868- Parte 02- Kiko Repete a Doutrina Modernista de Fé que Destrói a Caridade

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Orlando Fedeli

Kiko Repete a Doutrina Modernista de Fé que Destrói a Caridade – Parte 2

 

  • Localização: Brasil

 

Contradições de falsos profetas.

Kiko é repetitivo. Martela sempre os mesmo erros grosseiros:

“O Cristianismo não é uma filosofia, uma doutrina em que se explicam, de forma racional, os ‘porquês’ fundamentais da vida. Ser cristão não é aderir a uma série de verdades abstratas pré estabelecidas. O Cristianismo não é um Tratado” (Kiko, Apostila cit. p. 97).

Por isso, para difundir o Cristianismo não se deve ensinar doutrina nenhuma. Bastaria proclamar que Cristo morreu por nós. Mas — Kiko nem percebe isso — essa também é uma verdade.

“Não se trata de dar uma síntese teológica que fale à razão, mesmo se for feito isso, mas de ouvir um anúncio de salvação” (Kiko, Apostila Cit. 7º Dia. O Querigma (primeira parte) p. 96),

Desse posicionamento anti-racional e antidoutrinário, Carmem tira a conclusão de que não se deve querer ensinar ou convencer ninguém.

“As pessoas não entenderão nada, mas não se preocupem absolutamente. Não procurem convencê-las, dizendo-lhes as coisas que dissemos antes sobre a Penitência. Eu as disse para vocês, para que as tenham como base, para que quando os interrogarem, possam esclarecer melhor; mas não procurem convencer ninguém” (Carmem, Apostila cot. p. 147).

Já na Introdução da Apostila que estamos citando, Kiko afirmou que:

“O Cristianismo não é uma doutrinação” (Kiko, Apostila cit. Introdução, p. IV); que ele “não é uma doutrina” (Idem p. VI).;”é uma experiência” (Idem p. VI); “não é um curso de catequese” (Idem, p. VIII) que Kiko estaria dando aos seus catequistas.

Entretanto, Cristo nos ensinou e mandou seus Apóstolos ensinarem: “Ide e ensinai a todos”

Toda essa ojeriza à verdade e à racionalidade, toda essa recusa em aceitar a Fé como adesão à verdades reveladas por Deus, leva Kiko a asseverar que o Neocatecumenato não tem “forma intelectual”… (Kiko, Apostila, 1º * Dia. Apresentação aos catequistas, p. 1).

Daí a acentuação da Fé como sentimento:

“EM CRISTO, VOCÊ É HERDEIRO DE DEUS, IRMÃO DE JESUS CRISTO. POR ISSO VOCÊ PODE CHAMAR A DEUS: “PAPAI”, ABBA”, SENTINDO ISSO DENTRO DE VOCÊ” (Kiko, Apostila cit. p. 113. O negrito e o sublinhado são meus. A letra grande está na Apostila).

Ao contar o caso de um homossexual de Florença que fez um curso de iniciação no Neocatecumenato, Kiko ressalta o valor do sentir como sendo algo superior ao compreender.

“Lembro-me, por exemplo, de um moço de Florença que, diante de todo o mundo, disse: ‘Eu sou homossexual e bendigo a Deus com todo o meu coração porque sou assim. Ia ao psiquiatra, nunca a psicologia me salvou. Hoje, posso testemunhar, diante de todos vocês, que eu sou salvo pelo poder de Jesus Cristo”

“Dizia isso porque Deus o tinha feito sentir, com uma potência imensa, e ver, com uma clareza enorme, que Deus tinha permitido tal coisa em sua vida para que ficasse para sempre amarrado a Ele. Isso tinha-lhe feito sentir o Senhor até o ponto de ser capaz de dizer diante de todos que Deus, através disto, o tinha apanhado para si e sabia que nunca mais se separaria dele”. (KIko, Apostila cit. pp. 73-74. O sublinhado é meu).

