Orlando Fedeli
Adoração Aos Obeliscos (Baals) / Canonização dos Santos
- Localização: Brasil
Prezado Orlando Fedeli, Em primeiro lugar, tenho que agradecê-lo pelo brilhante trabalho que você realiza em prol do catolicismo. Tenho impresso e lido a maioria dos artigos expostos no site Montfort, que revelam impressionante cultura e a extrema inteligência que Deus depositou em sua pessoa. Escrevo-lhe em função de alguns pedidos de esclarecimentos sobre a nossa Igreja e dúvidas em relação à doutrina e interpretação dos textos sagrados.
A adoração aos obeliscos (baals) era proeminente nos tempos do Antigo Testamento, quando os israelitas desviaram-se da adoração ao único Deus Verdadeiro, e começaram a adorar deuses pagãos, com até mais fervor que os próprios pagãos. Em duas ocasiões diferentes, Deus levantou reis justos que trouxeram o povo de volta à adoração ao Deus Verdadeiro. Nessas duas ocasiões, Deus fez esses reis destruirem totalmente os centros pagãos de adoração, os altares e os obeliscos. Veja: II Reis 10, 23-27: “Em seguida Jeú e Jonadab filho de Recab entraram no templo de Baal, e o rei disse aos devotos de Baal: “Verificai bem se não há aqui entre vós algum cultor do Senhor , e se unicamente há devotos de Baal”. Eles entraram para oferecer sacrifícios e holocaustos. Ora, Jeú tinha postado do lado de fora 80 homens com a ameaça: “Se alguém de vós deixar escapar um dos homens que eu entregar nas vossas mãos, pagará com a vida. Quando Jeú acabou de oferecer o holocausto, ordenou aos guardas e oficiais: “Entrai e massacrai-os! Ninguém deve escapar!”Os guardas e oficiais os passaram ao fio da espada e lançaram fora da cidade. Depois voltaram ao templo de Baal, puseram fogo à estela do templo de Baal e a queimaram. Demoliram a estela e o templo de Baal, transformando-o em latrinas, que existem até hoje.”
Deus ordenou que Jeú quebrasse os obeliscos da adoração a Baal e destruisse todas as outras coisas associadas com essa adoração. Sabemos que os maçons também reverenciam a Baal, e a todos os deuses egípcios nos quais a adoração aos obeliscos estava fundamentada. O obelisco é o maior e o mais comum símbolo fálico no paganismo e várias cidades foram planejadas através de símbolos ocultistas, como Washington por exemplo, onde se vê o maior obelisco do mundo. O obelisco levantado sobre a spina da arena de Nero conservou-se no mesmo lugar até 158, mais ou menos onde hoje se vê a torre do relógio da fachada esquerda da Igreja de São Pedro. Naquele ano, a pedido do papa Sisto V, Domenico Fontana transladou o obelisco para o lugar que ocupa atualmente na Praça de São Pedro. Os satanistas simbolizam mais comumente o ato sexual com o falo no meio da roda das oito etapas para a iluminação. Uma representação desta relação sexual encontra-se na Cidade do Vaticano, na Praça de São Pedro.
Então eu lhe pergunto: essas abominações expostas na Praça de São Pedro correspondem concretamente uma influência gnóstica dentro da Igreja? Isto porque no caso o objeto fálico estaria associado ao culto à fertilidade (baal) em vista da necessidade de reprodução contínua para os espíritos se reencarnarem como ensina a Gnose. Estou enganado? Por favor me explique.
Em segundo lugar, eu lhe pergunto: como a Igreja pode canonizar uma pessoa depois de morta se os julgamentos de Deus são insondáveis? Rm 11, 33: “Como são insondáveis as suas decisões, e como são impenetráveis seus caminhos”. Se a Igreja pode canonizar uma pessoa depois de morta, neste caso ela igualmente poderia afirmar se uma outra alma foi para o inferno, correto?
