança, dirigidas para o centro do Amor…

Essa ‘páscoa’ não se consumou, naturalmente em uma só noite. Foi um longo caminhar através de vários anos, como em tudo que é humano. O Jovem foi avançando de sol a sol, noite após noite, mar adentro, cada vez mais longe, na rota ascendente que leva ao alto manancial do Amor, o Pai.

“Com um temperamento tão sensível quanto o seu, o Jovem foi dando passo após passo, experimentando progressivamente diferentes .sensações, e percebendo cada vez com maior clareza que Deus não é precisamente o Temível do Sinai”. (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 36).

Para Larrañaga, o Jovem Jesus, um ser simplesmente humano, teria experimentado diferentes sensações, concluindo que Deus não era o Terrível Deus do Sinai. Ora, Jesus era Deus e homem e não simplesmente um Jovem com sensações. Frei Larrañaga distingue o Deus de Jesus como outro, diferente e até oposto ao Deus do Sinai. O Deus do Novo Testamento seria outro que o Deus do Antigo Testamento. E isso era o núcleo da heresia do gnóstico Marcion.

E continua o herético livro em foco:

Para o vértice do amor

Sigamos o Pobre de Nazaré em sua ascensão. Quantos anos teria a essa altura? Vinte, vinte e cinco? De sol a sol, noite após noite, incessantemente, com seu temperamento sensível e sua profunda piedade foi entrando progressivamente no mar, enquanto a Mãe trabalhava no sagrado tear à luz de uma lâmpada, e José e Jesus trabalhavam o pinheiro, o carvalho, o cipreste, transformando-os numa ou num berço. Nesses anos da   juventude de Jesus acontece a mais alta e transcendente transformação interior de todos os tempos”.

“Em sua própria carne, Jesus chegou a experimentar que   Deus não é antes de tudo, temor, mas amor.   Não é primordialmente justiça, mas misericórdia. E nem mesmo é, antes de tudo, Majestade, Excelência, Santidade, mas perdão, cuidado, proximidade, ternura, solicitude. Por isso é preciso chamá-lo com outros nomes. Daqui diante não vai mais ser chamado de Javé, mas de Pai, porque o que tem e faz o que faz um pai ideal deste mundo: está sempre perto, compreende, perdoa, preocupa-se, protege, estimula. Depois de experimentar o que Jesus   experimentou, não dava mais chamá-lo senão com esse nome que encerra o que há de mais de amor neste mundo: Pai. Alterava-se assim, de certa maneira, o primeiro mandamento, que, daí em diante, não vai mais em amar a Deus e sim em deixar-se amar por Deus, já que os amados amam, só os amados amam, e os amados não podem deixar de amar, como a luz não pode deixar de iluminar. Foi um mundo novo, e a mais alta revolução na pátria do espírito”. (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, pp. 36-37. Os destaques são meus).

Isso, simplesmente, é mentira.

Deus ama sempre a todos, e nem por isso os homens amados por Deus o amam. E é mentira que depois da experiência imaginária que o jovem Jesus teria sentido em sua carne, ficou modificado o primeiro mandamento da lei de Deus, que não seria mais o de amar a Deus sobre todas as coisas, mas em deixar-se amar por Deus.

Isso tudo é um absurdo!!!

Ao Doutor da Lei que perguntava a Cristo, no Evangelho:

“Mestre, qual é o grande mandamento da lei?, Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. Este é o máximo e o primeiro mandamento” (Mt 22,36-38).

Como, então, esse frade atrevido ousa dizer o contrário do que Jesus Cristo ensinou?

De onde tirou ele esse mandamento absurdo e oposto ao que Jesus disse? Retirou ele essa louca inversão do primeiro mandamento de sua imaginação delirantemente romântica? Como esse frade foi aprovado por autoridades de Roma?

Como Dona Margarita Cano ousou ameaçar quem criticou esse frade inventor dessa lei falsa, em vez de condenar quem ensinou o contrário do que Jesus disse?

Como tantos católicos leram essa mentira e acreditaram nela?

Como a cegueira cegou tantos, que talvez tivessem boa intenção ao procurarem essas maléficas Oficinas de Oração e Vida, que são, na realidade, Oficinas da Mentira e da Morte?

 

* * *

 

Jesus teria tido então “a mais alta experiência religiosa de todos os tempos” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, pp. 39).

Para Frei Larrañaga Jesus é então um puro homem, um jovem diferente, que no máximo virou Deus.

Por isso, ele o chama apenas de profeta ( pp. 170 e 190 do livro em foco). Por isso, ele diz que Jesus discutiu com São João Evangelista “com impaciência”, por causa do rigor do Precursor (cfr. Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989 , 8a edição, pp.56- 57).

Depois de ser batizado por São João, o Jesus de Frei Larrañaga ficou com dúvidas, e se perguntou se a voz de Deus, que se manifestara nessa ocasião, fora realidade ou ilusão:

Onde está a verdade? Será que não foi um sonho, um bater de asas, um ressoar de vozes vazias sobre minha cabeça, lá no rio? A perturbação subiu a seu rosto sobre o poço de sua alma” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, pp. 39).

Positivamente, o Jesus de Frei Larrañaga não é o mesmo dos Evangelhos, não é o Filho de Deus encarnado. O Jesus de Frei Larrañaga não é o Deus que a Igreja Católica adora, e que nos redimiu na cruz.

O Jesus de Frei Larrañaga é um delírio romântico fruto de uma imaginação delirante

Para esse frade, Jesus se considerava apenas um profeta, pois, quando O acusaram de blasfêmia, Ele teria assim reagido:

Esse comentário doeu na alma de Jesus: chamar de blasfemo um profeta cuja vida não tinha outro sentido nem outra paixão senão soltar ao vento o nome de Deus e seus interesses… era demais” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p.190. O destaque é nosso).

E ainda:

“Essa presença feminina, tão copiosa e constante, em torno do profeta de Nazaré…” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p.170. O destaque é nosso).

De novo, Frei Larrañaga deixa em dúvida se Cristo é Deus, pois, como Caifás e Maomé, ele O considera apenas um profeta.

Frei Larrañaga diz coisas inacreditáveis sobre Jesus, que só teriam cabimento se Cristo não fosse Deus:

Respiram no coração do Pobre [Jesus], agachadas na penumbra, forças obscuras, conaturais e selvagens (…)” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p.73. O destaque é nosso).

Pois então, no Sacratíssimo Coração de Jesus haveria “forças obscuras, conaturais e selvagens”???

Isso é uma blasfêmia!

Como um frade se atreve dizer tal blasfêmia e continua sendo considerado católico e piedoso? Como ele pode ter sido aprovado por autoridades em Roma? Como Dona Margarita Cano não protestou contra essa blasfêmia, ela que deve bem conhecer a obra do líder de seu movimento?

No Evangelho, Jesus – Verbo de Deus encarnado – se declarou A Verdade:

Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6).

Mas, no evangelho falso desse frade, cuja obra temos o desprazer de analisar, Jesus não sabe onde está a verdade, e se pergunta sobre si mesmo:

Onde está a verdade? Será que não foi um sonho – [as palavras de Deus Pai no Batismo de Cristo] – um bater de asas, um ressoar de vozes vazias sobre minha cabeça, lá no rio? A perturbação subiu a seu rosto sobre o poço de sua alma” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p.72. O destaque é nosso).

O Jesus de Frei Larrañaga não sabendo onde estava a verdade, não seria Deus. Cristo então não seria A Verdade.

Ele seria a ilusão. A mentira.

O Cristo de Larrañaga tinha dúvidas. Ficava incerto. Não sabia o que responder. Tudo isso se lê nessa obra nefasta que estamos analisando

Frei Larrañaga não é cristão, pois não crê na Divindade de Jesus Cristo

Jesus e a Moral

O livro que estamos focalizando defende uma doutrina completamente anomista, sem lei moral.

O Deus revelado por Jesus Cristo, diz Frei Larrañaga, não exigiria conversão e nem a prática dos mandamentos. Pelo contrário, ele afirma que Deus prefere os pecadores, enquanto pecadores mesmo, e sem exigir ou querer a sua conversão.

Claro que um leitor poderia considerar que é impossível que um padre defenda essa doutrina anticatólica, e quereria ler com seus próprios olhos onde está escrito tal delírio. Pois aí vão as citações inacreditáveis de Frei Larrañaga sobre o cumprimento da lei de Deus, desorientando os membros de suas Oficinas de Oração e Vida para uma falsa Moral, e, portanto, corrompendo-os:

“As autoridades de Israel bem sabiam que Deus é clemente e misericordioso, e isso era constantemente lembrado pela Tora. Mas essa benevolência divina, como eles a entendiam, estava reservada aos justos. Se os pecadores quisessem merecer a liberalidade divina tinham de deixar primeiro de ser pecadores. Só quando abandonassem seus desvios e empreendessem o caminho da retidão é que seriam objeto da benevolência de deus, porque a graça é um presente que só se dá ao justo”.

