1384- Papa e o Apocalipse

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Orlando Fedeli

Papa e o Apocalipse

 

  • Localização: Montes Claros – MG

 

Prezado profº Orlando Fedeli, Salve Maria!

Antes de tudo, gostaria de parabenizá-lo, juntamente com os seus companheiros, pela iniciativa em elaborar o presente site. Gosto especialmente da seção de apologética, porque sou professor de História em pré-vestibulares e tenho muitos alunos protestantes, que quase nunca se conformam com a minha versão dos fatos. Vira e mexe, há um deles achacando-me com alguma dúvida, agredindo-me ou entupindo-me de panfletos proselitistas, por achar-me “bom demais para ser católico”. Por isso, recorro às informações contidas neste site que, a meu ver, são substanciais. Antes de expor a minha dúvida, gostaria de sugerir que fizessem um elenco de temas já respondidos, para evitar repetições desnecessárias. Destarte, muitas pessoas mais, poderiam ser atendidas. Por exemplo: Por que não fazer um elenco de “acusações” a Nossa Senhora com suas devidas defesas? Na minha modesta opinião, refutar caso a caso, seria “dar pérolas aos porcos”, já que a maioria dos consulentes protestantes não está interessada nas respostas mas simplesmente nas perguntas fanáticas com claros objetivos “bélicos”.

Finalmente, para não cansá-lo, eis o meu questionamento: Certa vez, um protestante mostrou-me uma passagem do Apocalipse onde o vidente de Patmos dizia que “eis que o fumo de Satanás atingiu até o trono sagrado”. Segundo meu amigo protestante, o trono sagrado seria a Sé de Pedro e portanto, o papa seria a besta do Apocalipse. O contra-argumento é muito fácil: se o livro santo diz que “o trono é sagrado…”, nada mais é necessário dizer, não é mesmo? Entretanto, vão-se os anos e nunca mais consegui encontrar a tal passagem que foi-me apontada numa bíblia das Edições Loyola. Gostaria de ajuda para localizá-la. Grato desde já!

Nos dois sacratíssimos corações.
——————–

Prezado Professor, salve Maria.

Muito agradeço suas palavras elogiosas, como também a sua sugestão sobre o site, que encaminharei a meu Webmaster, já que nada entendo de informática, e mal sei acessar um site.

Alegrou-me sobremaneira saber que o senhor é professor de História como eu. Seu combate foi o meu combate. Somos irmãos na mesma cruzada. Que Deus o proteja na arena do ensino da História, colocando em sua boca a tocha ardente da verdade.

Jamais esmoreça na defesa da Fé.

Procurei a citação feita pelo protestante sobre a fumaça e o trono sagrado, que ele diz estar no Apocalipse, e não a encontrei. Deve ser deturpação bíblica desses idólatras da Bíblia. Sua resposta, entretanto, foi correta, mesmo que a citação fosse verdadeira.

No apocalipse se diz:

“Vi uma estrela cair do céu sobre a terra, e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Ela abriu o poço do abismo; e subiu uma fumaça do poço, como a fumaça de uma grande fornalha, e escureceu-se o sol, e o ar com a fumaça do poço” (Apoc. IX, 2)

Sabemos que Nosso Senhor prometeu que as portas do inferno não prevalecerão sobre a Igreja ( Mt. XVI, 18) Entretanto, se Deus prometeu a Pedro, enquanto Papa, que jamais permitiria que o inferno dominasse o papado e a Igreja, nós lemos, no próprio Evangelho, que Simão, traiu a Cristo três vezes (Mt. XXVI, 69-75).

O Papa, enquanto Papa, é infalível, mas, enquanto homem, ele continua pecável. Desse modo, um Papa pode cometer pecados pessoalmente, e até o pecado de negar a Cristo, como aconteceu com Simão Pedro. Infalibilidade não quer dizer impecabilidade. E nem todos os Papas foram santos, infelizmente.

Repare que no texto do apocalipse, que citei acima, se diz que “uma estrela caiu do céu”.

A Estrela era o meio que, naquele tempo de São João, tinham os marinheiros, para se guiarem no mar. Por isso, a estrela é símbolo de guia. Daí os Bispos serem chamados de estrelas, na Escritura.

Quando o Apocalipse diz que “uma estrela caiu do céu sobre a terra” significa que um Bispo caiu do céu da Igreja. E caiu na terra, isto é, deixou o mundo sobrenatural da Igreja para cair no naturalismo.

Extremamente curioso é que o Apocalipse diga, logo depois, que a esse Bispo que caiu na terra foram dadas as chaves do poço do Abismo. Ora, as chaves são as de São Pedro. O texto do apocalipse, então — salvo melhor e mais autorizada interpretação — parece indicar que, um dia, será eleito Papa, um Bispo herege. Essa será uma eleição inválida, pois para ser Papa uma das condições é a de que o eleito seja católico. Será então um falso Papa, que em vez de fechar as portas do inferno, as abrirá.

O resultado da ação desse anti-Papa será que, abertas as portas do inferno, de lá de dentro sairá uma fumaça que obscurecerá o sol.

Ora, na Sagrada Escritura, o sol representa a Igreja, a verdade. Então, nesse tempo, a Igreja perderá seu resplendor, e a verdade católica não será claramente ensinada. Se o senhor ler meu artigo sobre o Terceiro segredo de Fátima, verá que nesse artigo, mostro como o fenômeno miraculoso em Fátima, do chamado milagre do sol se relaciona bem com isso. No milagre do sol em Fátima, o sol — símbolo da Igreja — caia, em zig-zag, em direção à terra…

Conforme o apocalipse, parece que um falso Papa apresentará o Anticristo como se fosse Cristo. Tanto que no apocalipse está escrito:

“Depois, vi outra besta que subia da terra e que tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro, mas que falava como um dragão” (Apoc. XIII, 11).

O Cordeiro é Cristo. Ter chifres semelhantes aos do cordeiro indica alguém que se apresenta como tendo poderes semelhantes aos de Cristo. Portanto, poderes não iguais aos de Cristo. O que indica um falso Papa, já que o papa tem os poderes dados por Cristo. E a voz desse falso Papa será a do dragão, isto é a voz do diabo e da mentira.

Esse falso Papa apresentará o Anticristo como sendo Cristo que voltou à terra, quando Nosso Senhor disse que voltaria só no fim dos tempos, para julgar os vivos e os mortos, e não para reinar na terra.

Portanto, erram os protestantes ao dizer que Roma é a besta do apocalipse, confundindo o Papa com um Antipapa como já houve vários, na História.

Devemos então manter firme nossa Fé na infalibilidade do Papa e na indefectibilidade da Igreja Católica à qual Cristo prometeu que jamais as portas do inferno prevaleceriam sobre ela.

Viva o Papa!

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli.

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