Ao invés de conter verdades, a Fé — exatamente como asseveravam os modernistas condenados por São Pio X — seria uma experiência.

O mesmo repetirão Kiko e Carmem. Esta última, que já recomendara que não se deve procurar convencer ninguém, afirma:

“Não se trata de iniciar uma discussão sobre as idéias que não ficaram muito claras para alguns daqueles que os escutam (isso é perigoso). Trata-se de dar a experiência vivida pessoalmente.” (Carmem, Apostila cit. p. 160. O sublinhado é meu).

Note-se como esse movimento anti racional tem medo de discutir, pois considera isso “perigoso”…

Carmem não aprecia o saber racional, intelectual. Prefere a ele um saber que ela chama de “existencial”.

Que seria um “saber existencial”?

Escutem Carmem:

“Assim é aquele que nasce do Espírito: não sabe para onde vai, se entrega constantemente a Deus; sabe, existencialmente que Deus é amor e se abandona n’Ele” (Carmem, Apostila cit. p. 157. O sublinhado é meu).

Carmem — ela que se peja de seguir uma corrente a-doutrinária e até anti-racional, ela é toda cheia de expressões e termos filosóficos, normalmente mal usados.

Ela fala, por exemplo, em “morte ôntica”, e freqüentemente usa o termo “existencial”, o que a coloca na onda sartriana.

Fica chic! Fica na moda!

Fica até parecendo que essa Carmem, tendo em vista a sua preocupação de estar na moda, seja freira… moderna.

Carmem sempre procura demonstrar que sua crença difere do que sempre foi ensinado na Igreja. Ela é arauto de uma “maneira nova” de acreditar. Ela não tem a Fé que a Igreja sempre teve. Tem uma nova Fé.

“Nós todos pensamos acreditar verdadeiramente que Jesus Cristo ressuscitou, e isto é verdade. A experiência de Cristo ressuscitado, feita pelos Apóstolos, não é uma experiência de ontem: é de hoje, de agora, do presente, de potência de vida” (Carmem, Apostila, cit. O Querigma – 2a. Parte. p. 123 II).

Nesse texto, Carmem distingue a pura crença intelectual na verdade da ressurreição de Cristo, de uma “maneira nova” de crer, que seria não intelectual, mas experimental.

Essa “maneira nova” de ter Fé é a maneira experimental e modernista de crer.

E Kiko imita Carmem.

Veja este exemplo:

“O que faremos, fundamentalmente, será dá-lo a vocês para experimentarem: fazê-los provar a palavra de Deus.

“Para chegar a isso, para que realmente a Palavra de Deus lhes diga algo de existencial, falaremos nestes dois dias de duas palavras de Deus e da-lás-emos para vocês saborearem” (Kiko, Apostila. cit. 12º Dia. Abraão. p. 16. O sublinhado é meu).

Mas não ficou lindo?

Que será que significa dizer “algo de existencial”?

Deve ser suculento.

E mais uma vez Kiko repete as fórmulas de Carmem: “Esta experiência de vida sobre a morte do corpo do homem, é a experiência da fé que os Apóstolos viram e que formou a primeira comunidade” (Kiko, Apostila cit., p. 123 V ).

Desprezo da inteligência.

É claro que esse conceito irracional, sentimental e experimental de Fé tem por conseqüência o desprezo de tudo o que está ligado à fé como virtude intelectual. No Neocatecumenato se menospreza a razão, a filosofia, os conceitos metafísicos e a própria Teologia. Só vale a experiência interior pessoal.

Dou-lhe, meu caro consulente, alguns textos comprobatórios disso, retirados da Apostila de Kiko-Carmem que lhe venho citando.

“A experiência pessoal das pessoas — (sic! poderia haver uma experiência pessoal que não fosse de pessoas?) — vale muito mais do que dar teorias e fazer dissertações; estas com o tempo se esvaziarão.” (Kiko, Apostila cit. 6* Dia, Quem sou eu? p. 82).