Em contraste com esses princípios, o amor do Pai, segundo as novidades anunciadas por Jesus, oferecia-se sem condições prévias, precisamente aos desviados e pecadores. Essa novidade, como é óbvio, deixava as coisas como se o comportamento moral não importasse aos olhos de Deus. E isso, para eles, era extremamente grave.

“Em toda religião, máxime na teologia judaica, a conduta moral qualificava de tal maneira a relação do homem com Deus que invalidava ou convalidava a autenticidade dessa relação. Como a religião de Jesus não era assim, ficavam invalidados os alicerces de toda religião, e além disso, a novidade de Jesus, que poderíamos chamar de gratuidade absoluta da iniciativa divina, atentava de certa maneira contra a ética e a moral.

“Os fariseus não percebiam que, impondo condições a amor de Deus (se querem receber a benevolência divina, convertam-se primeiro) de fato estavam negando o amor de Deus, porque o amor que se move por interesse e impõe condições já não é amor, por princípio. O pensamento de Jesus é diametralmente oposto: se os pecadores começarem a experimentar a misericórdia de Deus enquanto estiverem afastados, logo vão sentir um forte desejo de voltar para Deus. Mas o amor verdadeiro (de Deus) nem sequer se propõe essa meta longínqua da conversão. Deus ama por que Ele “é” Amor. Isso é o que chamamos de gratuidade, não tem objetivos ou motivos, não é a verdadeira volta completa ou revolução do Evangelho. Em seu tempo, foi o motivo central e profundo dos atritos entre Jesus e as autoridades judaicas.

“Dessa novidade evangélica, exposta com clareza e insistentemente nas parábolas, no sentido de que Deus está interessado precisamente nos pecadores, e estes estão tão ou mais perto de Deus do que os justos, dessa doutrina era inevitável que surgisse, como reação, o escândalo, a indignação e a confrontação integral por parte dos guardas da ortodoxia” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, pp. 184 -185. Os destaques em negrito e sublinhado são meus).

Então, ficou claro o que ensina Frei Larrañaga?

Esse frade modernista ensina que Deus não exige, nem de longe, a conversão do pecador, e que os pecadores estão mais perto de Deus do que os bons que observam os mandamentos.

Como então, aqueles que seguem a orientação desse frade agirão? Será que eles abandonarão os seus pecados, e quererão, conforme garante o frade, ficar longe de Deus?

Claro que preferirão continuar pecadores.

É difícil abandonar uma vida de pecado. Mas, se um frade de renome diz que, continuando pecador, se continua a ser preferido por Deus, e que Jesus não exige a conversão e nem que se abandonem os pecados, é claro que as pessoas tenderão a não se converter, preferindo permanecer em pecado.

O que frei Larrañaga ensina é completamente contra o que Jesus ensinou. Ele transmite uma falsa noção de perdão e de misericórdia

Cristo perdoou a mulher adúltera arrependida, mas não lhe disse que continuasse pecando. Pelo contrário disse-lhe: “Vai, mas não peques mais” (Jo 8,11).

Nosso senhor disse expressamente ao moço rico: “Se queres entrar na vida eterna, guarda os mandamentos” (Mt 19, 17). Portanto, ninguém pode salvar-se se não deixar de pecar.

Frei Larrañaga ensina o oposto da doutrina de Cristo.

Como um frade que ensina essa doutrina pecaminosa foi aprovado pelas autoridades do Vaticano, como me garantiu Dona Margarita Cano?

E é mentira o que diz esse frade anomista que Jesus ensinou uma doutrina moral contrária à Lei do Antigo Testamento, pois Jesus nos disse:

“Não julgueis que vim abolir a lei, ou os profetas; não os vim destruir, mas sim para os cumprir. Porque em verdade vos digo, antes passarão o céu e a terra, que passe da lei um só jota ou um só ápice, sem que tudo seja cumprido. Aquele pois que violar um desses mandamentos mais pequenos, e ensinar assim aos homens, será considerado o menor no reino dos céus” (Mt 5,17-19).

E Frei Larrañaga ensina a seus pobres seguidores das Oficinas de Oração e Vida que podem continuar a ser pecadores e violar todos os mandamentos da lei. E que permanecendo pecadores serão os mais amados por Deus. É a mesma doutrina de Lutero.

Frei Boff – outro frade – ensinava que Deus preferia os pobres por serem pobres. Frei Larrañaga ensina que Deus prefere o pecador por ser pecador. É a opção preferencial pelos pecadores.

Azar então dos justos?

