1233- Infeliz Posicionamento de Dom Morelli

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Orlando Fedeli

Infeliz Posicionamento de Dom Morelli

 

  • Localização: São João de Meriti – RJ

Caro Professor Orlando
Salve Maria!

Sou do Rio de Janeiro. Estivemos juntos em Abril, numa produtiva tarde, onde pude aprender muito e conhecer pessoas interessadas em guardar a pureza da Doutrina Católica. Como o senhor sabe, sou de Duque de Caxias, uma Diocese traumática, que colhe os amargos frutos de uma péssima administração apostólica. Recebendo o jornal “Pilar”, veículo de comunicação da Diocese, pude perceber, explicitamente, o tom da insatisfação de Dom Mauro com a eleição do nosso Papa Bento XVI. Dom Mauro não disfarça e ainda faz algumas colocações insinuando que há duas igrejas: uma européia e outra latino-americana. Reproduzi a carta do Sr. Bispo e exponho-a aqui no site Monfort, aguardando sua respectiva análise, bem como seus comentários igualmente profícuos para minha formação na fé. Desejo, no entanto, deixar claro que a reprodução e cópia da carta, que aqui faço, não quer, de modo algum, desrespeitar a pessoa de Dom Mauro Morelli. Desejo, unicamente, entender o que se passa na cabeça de um homem que, fazendo parte da Igreja Católica como Bispo Diocesano, suscita, nos corações dos fiéis, sentimentos de revolta contra a própria instituição. Espero que o senhor possa ajudar-me a entender melhor este homem, bem como a realidade de uma diocese que está, literalmente, enfraquecida na fé, mergulhada no vazio conseqüente dos discursos marxistas e alienantes que fizeram de tantos órfãos na fé. A questão é tão grave que para assistir à Santa Missa tenho de ir ao Mosteiro de São Bento, no centro do Rio, tamanha a dificuldade de se encontrar um Sacerdote de Cristo.

Passo à carta do Sr. Bispo e aguardo seus comentários.
Um abraço.

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Bento XVI, Um novo Papa

Confesso que não esperava que o conclave fosse tão rápido e o cardeal Joseph Ratzinger, o eleito. Resta-me crer que os cardeais elegeram aquele que Deus escolheu e chamou.

Seja bem-vindo Bento XVI à Comunhão da Igreja no mundo como sinal e referência da unidade e da comunhão. Não lhe faltem sabedoria, amor e saúde para a missão de confirmar a Igreja na Fé e dinamizar a evangelização portadora de vida com dignidade e esperança para a humanidade.

Assim como Bento XV, seja marca de seu ministério a urgência da evangelização. No final da segunda década do Século XX, seu predecessor recolhia restos e ajuntava os cacos da primeira grande guerra. Hoje, no início de novo milênio, se avizinha a grande crise que vai nos conduzir aos primórdios de uma nova civilização.

Torturada por guerras que se sucedem em escalas diferentes, a nossa civilização entra em conflito com o próprio meio ambiente. Nossa presença devastadora atinge alto grau de periculosidade para a vida do planeta. O progresso nos conduziu a um padrão elevado de consumo que gera, em proporções catastróficas, exclusão social acompanhada dos males da fome. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde trinta mil crianças são imoladas cada dia em toda a terra.

Como se situa a Igreja neste contexto? O que espera a Igreja do novo papa?
Seguindo seu Mestre e Senhor, a Igreja deve caminhar com confiança e esperança. Inspirado no Evangelho de Mateus (18), ouso abrir caminho para a resposta a estas questões.

Com autonomia e comunhão, buscando a sabedoria através de questões bem levantadas e formuladas, cultivando o diálogo, vivendo a misericórdia, a partilha do perdão e do pão, alegrando-se com o pluralismo e as diferenças, não tolerando a discriminação e a marginalização, como criança pedindo espaço para a vida, a Igreja torna-se sinal e fermento de uma nova humanidade.

Que o Papa Bento XVI procure com seus irmãos bispos e com toda a Igreja ouvir os clamores dos famintos e excluídos de nosso planeta.

Que a velha Europa, assustada pelos migrantes e apátridas que, semelhantes a lagartas, se arrastam pelo seu solo, se curve até o chão para ouvir e sentir o choro da natureza degradada e de milhões de crianças violentadas em toda a terra.

Que a Igreja Européia desça do trono de sua sabedoria e de suas certezas para um diálogo amoroso com as Igrejas locais esparsas por toda a terra, respeitando-lhes a autonomia, sua compreensão e vivência da Fé, o culto e a administração da própria vida segundo seus costumes e cultura.

Por que continuar impondo aos povos do mundo cultura, teologia e disciplina eclesiástica que já não mais saciam a fome de vida de seu próprio povo?