Cristo faz afirmação exatamente oposta à de Kiko:

“Passarão os céus e a terra, mas minhas palavras não passarão” (Luc. XXI, 33).

Para o Neocatecumenato, não são as palavras de Cristo que valem, mas as teorias do modernista Padre Bouyer.

Discorrendo sobre o que significava a ressurreição de Cristo para a Igreja primitiva, Carmem afirma que ela era ” a “Luz”, o único sol que tornou possível a existência da Igreja num mundo inútil” (Carmem, Apostila cit, O Querigma, 2a. parte, p. 123 II).

Depois de Constantino, a Igreja teria entrado em profunda decadência — garantem Kiko e Carmem, repetindo a invencionice do modernista Padre Bouyer e dos heréticos Gibelinos antigos.

Carmem prossegue afirmando que a Igreja, — antes do Vaticano II — havia escondido o sol da Ressurreição que ela possuía e que brilhava na Igreja primitiva.

A citação é longa, meu caro, mas como ela é gravíssima e comprova as heresias do Neocatecumenato, eu a coloco inteira:

“Pode-se representar como a imagem do sol (fazer o desenho) — [esse é o nível didático dos encontros do Neocatecumenato: parece orientação pedagógica para magistério primário]. O sol ilumina sempre, mas durante o inverno seus raios são obscurecidos pelas nuvens. Já faz muito tempo, na história, que este sol da Ressurreição — que está presente, pois de outro modo a Igreja não existiria — está escurecido no meio de uma igreja que é pobre, em crise, etc. o que impede os raios da ressurreição de se manifestarem.

“A Igreja tem este sol, mas está escondido, e nós não recebemos esta alegria, esta luz, este calor, esta vida que faz renascer cada dia, da morte, do nosso pecado, a nova criação, que nós vemos brilhar na Igreja primitiva”.

“Eu tento agora dissipar um pouco esta nuvem e dar-vos a possibilidade de escutar, daqui a pouco, São Pedro e São Paulo, que nos proclamarão o cristianismo. Muitos de nós recebemos Jesus Cristo, o Sol, de um modo muito filtrado, e filtrado de tal maneira, que não chega até nós este caminho de vida, de ressurreição. Esta nuvem, nós a podemos chamar hoje de TEOLOGIA e muitos tratados que estão nas bibliotecas. Os Apóstolos não conheciam nada de teologia. Eles tinham uma única certeza interior, a experiência de que Jesus é vivente. Aquele que eles anunciam, nós também vo-lo anunciaremos esta tarde. Não vos anunciaremos a teologia, porque nunca a teologia deu a fé. O Espírito acompanha a Palavra anunciada pelos Apóstolos, não a Teologia. Eu também recebi (como vós) este vento do cristianismo através de uma palavra que nós chamamos REDENÇÃO”. (Carmem, Apostila, cit.p. O Querigma, 2a. parte, 123 III. O sublinhado e o destaque em letras maiores é meu).

E continua a líder do Neocatecumenato:

“Existe, pois, uma grossa nuvem que nos tem impedido de receber a NOTÍCIA, o acontecimento que Deus fez para nós. Os termos teológicos são termos jurídicos — [sic !!!] — segundo a mentalidade da Idade Média. Agora já se cancelou o “JURISDICISMO”. O Concílio Vaticano II — [Le voilà, enfin!!! ] — não fala mais em termos jurídicos, mas fala do MISTÉRIO PASCAL, o que é totalmente outra coisa, pois “pascal” refere-se diretamente à História, à intervenção histórica de Deus com o povo de Israel. Falar da Redenção é uma abstração, ao passo que falar do mistério pascal é história concreta’ (Carmem, Apostila cit. O Querigma. 2a. parte, p. 123 III e 123 IV. O sublinhamento é meu).