Eis as palavras de Frei Larrañaga:

Nesse jogo de conceitos e atitudes, Jesus estabeleceu uma revolução copernicana: um homem, justamente por ser pobre (pecador…) tinha garantida a predileção divina” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 186).

E desde quando pecador e pobre podem ser colocados como termos sinônimos? Nem todo pecador é pobre.

Nossa Senhora, no Evangelho diz que “Misericórdia de Deus é para aqueles que o temem” (Lc 1,50).

 Isso é oposto ao que diz Frei Larrañaga para quem a predileção divina seria para os pecadores que não temem a Deus.

Essa doutrina imoral que Frei Larrañaga apresenta como sendo a do Evangelho, é confirmada por seu relato das Bem Aventuranças.

Depois de uma introdução completamente romântica, escreve Frei Larrañaga que Jesus teria dito:

“Bem aventurados todos os pobres do mundo, porque de vocês é o reino de Deus” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, p. 174. O destaque é meu).

Escrevendo isso, o autor em foco falsifica a palavra de Nosso Senhor no Evangelho, porque Jesus nunca disse que “todos os pobres são bem aventurados, mas somente os que são pobres de espírito. Nem mesmo todos os materialmente pobres são bem aventurados. Frei Larrañaga ousa falsear completamente o texto do Evangelho. Pior que romance, pior que desonestidade intelectual de falsear um texto, é dizer algo que vai contra a Fé, e que, por isso mesmo, é herético.

E ele vai inventando bem aventuranças a seu capricho.

Por exemplo, diz ele:

“Bem aventurados os que são transparentes como essas crianças, porque elas terão visões mágicas (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, p. 179. O destaque é meu).

Visões mágicas? Isso é puro delírio. Isso não é católico.

E quem pretende ser “transparente” são os mensaleiros do PT.

Frei Larrañaga, porém, não se preocupa por contrariar os Evangelhos. Ele os crítica, pois escreve: “infelizmente, longos capítulos evangélicos estão ocupados por uma atividade tão pouco evangélica como a controvérsia” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 187).

Esse frade ousa afirmar esse despautério, essa contradição de clamar ao céu vingança: os evangelhos infelizmente narram atividades pouco evangélicas (???).

O que vale para o fundador das Oficinas de Oração e Vida não é o que está dito nos Evangelhos, mas o que ele imagina que deveria ter acontecido, pois já na epígrafe desse livro absurdo ele colocara: “As coisas não são como são, mas como se lembram”.

As coisas então seriam como nos lembramos delas, e não como elas são.

Se esse frade herege fosse sincero, em vez de colocar “como se lembram”, deveria ter posto: “as coisas devem ser como eu, Frei Larrañaga, as imagino”

Esse frade é um heresiarca fundador de outra religião.

Católico ele não é.

Veja-se mais um exemplo de deturpação expressa e proposital do Evangelho que ele comete sem o menor escrúpulo:

Ao narrar o aprisionamento de Jesus no Horto das Oliveiras, conta ele a cena a seu modo romanceado e anticristão:

—A quem procuram?

— A Jesus, o nazareno.

— Sou eu.

“Quando lhes disse: sou eu, afastaram-se e caíram no chão” (Jo 18,6) Isso não quer dizer que, literalmente, caíram todos por terra, mas que a segurança e a presença de ânimo que se refletiram no rosto de Jesus deviam ser tais que os soldados não se atreveram a dar um passo à frente” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p.312).

Então, esse frade atrevido e romântico, não só ousa inventar o que não está no Evangelho, mas, além disso, se atreve a negar o que neles está explícito: isto é, que quando Jesus afirmou, como Deus, “Eu sou”, a majestade divina afirmando-se jogou por terra todos os que vinham prendê-Lo.

Como um frade que escreve tais falsidades e faz tais deturpações dos Evangelhos foi aprovado pelas autoridades vaticanas, aquelas, as amigas de Dona Margarita Cano?

Frei Larrañaga, o Advogado de Judas 

Para finalizar este capítulo sobre a moral e os textos dos Evangelhos, uma palavra sobre a opinião caínita de Frei Larrañaga a respeito de Judas Iscariotes, o traidor e ladrão, aquele que Bento XVI acaba de qualificar como “homem imundo” (Cfr Bento XVI, Homilia da Quinta Feira Santa de 2006).

É sabido que até um advogado do diabo existia nos antigos processos de canonização. Depois do Vaticano II, os Bispos modernistas aposentaram o diabo, e junto, destituíram o seu advogado. Agora, descobri que Frei Larrañaga se tornou o advogado de Judas. Ainda não é o advogado do próprio chifrudo, mas só do filho dele.

