A Missa Nova é protestantizante

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Orlando Fedeli

A MISSA NOVA É PROTESTIZANTE

 

Prevenimos aos modernistas que nos lerem – e os há em grande número – que, antes de estrebucharem de raiva contra a Montfort[1] por causa do título acima, saibam que ele não é meu. Quem disse – além de conhecidas autoridades teológicas – que a Missa Nova foi feita por Paulo VI para aproximar a Missa católica da ceia calvinista foi um amigo pessoal e muito querido de Paulo VI, e confesso modernista: Jean Guitton.

Leia-se o que me chegou pela internet:

Jean Guitton e a Missa Paulo VI par Paxi (2009-09-10 13:24:43)

Assim, em 19 de dezembro de 1993, participando de um debate de Lumière 101, a rádio dominical de Radio-Courtoisie, Jean Guitton sustentou que «a intenção de Paulo VI quanto á liturgia, quanto assim chamada vulgarização da Missa, era reformar a liturgia católica de modo fazê-la coincidir o quanto possível com a liturgia protestante… com a Ceia protestante». E mais adiante: “… Eu repito que Paulo VI fez tudo o que estava em seu poder para aproximar a Missa católica – a do Concílio de Trento – da Ceia protestante. Particularmente ajudado por Mons. Bugnini, que nem sempre gozou de sua confiança, nesse ponto”.

Entre os ouvintes da palestra, um Padre protestou, dizendo que “não estava de acordo com Monsieur Guitton quando ele pretendia afirmar que Paulo VI quis aproximar a Missa católica da Ceia calvinista. Parecia-lhe que essa afirmação não se sustentava”.

E Guitton respondeu:

Naturalmente, eu não assisti a Ceia calvinista, mas eu assisti a Missa de Paulo VI. E a Missa de Paulo VI se apresenta principalmente como um banquete, não é? E ela insiste muito sobre o aspecto de participação em uma refeição e muito menos sobre a nós; ao de sacrifício, de sacrifício ritual, face a Deus, a quem o Padre mostra apenas as suas costas. Então, creio não me enganar dizendo que a intenção de Paulo VI e da nova liturgia, que tem o seu nome, é de pedir aos fiéis uma maior participação na Missa, e dar um lugar maior à Sagrada Escritura e um lugar menor a tudo o que na Missa havia, conforme dizem alguns, ‘de mágico’, outros dizem ‘de consagração consubstancial’, – [e se corrigindo] – de transubstancial, e que é a fé católica.

“Dito de outro modo, houve em Paulo VI a intenção ecumênica de mudar – ou, pelo menos, a de corrigir ou atenuar – o que havia de por demais ‘católico’ [sic!], no sentido tradicional, na Missa, e de aproximar a Missa católica – eu repito – da missa calvinista”.

Um dos participantes desse debate, Yves Chiron, autor do livro Paulo VI, o Papa esquartejado, sublinha:

“Foi claramente uma revolução na Igreja” confirmou Jean Guitton.

(Tirado de “SI SI NO NO” № 13 juillet 1994 e de Solidatium 95).

***

E para saber que isso é verdade, basta ver o que acontece por aí, na Missa Nova, e comparar com o que se faz numa ceia protestante. Que isso é verdade, basta se ver também pelos efeitos da Missa Nova: a espantosa diminuição da assistência dessa Missa e o êxodo dos católicos mais simples para as igrejolas protestantes.

Basta ver o número imenso de sacerdotes católicos que abandonou a batina e o sacerdócio, depois do Vaticano II e da Missa Nova.

Basta ver a realização da grande apostasia, que se seguiu a ela.

E chega de abstrusas hermenêuticas modernas fenomenológicas: basta abrir os olhos para se ver a realidade.

Os fatos dispensam hermenêuticas. Pois pelos frutos se conhece a árvore.

Portanto, muitas razões tem o Papa Bento XVI para empreender o retorno da Missa de sempre e para reformar a deforma da Missa feita pelo maçon Monsenhor Bugnini.

E apresso-me a lembrar aos apressadinhos que a Missa Nova, de si, é válida. Mas protestantizante.

São Paulo, 18 de setembro de 2009

Orlando Fedeli

[1] O Prof. Orlando Fedeli fundou, em 1983, a Associação Cultural Montfort, entidade que presidiu até 2010.

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