Orlando Fedeli
Raiva e Sofisma em Defesa do Concilio Vaticano II
- Localização: Curitiba – PR
Caro Orlando fedeli
O senhor se estivesse no tempo da contra-reforma do concilio de Trento ja estaria respondendo junto ao tribunal do santo oficio por suas graves acusações ao concilio vaticano II. Com que autoridade um leigo se acha no direito de dizer o que é certo e o que é errado e principalmente de julgar um concilio onde toda a Igreja se reune no intuito de identificar quais são as diretrizes para a construção do reino de deus????
Acaso é senhor mais inteligente e astuto que o ministros colocados por deus????
Decerto que não.
Como o senhor bem disse o concilio não tem carater infalivel mas, não cabe ao senhor julgar se ele é valido ou não mas sim o magistério da igreja instituido pelo primado de pedro, ou seja pelo própio Cristo.
Atitudes como a sua não são melhores que de Lutero, Calvino e outros cujo o maior pecado é a desobediencia a autoridade da igreja de Cristo.
Cismaticos como o senhor deviam ser excomungados devido a periculosidade para a manutenção da fé cristã e da unidade do projeto de construção do reino de deus.
Gostaria então que o senhor me dissese com toda sinceridade se é católico ou não???
Pois se for o senhor deve rever toda a sua postura pois sem obdiencia e submissão não existe Igreja.
Essa é minha pergunta.
Obrigado pela atenção
Fique com Deus.
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Muito prezado,
Salve Maria.
Que bom!
Afinal encontrei um católico que desejaria que houvesse Inquisição, ou pelo menos o Santo Ofício.
Pena, então, que os Papas do Concílio Vaticano II acabaram com o Santo Ofício!
Esse é um segundo ponto em que estamos de acordo.
Se existisse hoje a Inquisição ou o santo Ofício, eu aceitaria submeter-me docilmente a seu juízo.
E que trabalho teria hoje a Inquisição!
Já pensou?
Mas, lamentavelmente, o Vaticano II foi contra excomunhões, e acabou com o Santo Ofício…
O Vaticano II preferiu o diálogo com os hereges.
Meu caro, você não está seguindo bem o Vaticano II ao desejar me excomungar.
Você deveria dialogar comigo.
“Só o amor constrói”.
Não é esse um slogan dos seguidores do Concílio Vaticano II?
Você me dá outra razão de alegria: reconhece que o Vaticano II não é infalível.
“Como o senhor bem disse o concilio não tem caráter infalível mas, não cabe ao senhor julgar se ele é valido ou não mas sim o magistério da igreja instituído pelo primado de Pedro, ou seja pelo próprio Cristo”.
Alleluia!! Hosana nas alturas! …E paz na terra aos que têm boa vontade!
Já que você concorda lealmente comigo em vários pontos, quero responder a um argumento manquitola que você usa contra mim.
Você me acusa de negar a validade do Vaticano II.
Protesto!!!
Sempre disse que o Concílio Vaticano II é válido.
Ele foi convocado validamente por João XXIII. Foi depois validamente reconvocado por Paulo VI, que o encerrou com as devidas fórmulas canônicas.
Logo, o Vaticano II foi um Concílio válido.
Mas, você e eu reconhecemos que ele não foi infalível!
Que bom!!!
Estamos de acordo nisso. Porque nem todo Concílio válido é infalível.
E mesmo nos concílios ecumênicos infalíveis, só têm a nota da infalibilidade as proposições que o Papa declarar expressamente como tais.
Dizer que um Concílio válido deve ser aceito como infalível e dogmático é um sofisma muito rasteiro, que pode alegrar um professor inteligente como o Professor Felipe de Aquino da Canção Nova.
Ele fica alegre por tão pouco…E por pouco tempo…
Só quem está cego de ódio pode recorrer a sofismas desse jaez.
E não me tenho como mais inteligente que outros.
Coitado de mim: estou ficando velho, e a memória já se me vai apagando…E o raciocínio… Vai lá se saber até quando durará.
Mas, por enquanto, ele ainda dá para responder a seu sofisma.
E não sou astuto. A astúcia não é lá muito virtuosa. Astutos fazem sofismas para enganar ineptos. Isso não é leal.
Graças a Deus, não quero ser astuto. Que Deus me dê prudência que é bem melhor que a astúcia.
Depois, caridosamente você me deseja a excomunhão:
“Cismaticos como o senhor deviam ser excomungados devido a periculosidade para a manutenção da fé cristã e da unidade do projeto de construção do reino de deus”.
Você está brabo mesmo!
Curioso que o Papa Bento XVI não está tão brabo como você. Ele está recebendo Dom Fellay — que é um contestador do Vaticano II bem mais importante e com mais força e poder que eu, — e consta que vai levantar a excomunhão de Dom Lefebvre e de Dom Mayer como nulas ou injustas. E o Cardeal Castrillón Hoyos declarou que os lefrevistas não são nem hereges e nem cismáticos, apesar de eles se oporem a Nova Missa e ao Vaticano II.
Aliás Dom Lefebvre e Dom Mayer nunca foram excomungados por combaterem vigorosamente os erros do Vaticano II.
Como é que você explica isso?
Será que você é mais inteligente que o Papa Bento XVI? Ou só é mais brabo? Será que você sabe melhor do que ele quem merece ser excomungado?
Finalmente, me vem você com um jorro de ofensas:
“Atitudes como a sua não são melhores que de Lutero, Calvino e outros cujo o maior pecado é a desobediência a autoridade da igreja de Cristo”.
Você me julga tão mau quanto Lutero, Calvino e outros…
E me acusa de pecar contra a autoridade da Igreja de Cristo.
Se você considera que Lutero e Calvino foram maus, como aceita que o Vaticano II mande dialogar com luteranos e calvinistas e os elogie por sua “devoção” à Bíblia?
Se sou tão rebelde contra a Igreja como Lutero e Calvino, como me pergunta você, com a solenidade de Caifás a Cristo, se sou católico?
“Gostaria então que o senhor me dissese com toda sinceridade se é católico ou não???”
Sim. Tu o disseste. Sou Católico Apostólico Romano, graças a Deus
E você encerra sua carta, não com chave de ouro, mas com um absurdo, dizendo-me :
“sem obdiencia e submissão não existe Igreja”.
Ainda que eu e você tivéssemos a desgraça de ser desobedientes e insubmissos, a Igreja continuaria a existir.
A existência dela não depende de nossas virtudes e nem de nossos pecados.
Que bobagem! A raiva o perturbou,
Que Deus o ilumine, e lhe dê mais mansidão e mais juízo.
É o que lhe deseja este velho professor, bem pouco astuto, e que só quer servir a Deus, à Igreja, servindo a você também in Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli