Orlando Fedeli
Veemência na Defesa da Fé
- Localização: São Paulo – SP – Brasil
Prezado prof. Orlando
A Paz!
Vejo o sr. criticar a RCC com tanta veemência que fico até meio chocado. Não faço parte ativa desse movimento, mas tenho uma certa “quedinha” por alguns aspectos dele. Não que ele seja o ideal para toda a Igreja, pois também percebo os erros que há nele, mas a fraternidade praticada por muitos de seus membro é realmente contagiante. São pessoas boas, sinceras, voltadas a ajudar os mais necessitados e que realmente querem seguir os passos do Divino Mestre, mas talvez não estão encontrando o método correto. Creio que se o sr. continuar atacando com essa ferocidade, pode afastar muitas pessoas da Igreja, pois no mundo atual tudo é tão confuso!
Talvez o sr. precise rever seus métodos, pois acho que está arracando o joio e o trigo ao mesmo tempo! Aproveito também para perguntar ao sr. se seu movimento tem aprovação eclesiástica e qual sua ligação com a hierarquia eclesiástica, como o sr. faz para frequentar a missa, pois pelo que entendi, o sr. acha a liturgia atual errônea (será que entendi bem?) Não seria seu grupo uma outra “TFP”, contra tudo e contra todos? Pergunto isto não para provocar, mas porque estas dúvidas e apreensões me vieram à cabeça e não tenho respostas.
Desde já peço desculpas por minha pobre literatura, pois nem de longe tenho o estudo que o sr. tem.
Fico no aguardo de seus esclarecimentos.
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Prezado,
salve Maria!
Não ataco as pessoas da RCC, como você diz, com “ferocidade”, de modo algum. Mesmo a “veemência” que uso contra os erros da RCC tem sido até medida e proporcionada.
Você mesmo reconhece que há erros na RCC, e os erros religiosos, os erros contra a Fé, impedem que exista a verdadeira caridade.
“Fraternidade”, “solidariedade” não são caridade. Desse modo, o maior bem que se pode fazer a alguém da RCC é alertá-lo para os erros que lá existem. Quanto mais iludida está a pessoa com esses erros, tanto mais veemência se deve usar no alerta.
Você me avisa sobre o meu método. Eu o aprendi no Evangelho, no qual se lê que Jesus, alertava, e atacava os erros –e mesmo as pessoas, veja o caso dos fariseus –com tanto maior força, quanto maior fosse a adesão da pessoa ao erro ou ao pecado, indo o método de Nosso Senhor desde o apelo e a exortação até o chicote, que Ele usou contra os vendilhões do Templo.
Alguém poderia dizer que o método usado por Jesus não foi muito eficiente, pois que, no final, nem os doze apóstolos ficaram com Ele, na hora da Paixâo: Judas o vendeu, Pedro o traiu,vários outros fugiram.
Mas, depois, se viu que o método foi eficientíssimo, pois converteu o mundo.
Não vou lhe falar dos frutos de meu método. Há cinquenta anos o uso, e ele sempre deu certo. Basta que você veja quantas cartas recebe o site Montfort* de agradecimento e de elogio, e quantas conversões já foram obtidas por ele, graças a Deus.
Você me pergunta se a Montfort tem autorização eclesiástica, isto é, se a Montfort é é uma associação religiosa.
A Associação Cultural Montfort é leiga e não eclesiástica.
Já expliquei várias vezes neste site, que, para defender a Fé não é preciso ter autorização eclesiástica. O próprio Vaticano II reconheceu que os leigos católicos tem o dever e o direito de defender a Fé, na medida de suas capacidades, e em seu nome pessoal.
Quando ocorre um incêndio, qualquer pessoa tem o dever de apagar as chamas, sem aguardar a autorização do corpo de bombeiros.
Ademais, como professor católico, tenho o dever de estado de ensinar a verdade e de defender a Igreja.
A Montofort não é tfp e sempre foi contrária a ela.
Claro que não assisto a essas Missas das quais o Papa João Paulo II apontou tantos abusos. Assisto Missa, evidentemente, e como você é de São Paulo, e o convido a assistir Missa, comigo, em vários lugares desta capital. Mande-me seu endereço, e o levarei a Missas sem abusos em várias
igrejas de São Paulo.
E não há do que se desculpar, pois toda a sua carta foi bem respeitosa e conveniente.
In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli
*O professor Orlando Fedeli foi presidente da Associação Cultural Montfort de 1983 a 2010.