Sobre Judas, Frei Larrañaga escreve alguns parágrafos com o sub título O Mistério de Judas (Ob., cit. p. 281) onde ele diz:

Para a tradição Judas é um personagem central no drama da paixão. Apesar disso, achamos que sua imagem foi desfigurada, começando pela tradição pós-pascal, que projetou sobre ele uma sombra muito escura: a avareza, a traição por um punhado de moedas. É com essa imagem Judas passou para a posteridade. Mas nós nunca vamos entender as razões pelas quais Judas agiu assim, provavelmente, nem ele mesmo as entendia. Para ter uns vislumbres de compreensão de sua conduta, temos de mover-nos no campo das conjeturas e das deduções” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p.281).

Para Larrañaga, vale o que Larrañaga acha, não o que diz o Evangelho.

E por vai o autor imaginando que Judas foi movido por seus “complexos de culpa” chegando ao desespero e ao suicídio. E conclui o imaginativo Larrañaga:

Um avarento não reage desse jeito” (…) “Por isso é preciso descartar a avareza como o móvel principal da traição de Judas. (…) Judas amava desesperadamente a Jesus (…) é possível que fosse um dos mais ardentes seguidores do Mestre (…) É provável que devamos deixar de lado também a ideia de traição, para falar de preferência de uma tática”.

“Mas temos dificuldade para crer que Judas pretendesse causar dano a Jesus, como dissemos acima. Por isso, no caso de Judas, seria preciso falar não tanto de uma traição como de uma tática, que corresponde a outra zona de sentimentos” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p.282).

O que Frei Larrañaga confessa “ter dificuldade para crer” é na palavra dos Evangelhos que nos dizem que Judas foi traidor e ladrão mesmo

O Evangelho de São Mateus chama Judas de traidor:

“O traidor tinha lhes dado este sinal: Aquele a quem eu der um ósculo, é esse. Prendei-o” (Mt 26,48).

São Marcos diz:

“Ora, o traidor tinha lhes dado uma senha, dizendo: “aquele a quem eu oscular, é esse. Prendei-o e levai-o com cuidado” (Mc 14,44).

São João conta que Judas reclamou do desperdício feito pela pecadora que derramou um perfume muito caro sobre Jesus, dizendo que se poderia tê-lo vendido e dado o dinheiro aos pobres. E São João diz então sobre Judas, esse defensor da Teologia da Libertação:

Disse isso, não porque se importasse com os pobres, mas porque era ladrão, e, tendo a bolsa, roubava o que se lançava nela” (Jo 12,6).

Portanto, São João chama expressamente Judas de ladrão.

Mas, nenhum desses testemunhos dos Evangelhos vale para Frei Larrañaga. Vale o que ele acha: que Judas nem foi ladrão e nem traidor. E se não se precisa crer no que dizem expressamente os Evangelhos, porque Dona Margarita Cano exige que eu creia na imaginação romântica de seu intocável Frei Larrañaga?

E lá vai esse Frade cavalgando a sua imaginação, inventando diálogos entre Judas e os sacerdotes judeus para confirmar sua tese inventada: Judas não era nem ladrão e nem traidor. Era um “ardente idealista” (Op. Cit. P. 282) que pretendia só “submeter Jesus a uma prova de fogo: colocá-lo nas mãos dos romanos para ver como se saía dessa Assim poderia comprovar se era o verdadeiro Messias ou um embusteiro Por isso, foi mais uma tática do que uma traição” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p.282).

Neste último mês, se noticiou a descoberta de um papiro contendo um conhecido apócrifo gnóstico; o Evangelho de Judas, contra o qual já prevenira Santo Irineu, nos primeiros séculos do Cristianismo. Claro que, numa época de tantos crimes e heresias, no tempo em que vicejam padres pintos e cardeais sem crista de galo, em que o semi Frei Betto é tido como teólogo, e o comunista apóstata Boff é tido como místico,  jornalistas larranhaguentos tinham que manifestar entusiasmo pelo Evangelho de Judas.

E que foi esse apócrifo? Foi um falso evangelho que apareceu lá pelo ano 180 depois de Cristo, e que foi elaborado pela seita dos ofitas ou naassenos (Ophis, em grego, assim como naas, em hebraico, significam serpente).

