Orlando Fedeli
Fome da Verdade
- Localização: São José dos Campos – SP
Irmão Fideli,
Que a Paz e o Amor de Nosso Senhor Jesus Cristo
esteja em teu coração e ilumine teu caminho.
Primeiramente me permita minha apresentação;
Tenho 29 Anos, trabalho e curso o 3º ano de engenharia. Já fiz 3 anos de teologia para leigos e tambem já fui mais ligado à igreja, se hoje não o sou é por falta de tempo verdadeiramente.
E mesmo assim, participo das missas e sou membro da Irmandade do Santissimo sacramento, Irmandade esta que ja não existe na maioria das igrejas.
Sempre fui e sou curioso e apaixonado por minha religião, mas no momento gostaria de sua ajuda e opinião no seguinte assunto:
Estou começando a me entristecer com certas atitudes que estou notando na igreja, mas que naq realidade de certa forma sempre ocorreram.
No caso estou falando da forma de como a igreja tem se manifestado com relação ao dizimo , ou ao dinheiro própriamente dito.
È claro que na Escritura se fala do dizimo mas não sei onde fala de porcentagem e se fala ainda não reparei, e oque estou notando muito é como a igreja esta ficando ( que Deus me perdoe ) discarada com relação ao dinheiro.
Se vê obras por toda parte da igreja, compras de terrenos enormes, prédios contruídos que somariam fortunas.
Mas em contra-partida tambem vemos a miséria por todo o mundo, sendo que a igreja é se não me falha a memória uma das maiores detentoras de propriedades no mundo.
Porque então não se faz de uma parte deste montante para ajudar o povo, ou, o povo só serve para acumular ainda mais seus bens?
Já ouvi dizer que isto é obrigação do governo, mas também não é obrigação da igreja a caridade verdadeira?
Amigo, gostaria muito de sua ajuda para me esclarecer esta dúvida e também sua opinião.
Em Jesus e Maria.
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Muito prezado,
Salve Maria.
Fico muito contente pelo fato de que você não tenha mais tempo de frequentar esse Curso de Teologia. E lamento que o tenha frequentado por três anos, pois calculo quantas heresias lhe ensinaram. E me alegro que seja da Irmandade do Santíssimo Sacramento. Não a deixe nunca.
Hoje, os padres, especialmente aqueles que mais falam de assistência aos pobres, fazem do pagamento do dízimo, a grande obrigação dos católicos. Já vi um cartaz numa paróquia que ostentava a seguinte frase: “Seja feliz. Pague o dízimo”. Claro que era o padre que ficava feliz. Como o fariseu que dizia: “Pago o dízimo de tudo quanto tenho”. Pagar o dízimo era o mandamento que escusava o fariseu de toda a sua hipocrisia.
Hoje…
O povo, hoje, tem fome de pão. Mas, muito mais, tem fome da verdade. É a verdade católica que deve ser dada ao povo e não em primeiro lugar comida e assistência.
Cristo levou o povo ao deserto, pois o povo queria ouvir a sua palavra. E Cristo deixou o povo três dias sem comer. Só depois é que multiplicou os pães para saciar o povo que o seguira para ouvir a palavra de Deus. Porque nem só de pão vive o homem, mas de toda palvra que sai da boca de Deus.
Essa preocupação atual com o estômago do pobre, animaliza os homens. Nós não somos, antes de tudo, um tubo digestivo a ser preenchido. Somos filhos de Deus que se alimentam principalmente da verdade.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli