1532- Uso da Batina

Data

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no email
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no email
Compartilhar no whatsapp
image_pdfConverter em PDFimage_printPreparar para impressão

Orlando Fedeli

Uso da Batina

 

  • Localização: Itumbiara – GO, Brasil

Primeiramente quero elogiar o site de vocês que ficaram muito bom.

Mas quero saber por que os bispos estão proibindo nos seminarista de usarem o clergyman e a batina sendo que seria o nosso paramento

——————

Muito prezado,
Salve Maria!

Muito obrigado por suas palavras de elogio ao site Montfort*. Peço-lhe que reze para que Deus nos dê força e fidelidade para prosseguirmos nessa batalha.
Sobre o uso da batina, devo dizer-lhe que bispos a proibirem, é equivalente a generais proibirem seus soldados de usarem farda.
Um exército sem farda se transforma em horda.
Padres sem batina, continuam padres, porque o caráter sacerdotal jamais se apaga em suas almas, nem mesmo no inferno.
Entretanto, padre sem batina, vestido como um leigo qualquer, tende a se nivelar, a levar uma vida de modo puramente natural, como todo o mundo, e a fazer esquecer o seu caráter sagrado. Pior, tende a passar a agir de modo igualitário, ele que tem a marca indelével de sacerdote em sua alma.
Um padre não é um homem como todo o mundo. É um ministro de Deus Altíssimo.
A batina não faz o padre, mas ajuda imensamente o padre a portar-se como padre, diferentemente de todo o mundo
Prova do efeito mau, do não uso da batina, nos padres, foi o elevadíssimo número de padres que “largaram a batina”, isto é, apostataram, depois do Vaticano II.
Deixar de usar a batina, evidentemente, não é apostasia.
Mas a expressão “largar a batina” sempre significou apostatar.
O meu vigário em São Paulo era um padre de boa intenção. Usava sempre a batina, que lhe dava um aspecto muito respeitável. Isso foi a décadas.
Mas depois do Vaticano II…
Um dia, eu o vi na rua, sem a batina. Ele era baixinho e feio, e sem batina ficava com aspecto de um desempregado deselegante, e arrastando os pés. A batina lhe dava solenidade, dignidade e respeito. Sem batina, ele era um qualquer, na multidão.
Envergonhado, ele me explicou que, quando devia ir à Cúria, ia sem batina, porque alguns padres o ameaçaram tirar-lhe a batina à força, e rasgá-la.
Diziam-lhe: “Se você vier de batina, vamos lhe fazer um strip tease”.
Palavras de vigário…
Não sendo muito valente, infelizmente, ele passou a usar batina só quando estava na Igreja paroquial, num bairro de São Paulo. Foi aderindo pouco a pouco às novidades. Foi por causa dele que compreendi que um padre simplesmente conservador é aquele que fará, depois de amanhã, o que os padres moderninhos fizeram anteontem.
Quando entrou o péssimo costume de deixar a batina, começaram a usar o protestantoso clergyman americano. Que durou pouco.
Toda medida intermediária dura pouco.
Logo, o clergyman encolarinhado foi substituído pela camisa esportiva. Depois veio a bermuda e até o calção de banho.
Tive um amigo que, indo pedir a um padre, que desse uma bênção num automóvel que comprara, o padre veio atendê-lo — com imensa má vontade — de calção de banho. Era domingo à tarde, e o padre assistia a uma partida de futebol. Lá deu ele a bênção com o hissope e calção de banho…
Doutra vez fui com um velho capuchinho de batina, corda à cintura, e barba tradicional a um convento rico de frades modernos, – como costumam ser ricos os conventos de frades que desposaram a pobreza. Com TV nos quartos. – Lá veio um homem com camisa esportiva e um texto escrito na camisa: “Gay plaisour”.
Era um capuchinho moderno e moderninho.
O capuchinho de barbas e corda era saudado por todos, na rua. O de camisa esportiva… Ninguém o considerava.
Como eram belos os paramentos e as batinas eclesiásticas!
Que saudades de padres que pareciam padres por fora … e por dentro.
Principalmente por dentro. E quando alguém tem algo por dentro, sempre se reflete por fora.
Por exemplo, na batina.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli

*O professor Orlando Fedeli foi presidente da Associação cultural Montfort de 1983 a 2010.

image_pdfConverter em PDFimage_printPreparar para impressão