Os gnósticos cainitas – como todos os demais gnósticos – condenavam a matéria e julgavam o Deus criador do mundo como mau. Seu inimigo, Lúcifer, a serpente, então, seria o Deus bom. Por isso, os ofitas e cainitas consideravam maus Abel, Abraão, Jacó e Moisés, que o Criador do mundo abençoava… Bons, para eles, seriam os malditos de Yahwé: Caím, Esaú, Coré e Judas. Daí terem um Evangelho de Judas, do qual se tem falado tanto, hoje em dia. Ora, esse falso evangelho – hoje recebido tão festivamente por este século de homens honestos como mensaleiros e fiéis como Calabar – diz que Judas havia ajudado a Cristo a realizar a sua missão, combinado com o próprio Jesus. Daí, Judas teria sido bom.

Padre Larrañaga não diz exatamente isso, mas, como advogado ad hoc de Judas, contestando o que os santos Evangelhos afirmam, diz então que Judas não foi nem traidor e nem ladrão.

Só Larrañaga mesmo!

E ainda Dona Margarita Cano ameaça denunciar-me ao Vaticano, só porque ataquei o advogado de Judas, esse “homem imundo”, traidor de Jesus, e ladrão.

Dona Margarita Cano não tolera que se ataque Frei Larrañaga que se permite contradizer o Evangelho e negar a doutrina de Cristo. Vá lá se entender esse pessoal da Nova Igreja e da Nova Evangelização com seus novos evangelhos larranhaguescamente mentirosos.

Jesus não foi tentado. Teve sonhos

É o que conta o evangelho modernista e apócrifo do fundador das Oficinas as de Oração e Vida.

Assim Frei Larrañaga “explica”, isto é, nega e deturpa, o que se diz nos Evangelhos:

Quando Mateus diz que ‘Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito Santo para ser tentado’ (Mt 4,1), esse ‘ser tentado’ significa: foi levado para esclarecer seu messianismo, e, por consequência, para repelir a concepção triunfalista – [Eta Concílio Vaticano II] – assumindo plena e definitivamente seu destino de Servo Sofredor e Pobre de Deus, de acordo com a indicação recebida no Jordão” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 74).

De onde esse frade delirante tirou essa lorota exegética?

De algum script de filme de Holywood?

 E prossegue esse frade dizendo:

“Nesse contexto, o messianismo político ambiental foi para Jesus a tentação durante toda a sua aventura apostólica – (SIC!!! Um SIC indignado pelas palavras sublinhadas) – Do núcleo histórico dos relatos sobre as tentações do deserto tira-se esta conclusão: Jesus considerou a concepção zelota, isto é, a política do Messias, como sua tentação particular. – [O próprio Larrañaga é que sublinhou, agora, essa tolice inventada nessas suas lendas evangélicas] -. Por política entendemos aqui todos os mecanismos de poder e eficácia diante de um Messias pobre e silenciado” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p.74).

Falando então das tentações de Jesus no deserto, diz esse frei, autor de um evangelho delirante, que, quando estava lá, no deserto, Jesus “Não conseguiu impedir que a perturbação tomasse conta de todo o seu ser, embora não tivesse chagado a se descontrolar” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, pp.83-84).

Imaginem: Jesus com a possibilidade de perder o controle de Si mesmo!

Quem escreveu tal coisa não crê na Divindade de Cristo Jesus. Para ele, Jesus é só um homem e nada mais do que isso. Esse frade nem cristão é.

E lá vai ele desfiando o seu romance, dizendo que Jesus sonhou que estava na margem do Jordão onde havia umas pedras redondas, quando apareceu a seu lado “alguém” que “puxou conversa” com Jesus:

– “Quem é você, o que está fazendo, de onde vem, para onde vai?

— “Sou um penitente em busca do caminho—respondeu o Pobre.” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 82).

Veja-se que absurdo Jesus disse de Si mesmo que Ele era O Caminho. Para Frei Larrañaga, Jesus estava procurando o caminho, e era só um penitente.

E aí o diabo – o diabo, “alguém”, – pergunta a Jesus:

— “Esse caminho já está traçado? Onde? Na montanha? No mar, por acaso?”

– “Está traçado, mas eu não sei onde. Estou procurando.” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 82).

Então Jesus disse que Ele era O Caminho, mas no pseudo evangelho das Oficinas de Oração e Vida, o Jesus do Frei fundador desse movimento, garante que Jesus não sabia qual era o caminho, e nem onde ele estava. Jesus, como um homem qualquer, procurava o caminho e não sabia que Ele mesmo era O Caminho que estava procurando.

Conclamo, então, aos participantes dessas Oficinas de Oração e Vida:

Se o Jesus de Frei Larrañaga não sabe qual é o caminho, por onde vocês estão caminhando? Para onde vão? Seguindo o que diz esse frade negador de Cristo, onde chegarão?

Escolham: ou aceitam a Jesus Deus e homem, o Jesus dos Evangelhos que é O caminho, A Verdade e A Vida, ou sigam esse falso Jesus de Larrañaga, Jesus sonhador, que não sabe nem qual é o seu caminho.

Saiam dessas Oficinas de Mentira e de Morte. Elas não são católicas, ainda que tenham aprovação dos amigos de Dona Margarita Cano, no Vaticano.

E lá vai o “alguém”- no sonho – convencendo Jesus a fazer das pedras pães:

Lembra-se do pão quente feito por sua Mãe? Pegue essas pedras. Se você é o Filho Predileto, será que vai ser difícil transformá-las em pãezinhos gostosos? (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 83).

Pode haver coisa mais ridícula?

E a segunda tentação teria sido também outro sonho, e não uma tentação real, no qual o “alguém” diz:

Chegou a hora de restaurar o reino de Javé com um banho de sangue.

— E por que não com um banho de amor?replicou docemente o Pobre”

(Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 85).

Essa resposta de Jesus mais tem o estilo de Padre de Missa-Show do que de Nosso Senhor. São os padres modernos que só falam de Amor, palavra que Bento XVI, em sua primeira encíclica, afirmou estar, hoje, muito deturpada.

Hoje, só se fala de amor…

…E o ódio domina o mundo, semeando heresias, cismas, revolta, depravação, crime, violência, aborto e blasfêmia, terrorismo e guerra, tirania e mentira. Foi esse o Reino do Amor trazido pelo Concílio Vaticano II? Essa foi a Civilização do Amor lançada pelo único Concílio meramente pastoral da História?

E, na terceira tentação – mais outro sonho, segundo Larrañaga – o “alguém” ofereceu a Cristo o mundo inteiro para realizar um reino messiânico na terra:

– “Eu sou o deus que dispõe e administra tudo, e ofereço tudo a você numa bandeja de prata para cumprir direitinho o seu destino messiânico” (…)

E Jesus, no sonho, repeliu a tentação derradeira e…

Acordou. Lançou um grito selvagem, triunfal de alegria, um aleluia que fez estremecer os morros desmatados” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 89. O sublinhado é meu).

Jesus dando um grito selvagem… Como se Ele fosse um histérico de torcida festejando gol de vitória.

E pior, Cristo acordou! Portanto, estava sonhando, não foi, de fato, tentado.

Absurdo!

Absurdo e blasfêmia!

 

Erros finais

Se fossemos criticar todas as tolices e heresias desse livro, teríamos que escrever um outro. Terminemos, pois, contando uma ou outra bobagem escrita pelo romancista Larrañaga, esse frade com pretensão a ser um autor de novos apócrifos.

Há uma tolice que vale a pena contar aqui.

Acabamos de vê-lo condenando a política messiânica como a grande tentação de Jesus.  Ora, na página 22 desse evangelho absurdo se lê:

Pela bíblia, ele – [Esse ele é Jesus – sabia que todos nascemos iguais e livres” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 22).

Isso é mentira de Frei Larranãga. Por exemplo, no Eclesiástico, capítulos 23 e 38, se ensina que Deus fez todos os homens desiguais. E Jesus sabia que os homens são desiguais, porque foi Ele que os criou desiguais da ponta do dedo – com a impressão digital única para cada um – até a ponta da alma.

Não é na Bíblia que está escrita a mentira de que “todos nascemos iguais e livres”.

Essa mentira está na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da Revolução Francesa. Mentira essa que foi copiada por todas as constituições posteriores.

A história do caseiro Francenildo e do tesoureiro Okamoto prova que, mesmo no Brasil, a igualdade de direitos dos cidadãos é um mito. É uma historinha da carochinha para alunos de ginásio, historieta na qual nem vereador caipira acredita mais.

E é esse igualitarismo revolucionário, contrário a toda a doutrina de Cristo e ao que diz a Sagrada Escritura que leva o autor em foco a afirmar um feminismo “cristão” e “evangélico”.

De fato, escreveu ele:

“Como se vê, o texto evangélico constata de maneira inequívoca que, junto aos ‘doze’ e em pé de igualdade quanto a companhia e serviço, seguiam-no – [ a Jesus] – ‘algumas mulheres’ (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 169).

E como prova, ele cita os textos do evangelho de São Lucas, nos quais se lê:

Andavam com Ele os doze e algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e de enfermidades” (Lc 7,1- 2) E diz ainda São Lucas, pouco depois, que elas ajudavam a Jesus “com suas posses”.

Nada, nesse texto, dá base para afirmar que Jesus colocava em pé de igualdade os doze apóstolos e as santas mulheres. Isso é delírio feminista de Frei Larrañaga para atiçar devotas fanáticas de suas Oficinas, a se julgarem talvez- iguais aos sacerdotes.

E conclui a exegese feminista de Larrañaga:

Essa presença feminina, tão copiosa e constante, em torno do profeta de Nazaré – (SIC !!! Mais um indignado Sic meu contra chamar Jesus apenas de profeta] – um fato insólito nos costumes dos profetas de Israel, sem paralelismos nos ambientes judaicos. Por isso mesmo, trata-se de um dos dados evangélicos que dão mais originalidade às opções de Jesus, de onde emana sua transcendência” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 170).

Por que esse frade chama Jesus de “profeta”?

Caifás e Maomé aceitariam dar esse título a Cristo.

Quem é católico, porém, faz questão de confessar, com Pedro, que Jesus é o Filho de Deus feito homem. Que Ele é o Verbo de Deus feito carne.

Por que Frei Larrañaga não confessa claramente a Divindade de Cristo?

Frei Larrañaga responde a essa pergunta que lhe fazemos:

É evidente que certos títulos, como Cordeiro de Deus, Messias, Filho de Davi… não dizem nada ao homem de hoje” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 344).

Não dizem nada a quem não tem fé. Não dizem nada a quem segue as heresias larraganhentas desse frade modernista.

Mas, para quem é católico, eles dizem muito. Dizem que Cristo é o Filho de Deus feito homem.

Por fim, não podia faltar a um modernista desse tipo, a malícia de acobertar um de seus pais na heresia, Teilhard de Chardin, colocando o nome desse gnóstico ao lado de um dos maiores santos da Igreja, a fim de que o brilho da glória do santo poverello de Assis caísse indiretamente sobre o tenebroso modernista falsificador do homem de Piltdown:

 “Nem mesmo espíritos de estatura estelar, como São Francisco de Assis ou Teilhard de Chardin, com seus olhos assombrados, conseguiram abarcar as dimensões da inescrutável riqueza de Cristo” (Frei Inácio Larrañaga, O Pobre de Nazaré, Edições Loyola, São Paulo, 1989, 8a edição, p. 343).

 

***

 

Resta perguntar como um autor que escreveu heresias tão descaradas conseguiu ser lido e ser seguido por tantos católicos?

Como um escritor que inventa tais disparates e mentiras sobre Nosso Senhor Jesus Cristo, pode falsificar os Evangelhos de modo tão grosseiro sem ser denunciado?

Como um modernista tão atrevido pode ter seu movimento aprovado até mesmo por autoridades do Vaticano?

Que cegueira caiu sobre os olhos das sentinelas da Fé?

E se fosse apenas ele! E se fossem apenas as tais Oficinas de Oração e Vida que difundissem a impiedade e a morte!

Desgraçadamente, após o Concílio Vaticano II, o que se nota é a proliferação de inúmeros movimentos que se superpuseram às antigas Ordens Religiosas e Congregações: Teologia da libertação, RCC, Neo Catecumenato, Focolari, Arautos do Evangelho, Oficinas de Oração e Vida, Canção Nova, heresia velha e etc. Todos movimentos que crescem como fogo de palha. Todos pretendendo ser inspirados por Deus, pretendendo salvar a Igreja, substituindo-se a ela. Todos tendo a mesma posição fundamental modernista. Todos difundindo como novidades o que velhos heresiarcas propuseram no passado, apresentando com linguagem nova os erros antigos.

Frei Inácio Larrañaga é um modernista e suas obras são fontes de heresias e de erros gravíssimos.

Que Nossa Senhora faça com que os enganados pelos livros e palavras desse frade vejam afinal os seus enganos. Que eles retornem a ler os Evangelhos de Cristo, crendo apenas no que eles dizem, e não no que falsos evangelistas propagam, insidiosamente, com palavras de engano sobre o Filho de Deus feito homem.

 

 

São Paulo, 28 de Abril de 2.006

Orlando Fedeli

 

  1. Pretendemos encerrar aqui a análise dos livros tão heterodoxos de Frei Inácio Larrañaga. Porém, um documento assinado por esse religioso, destinado a orientar as suas malfadadas Oficinas de Oração e Vida têm posição tão contrária ao que manda e recomenda o Papa Bento XVI, que nos vemos obrigados a publicá-lo e criticá-lo a fim de alertar os católicos sobre a postura nefasta desse frade e de sua obra. É o que faremos logo mais, para encerrar esta análise e esta polêmica. O.F.