Por último, gostaria de saber a real interpretação do “espírito mau” de Saul: “O espírito de Javé afastou-se de Saul, e ele começou a ficar agitado por um espírito mau, enviado por Javé” (I Sm 16, 14). Como Deus pode ter enviado um espírito mau a alguém se ele é infinitamente bom? Não teria sido uma permissão de Deus para que Saul ficasse possesso e não o fato de Deus ter enviado um demônio a Saul? Dentro de tudo isso que perguntei, Saul foi perdoado por Deus ou morreu para a condenação eterna? As pessoas más que viveram antes da Lei, como Caim por exemplo, foram para o inferno ou foram perdoadas por Jesus já que não havia a Lei para imputar o pecado? Adão foi perdoado?
Obrigado e fique com Deus!
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Muito prezado, salve Maria.
Suas palavras com relação a mim são extremamente generosas e certamente excessivas. Mas o excesso, vejo que provém de uma admiração e consideração sinceras. Que Deus Nosso Senhor lhe pague e que me dê forças para cumprir com sua Santíssima Vontade.
Você tem razão em tudo o que observa sobre os obeliscos, o culto de Baal e ao culto fálico. Tem razão também com a obsessão maçônica com relação aos obeliscos, que são instalados em tantas cidades.
Quanto ao obelisco da Praça de São Pedro, devo dizer-lhe que, sobre ele, foi colocada uma cruz contendo uma relíquia da verdadeira Cruz de Cristo.
Isto foi feito assim para simbolizar o triunfo do Cristianismo sobre o paganismo. Há mesmo, na base desse obelisco, palavras do exorcismo contra os demônios. O Papa concede indulgência a quem reza para a Cruz Vitoriosa, que está fincada como vitoriosa sobre o obelisco pagão.
Entretanto, como a colocação desse obelisco foi feita no tempo do Renascimento, e conhecendo como o paganismo tinha então se infiltrado na Igreja, e especialmente no Vaticano de Sisto V, dos Médicis, e dos Borgias, não seria de espantar — é até bastante provável — que algum “humanista” pagão tivesse tido a intenção de colocar, na praça de São Pedro, um símbolo pagão e obsceno. Graças a Deus, porém, a colocação da relíquia da Verdadeira Cruz de Cristo no alto do obelisco exorciza esse objeto de qualquer influência maléfica.
Mas, o que se deve cultuar lá é Cruz de Cristo vitoriosa, e jamais o obelisco e, muito menos, o que ele simboliza.
A canonização de um santo feita pela Igreja não contradiz os julgamentos insondáveis de Deus. Tais julgamentos são insondáveis em suas causas. A canonização somente proclama o julgamento que Deus fez de uma alma, mostrando que ela está no céu, por meio dos milagres que realiza após a morte graças ao consentimento de Deus. Canonizando um santo, a Igreja proclama o julgamento de Deus, não analisa e nem pretende demonstrar o porquê desse julgamento divino, que o próprio Deus manifesta através dos milagres que Ele permite que o santo realize, por exemplo, através de suas relíquias, após a sua morte.
A igreja porém não pode afirmar que uma pessoa foi condenada ao inferno, porque o julgamento condenatório de Deus não é reconhecível por nenhum sinal miraculoso. Ademais, é impossível saber se uma alma se converteu no último momento de sua vida. E o número de pessoas que se arrependem e se salvam na última hora deve ser bem maior do que geralmente se pensa, pois a misericórdia de Deus é infinita, e Deus faz tudo para salvar as almas.
Apenas de Judas se sabe que se perdeu, porque Nosso Senhor disse dele que melhor fora que não tivesse nascido.
Você raciocina corretamente ao dizer que Deus, sendo bom, não pode mandar um espírito mau para alguém, senão como castigo permitido por Deus. A causa real da permissão da possessão de Saul foi o pecado pertinaz dele.
Porém, se Saul se salvou ou se perdeu, só Deus sabe disso. Do mesmo modo, só Deus sabe quem se perdeu no Antigo Testamento. Mesmo Caim, não é certa a sua perdição. Mas, é opinião de muitos Santos e Doutores da Igreja que Adão fez penitência, foi perdoado, e se salvou.
Agradecendo mais uma vez, a sua generosidade, me despeço,
in Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli