Covadonga, Fátima, a Parábola do Grão de Mostarda e o Mundo Moderno

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Marcelo Andrade

 

COVADONDA, FÁTIMA, A PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA E O MUNDO MODERNO

“con tu nombre en los labios por ti lucharon.
con tu amor en las almas, por ti vencieron.”

(parte final do hino de Covadonga)

 

O Reino Visigótico, católico, foi quase totalmente destruído no começo do séc. VII. Mouros sedentos de sangue e de poder devastaram terras e impuseram terror e massacres em toda a península Ibérica. Mártires exsurgiram.

Restou, como resistência católica, apenas um minúsculo território no norte do moribundo reino, numa região montanhosa das Astúrias. Era como um grão de mostarda.

Neste diminuto local, havia uma gruta com uma imagem de Nossa Senhora. Era Covadonga.

Lá se abrigaram alguns camponeses, religiosos e nobres. Havia um líder, era Pelayo. Onde mais os católicos assolados pelos inimigos poderiam se refugiar além da Mãe de Deus?

Os mouros, ansiosos por conquistar o único pedaço de terra que faltava, enviaram um bispo traidor – Oppas -, aliado deles, para negociar a rendição. Nunca faltaram bispos traidores ao longo da história.[1]

Este foi um excerto do diálogo entre Oppas e Pelayo:

Oppas: “Os mouros são muito mais poderosos, como poderá detê-los do alto deste monte? Escuta meu conselho, faça um acordo e gozará de muitos bens e da amizade deles”.

Pelayo respondeu: “Não leste na Sagrada Escritura que a Igreja de Cristo chegará a ser como um grão de mostarda e que voltará a crescer pela misericórdia de Deus?”.

Depois do diálogo, Oppas recuou e uma batalha foi anunciada. Pelayo foi desobediente. Às vezes, é preciso confrontar o bispo para agradar a Deus. Hoje em dia, Pelayo teria sido acusado pelo clero de “anticlerical”, de “cismático” etc. Afinal, seria preciso estar em “comunhão com o bispo”, ainda que este seja um herege.

Que palavras proféticas, as de Pelayo!!!

 Em S. Mateus, lemos: “Ele (Cristo) respondeu: Porque a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: ‘Vá daqui para lá’, e ele irá. Nada lhes será impossível.” (Mt 17,20)

Na batalha de Covadonga houve um terremoto que engoliu os mouros, por assim dizer, os montes em volta se moveram contra os inimigos. Pelayo lutou com uma cruz no peito, porque um monge havia lhe dito que com ela ele não ia perder. Os dois pilares da vitória foram Nossa Senhora e a Cruz.

Após quase oito séculos de lutas, os inimigos foram expulsos da Península Ibérica.  No mínimo, a fé dos reis, padres e camponeses na Reconquista, era do tamanho de um grão de mostarda. E ele crescia.

“É como um grão de mostarda, que é a menor semente que se planta na terra. No entanto, uma vez plantado, cresce e se torna uma das maiores plantas.” (Mc 4,31-32).

E mais, bem mais. Ilustres reis ibéricos plantaram árvores que mais tarde foram arrancadas em favor da construção de caravelas, naus e galeões que foram lançados ao mar.

“Ele (Cristo) respondeu: Se vocês tiverem fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderão dizer a esta amoreira: “Arranque-se e plante-se no mar”, e ela lhes obedecerá” (Lc 16,6).

E uma caravela, com uma cruz vermelha estampada nas velas alvas e com uma imagem de Nossa Senhora na proa, está para o mar assim como um grão de mostarda está para a terra.

O grão de mostarda cresceu muito “… com ramos tão grandes que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra” (Mc 4,30-32).

As potências ibéricas, quando eram católicas, construíram reinos tão grandes que sua sombra alcançou lugares tão distantes quanto a Patagônia e o Japão.

O sol nunca se punha para a península Ibérica porque sua fé era tão grande que iluminava todos os mares.

Como uma árvore, os impérios ibéricos tinham galhos enormes “e as aves do céu fizeram ninhos em seus ramos” (Lc 13,19). Como S. Francisco Xavier, verdadeira ave do céu, que no império lusitano, plantou seus ninhos, as milhares de conversões que realizou. Muitos outros missionários, também, fizeram seus ninhos sob o abrigo das potências ibéricas.

Uma fé do tamanho de um grão de mostarda, plantada pelos missionários, num coração de um homem opera milagres. Canibais se tornaram pregadores com a cruz no peito, adoradores de demônios se converteram em devotos de Nossa Senhora. Da pajelança foi-se ao tomismo ensinado em escolas e universidades.

Infelizmente, após longa decadência, a Península Ibérica se corrompeu e a Igreja foi invadida por hereges. Tudo parecia perdido no século XX e ainda parece perdido no começo do século XXI.

Porém, em Fátima, Nossa Senhora prometeu vitória futura, após muitas desgraças, e disse que na Península Ibérica ainda restava a fé.

Talvez uma fé do tamanho de um grão de mostarda. É o que basta.

A situação do nosso tempo é análoga a de Pelayo, só que muito, muito pior. E há muitos bispos traidores.

Os “Oppas modernos” também querem e fazem acordos vergonhosos com os inimigos da fé e também tentam convencer os bons católicos a se render para o mundo.

Honrarias e riquezas são oferecidas para os que renegam a fé, é dito que o mundo é muito mais forte, que não adianta lutar.

Ora, estes bispos traidores e seus aliados são ridículos.

Acaso não leram a parábola do grão de mostarda?

Nossa Senhora de Covadonga e de Fátima, rogai por nós.

_______

Marcelo Andrade, 17 de fevereiro de 2012

[1] Exemplos: Judas, Donato de Casae Nigra, Jansênio, bispos franceses que juraram a constituição do clero, bispos traidores da Inglaterra na época de São João Fisher,  bispos comunistas etc.

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