Seja reconhecido o direito divino de cada comunidade ter seu quadro de ministros e ministras, de pastores e pastoras. Confiemos a Igreja a mulheres e homens eminentes na Fé e excelentes na Caridade, realmente capazes de confirmar na Fé a Comunidade Eclesial e torná-la presença relevante, solidária e misericordiosa no meio de seu próprio povo. Por que manter delegados e embaixadores junto aos que governam os povos, se o Reino de Cristo não se confunde com os reinos do poder e da riqueza? O diálogo com poderes constituídos, exigência e direito da cidadania de cada povo, seja tarefa das Igrejas locais e de seus pastores.

Abre-se nova página da história da Igreja Católica Apostólica de Comunhão Romana sob os olhares perscrutadores de crentes e agnósticos, de poderosos e dos desprovidos de tudo.
Paz e Bem a toda a família humana! Seja esta a sublime missão da Igreja e do novo papa a serviço da Boa Nova de Deus sábio, amoroso e misericordioso.

+ Mauro Morelli – bispo diocesano e promotor de nutrição do SCN-UN
Duque de Caxias, 12 de dezembro de 2004
30o.aniversário de eleição episcopal.

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Muito prezado,
Salve Maria!

É um prazer atendê-lo.
Antes de tudo, faço-lhe notar que o documento de Dom Morelli está datado de “Duque de Caxias, 12 de dezembro de 2004 30o.aniversário de eleição episcopal”.
Nessa data, Dom Morelli ainda era o Bispo diocesano de Duque de Caxias. Como então ele trataria da eleição de Bento XVI que se daria meses depois, em Abril de 2005?
Que confusão é essa?
Teria Dom Morelli aproveitado o texto de um documento escrito anteriormente, para expressar nele o que pensou da eleição de Bento XVI ?
Que estranha confusão a desse Bispo !…
Dom Morelli confessa que não esperava a eleição do Cardeal Ratzinger para Papa.
Desejaria ele a eleição desse Cardeal?
Parece que não, pois o pensamento do Cardeal Ratzinger era contrário ao da Teologia da Libertação adotada por Dom Morelli como verdade absoluta anunciada por Marx, o seu profeta.
Esse Bispo marxistóide ousa distinguir, de modo pouco velado, a Igreja da Europa da “igreja” latino americana, como se a Igreja não fosse Una. Como se Cristo tivesse fundado uma Igreja latino americana.
Dom Morelli fala em comunhão, em termos tais que parece nivelar a autoridade suprema do Papa à autoridade dos Bispos diocesanos.
“Que a Igreja Européia desça do trono de sua sabedoria e de suas certezas para um diálogo amoroso com as Igrejas locais esparsas por toda a terra, respeitando-lhes a autonomia, sua compreensão e vivência da Fé, o culto e a administração da própria vida segundo seus costumes e cultura”.
Na realidade ao pedir isso, o que Dom Morelli está insinuando é que o Papa “desça do trono de sua sabedoria e de suas certezas para um diálogo amoroso com as Igrejas locais”.
O que Dom Morelli insinua é que a Igreja Católica renuncie ao que ele considera pretensão de ter certezas.
E Dom Morelli não deveria descer do trono de sua pseudo “ciência” marxistóide?
E mais. Dom Morelli pergunta ainda:
“Por que continuar impondo aos povos do mundo cultura, teologia e disciplina eclesiástica que já não mais saciam a fome de vida de seu próprio povo?”.
Nessa frase, Dom Morelli exprime seu desejo de acabar com a Teologia católica e com o disciplina eclesiástica, isto é, ele quer que os padres não tenham mais dogmas mas que possam ter sogra…
Abaixo os dogma romanos! Viva a Sogra! Esse seria o grito libertador desses “teólogos” da Libertação, próceres da anarquia teológica e moral.
Na frase seguinte, Dom Morelli faz entrever o seu desejo de que mulheres sejam ordenadas, o que vai diretamente contra o texto de São Paulo, portanto da Revelação:
“Seja reconhecido o direito divino de cada comunidade ter seu quadro de ministros e ministras, de pastores e pastoras”.
A seguir, ele defende o fim da soberania pontifícia pedindo a extinção das Nunciaturas:
“Por que manter delegados e embaixadores junto aos que governam os povos, se o Reino de Cristo não se confunde com os reinos do poder e da riqueza?”
E como fim último da Igreja Dom Morelli coloca o “bem” da família humana e não a maior glória de Deus:
“Paz e Bem a toda a família humana! Seja esta a sublime missão da Igreja e do novo papa a serviço da Boa Nova de Deus sábio, amoroso e misericordioso”.
Fim naturalista, para uma igreja terrena, humana, democrática, sem dogmas, igualitária e pobre. Tal qual a deseja a herética Teologia da Libertação, tal qual a faria o Príncipe deste Mundo
E se o Papa Bento XVI seguir a direção oposta, como a defendia o Cardeal Ratzinger?
Que farão Dom Morelli, Dom Tomás Balduíno e outros Bispos que mais parecem lobos vermelhos devoradores das ovelhas de Cristo?
Desobedecerão, como anunciou Dom Tomás Balduíno ?

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli

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