Lendo as palavras dessa mulher que pretende dissipar a “nuvem” da Teologia — especialmente da Teologia medieval, que com São Tomas de Aquino, teria toldado o Sol da verdade de Cristo — nos vieram à mente as palavras de São Paulo contra as “mulherzinhas (…) as quais aprendem sempre e nunca chegam ao conhecimento da verdade” (II Tim 3, 6-7)

Imagine-se! A Teologia medieval ocultou o Sol da Ressurreição de Cristo — a Teologia de São Tomás de Aquino toldou o Sol da Ressurreição — e foi preciso chegar Dona Carmem com seu Kiko para dissipar a nuvem negra da Teologia e fazer, enfim, de novo, brilhar na Igreja o Sol de Cristo.

É pretensão e insolência demais!!!

E note, meu caro, que Carmem, aquela que dissipou a nuvem da Teologia e fez renascer o Sol experiencial afirma, com todas as letras, que o Concílio Vaticano II cancelou o Jurisdicismo.

Garante-nos Carmem, essa pitonisa do modernismo neocatecumenal:

“O Concílio Vaticano II não fala mais em termos jurídicos, mas fala do MISTÉRIO PASCAL, o que é totalmente outra coisa,”

Entendeu bem, meu prezado?

Segundo a líder do Neocatecumenato o Vaticano II ensinou “outra coisa” do que a Igreja antes ensinara.

Por essas palavras, fica patente que os líderes do Neoatecumenato e seu movimento fazem parte do movimento impulsionado pelos modernistas radicais que pretendem seguir “O espírito do Concílio”, e querem convocar o Vaticano III.

Entendeu bem, meu caro?

Porque, para bem entender, é preciso ter ouvidos que ouçam bem, e olhos que saibam ler…

E, para que os que têm olhos para ver, veja, cito outra frase reveladora do pensamento do Neocatecumenato a respeito do Concílio Vaticano II:

“Hoje, o Concílio Vaticano II explica de uma forma nova o Evangelho. Diz-se, de fato, que a situação do homem sobre a terra não é somente uma situação jurídica de ofensa contra Deus, mas é fundamentalmente uma SITUAÇÃO EXISTENCIAL DE MORTE, isto é, o homem sofre na sua carne, sofre no trabalho, sofre…

“O Concílio Vaticano II faz uma NOVA TEOLOGIA — [AGORA, SENDO DO VATICANO II, A TEOLOGIA VALE] — que nós trazemos. Não se fala mais de REDENÇÃO, mas de MISTÉRIO PASCAL: que é como uma nova primavera” (Carmem, Apostila, cit. p. 123 VI.. O destaque é meu).

Está aí confessado que, para os dirigentes do Neocatecumenato há uma Nova Teologia do Vaticano II que substituiu a noção de Redenção — noção que eles tacham de “jurídica” — por uma nova noção: a de MISTÉRIO PASCAL.

Nessa expressão — MISTÉRIO PASCAL — está a marca da origem dessa nova doutrina modernista: é a doutrina do Padre Louis Bouyer, discípulo preferido do modernista Abbé Lambert Beauduin, que já tivemos a oportunidade de analisar em outro trabalho (http://www.montfort.org.br/cadernos/bouyer.html). Que o Neocatecumenato siga a doutrina modernista de Bouyer — um dos inspiradores da Nova Missa de Paulo VI e do maçon Monsenhor Bugnini — se tem a prova nessa mesma Apostila de Kiko e Carmem: na página 229, quando Carmem trata da catequese da Eucaristia, ela afirma basear-se, para tratar da Eucaristia, nos livros do Padre Bouyer. (cfr. texto Bouyer, em http://www.montfort.org.br/cadernos/bouyer.html )

E da Nova Primavera da Igreja, após o Vaticano II, disse o próprio Paulo VI que ela se transformou numa tempestade, num processo de auto demolição, e na entrada da fumaça de Satanás no Templo de Deus.

De Primavera ista, libera nos domine!

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