1368- O que a Montfort Defende?

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Orlando Fedeli

O que a Montfort Defende?

 

  • Localização: Maceió – AL

Caro professor Orlando Fedelli,

Salve Maria!

É inégavel que o site Montfort* é no mínimo muito curioso, ainda como é inegável a formação intelectual dos que aqui redigem e fazem parte, embora eu discorde de muita coisa que aqui encontro, ainda que entenda e até concorde com certos argumentos aqui expostos.
O senhor alega estar em defesa da fé e da Igreja, mas o que mais se encontra aqui, são “insultos” e julgamentos sobre nossos irmãos de fé que constituem queiramos ou não a Igreja.

Não participo de nenhum grupo da RCC, mas já frequentei acampamentos de evangelização da Canção Nova, já frequentei reuniões de alguns grupos, mas nunca me firmei como carismático, não por questões negativas, mas por ter me identificado com outro carisma. Assumo ainda, que já vivi experiências fortes com momentos de orações em línguas, e já presenciei os dons de sabedoria e ciência onde muitas pessoas já foram norteadas a uma vida cristã, ou até salvas de situações as quais viviam, mas não vem ao caso.
É interessante porque leio aqui intrigas e discussões entre Igreja x Igreja, e são esses os mesmos argumentos quando a discussão se faz entre a Igreja e outras crenças. É interessante a forma como é julgada aqui a RCC como o princípio pra uma série de fatores negativos para a Igreja, assim como os ateus ou protestantes, julgam certa época ou período para julgar toda a história da Igreja Una e Santa.
Por mais que não se deva usar isso como desculpa, eu e você, assim como todos que hoje fazem ou fizeram a Igreja, somos humanos, permissíveis a erros e falhas cujo não se pode culpar toda uma pluralidade por conta de uma minoria ou parcela de erro. Tanto que há em toda a história da Igreja vários embates cabíveis de escândalos e dúvidas, sempre esses realizados por humanos.
Quando leio algumas cartas enviadas por leitores do site, e as respostas do senhor por conta de um fato “isolado”, fico pasmado com a totalidade de culpa que certo movimento recebe por conta de uma parcela de pessoas que de fato erram ou não, por algumas de suas atitudes.

O que mais me intriga aqui é a alegada infalibilidade do concílio Vaticano II por conta da associação. Creio que por mais estudo e formação intelectual que se possa existir em um cristão, não há como diferenciar racionalidade da subjetividade de viver a fé católica. E como Igreja Católica Apostólica Romana, o concílio Vaticano II é verdade de fé, para aqueles que comungam do Cristo ressucitado na hóstia consgrada. Não há como pressupor infalível um CONCÍLIO, e por mais suspeitas que o senhor possa ter encontrado sobre o desenrrolar do mesmo, provavelmente o senhor encontrará em vários outros momentos da Igreja, onde se discutem vários dogmas e princípios da Mesma.

Intrigante quando o senhor comenta sobre Santa Missa. Não há dúvidas que a “Missa de Sempre” é de fato inspirada e dirigida por Jesus Cristo, mas não há como negar que a “Missa atual” (ou seja lá como o senhor denomine-A) constitui, também, a ressurreição de Cristo e Sua grandeza. E o principal, faz com que toda a assembléia participe da Ceia do Senhor, ao contemplar Jesus, que nos fala e nos sustenta. Infelizmente nunca pude presenciar uma missa Tridentina, mas anseio por isso, pois não dúvido de sua Santidade, mas a eucaristia consagrada na Santa Missa é um fato real e não há como haver discórdia.

Dividimos do mesmo pensamento em relação a situações anti-litúrgicas, como as músicas que hoje se encontram em meio as Santa Missas, à algumas formas de adoração ao Santíssimo e situações que nos intrigam em que o Sagrado é olhado de uma forma diferente. Embora não se possa acusar os leigos fiéis de profanação e heresia, quando os mesmos desconhecem as atitudes pecaminosas diante dessas circustâncias.

Enfim, diante de discóridas e concórdias, venho, infelizmente, escrevê-lo – ainda que com muito respeito – como um discordante. Ao lêr algum de seus argumentos, percebo um tom de agressão para alguns sacerdotes, bispos, e leigos, ou seja a Igreja. Acredito e concordo com o Vaticano II, independente da pastoralidade ou não que tenha tido, e são de movimentos pastorais que o mundo precisa. Me lembro de uns dados que aqui encontrei sobre a diminuição de fiéis católicos, salvo engano, na França, e toda a culpa sendo lançada no concílio Vaticano II, e não na globalização, na alienação que o a mídia acarreta, na falta de pastoralidade e das discussões ardentes dentro da própria Igreja. Rezo por que o senhor esteja sempre iluminado pelo Espírito Santo, e que por mais próximo de erros que todos estejamos, o senhor possa, assim como eu e todos cristãos, dinfundir ao mundo a Verdade que se encontra em Cristo Jesus.

Que a tradição não seja confundida com o tradicionalismo.
Que sua indiferença para com o povo de Deus, seja subsituida pela unidade de uma única fé, de um só povo, por um só coração, que vem do alto.

Estaremos sempre unidos, mesmo com as discórdias, pela Santa Eucaristia.

Deus, só.

Nemo dat quod non habet.

——————

Muito prezado, salve Maria.

Você tem razão: ninguém dá o que não tem.

Você pretendeu ter caridade para comigo e me dar ensinamentos sobre o que não conhece.

Nós não somos a Igreja. Somos parte dela e parte menor porque pertencemos à Igreja discente. Só o clero foi constituido por Cristo como Igreja docente.

Também nunca afirmei que o Vaticano II é infalível.

Sempre ensinei o oposto: o Vaticano II foi FALÍVEL.

E a Missa não é inspirada por Deus. Foi feita por Cristo Deus.

E a Missa nunca foi ceia e nem a “constitui, também, a ressurreição de Cristo e Sua grandeza” como vocë bem erradamente escreveu.

Por isso antes de escrever sobre o que não sabe, seria muito bom que você estudasse o catecismo romano (ou de Trento), que estudasse o que é a Missa (leia a Mediator Dei de Pio XII e os textos do Concílio de Trento). Por fim, seria bom que você rezasse pedindo a Nossa Senhora que lhe obtenha de Jesus Cristo a graça da sabedoria e a vitória sobre a presunção.

Deus lhe conceda muitas graças neste Natal.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli

 

*O professor Orlando Fedeli foi presidente da Associação cultural Montfort de 1983 a 2010.

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