Data: 15-Jan-2019
De: Edgar
Cidade: Caruaru
Assunto: O conceito de inferno para as Testemunhas de Jeová
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Olá, Irmãos! Salve Maria!
eu tenho amigos TJs, um estudou comigo na escola e ainda estudará comigo no Ensino Superior.
Ele me disse que para as TJs, o Inferno, como nós entendemos, não existe.
a palavra grega usada é “hades” que significa morte, sepultura, inferior,submundo,etc,
seria ela uma equivalente ao “sheol” em hebraico, que é usada não para o “nosso Inferno”, mas para a região dos mortos.
para eles, as almas “condenadas” simplesmente deixam de existir.
EX: em Mateus 16,18 a palavra em grego é hades, então aqui se referia ao inferno, lugar de punição eterna ou o limbo?
estou um pouco confuso nessa questão. como posso refuta-los e provar biblicamente e etimológicamente que o Inferno existe e é um lugar de condenação eterna?
Obrigado pela Atenção.
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Resposta
Muito prezado Edgar, Salve Maria
Percebe-se pelos seus questionamentos como é prejudicial a livre interpretação da sagrada escritura. Esse princípio funesto só conduziu os homens a se dividirem cada vez mais, cada um arvorando-se como infalível intérprete dos sagrados textos, mas sem nunca aceitar a Verdade que realmente Deus quer nos dizer.
Vou usar algumas citações de um livro de dom Boaventura Kloppenburg, que foi um bispo católico famoso pelo seu combate contra os erros, principalmente contra a heresia espírita, que estava crescendo naquele tempo, para esclarecer-lhe sobre a doutrina católica do inferno. Ele nos dá muitas provas da existência do inferno e da eternidade das penas.
Veja o que o bispo diz a respeito da doutrina católica sobre o inferno:
“É verdade que a Igreja sempre ensinou e continua a pregar e sempre há de anunciar aos homens os futuros castigos do inferno. Trata-se indubitavelmente de uma verdade de fé, de um verdadeiro dogma. … A existência do inferno consta da própria Sagrada Escritura e foi, portanto, revelada por Deus.” (Kloppenburg, dom Boaventura. Material para instruções sobre a heresia espírita – segundo ciclo, II Edição, 1954, Editora Vozes. pg. 61)
“O profeta Daniel fala do fim do mundo e diz: “E a multidão dos que dormem no pó da terra acordarão uns para a vida eterna e outros para o opróbrio que terão sempre diante dos olhos” (Daniel 12, 2).” (Kloppenburg, dom Boaventura. Material para instruções sobre a heresia espírita – segundo ciclo, II Edição, 1954, Editora Vozes. pg. 62, o negrito é meu). Aqui o Profeta Daniel deixa claro a doutrina de um lugar de condenação para os maus, e além disso afirma a eternidade desse castigo e também a ressurreição dos mortos, que é outra verdade negada pelos TJ´s.
“Cristo Nosso Senhor, não podia usar de palavras mais claras para nos ensinar a existência do inferno. Quase em cada sermão que fazia, Jesus apontava para os tremendos castigos depois da morte. Eis aí apenas indicações de textos, que deveriam ser lidos e meditados um por um no próprio contexto:
Quem blasfemar contra o Espírito Santo, “não será perdoado eternamente, mas será réu de pecado eterno” (São Marcos 3, 29);
Quem pecar contra a castidade, “será lançado no inferno” (são Mateus 5, 29);
Quem se irar contra o seu irmão, “será réu do fogo do inferno” (são Mateus 5, 22);
Quem der escândalo, “irá para o inferno, para o fogo inextinguível, onde o verme não morre, nem o fogo se apaga” (são Marcos 9, 43-48);
Os maus “serão lançados na fornalha do fogo; aí haverá choro e ranger de dentes” (são Mateus 13, 50);
O servo inútil “será lançado às trevas de fora; aí haverá choro e ranger de dentes” (são Mateus 25, 30);
Os que rejeitam a fé “serão lançados nas trevas de fora; aí haverá choro e ranger de dentes” (são Mateus 8, 12) (esse é bem o caso dos TJ’s e dos espíritas);
Os que no juízo final estiverem à esquerda do Juiz, ouvirão a tremenda sentença: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado ao demônio e seus companheiros” (São Mateus 25, 41) “E – Acrescenta Nosso Senhor – irão estes para o suplício eterno; os justos, porém, para a vida eterna” (São Mateus 25, 45); (Kloppenburg, dom Boaventura. Material para instruções sobre a heresia espírita – segundo ciclo, II Edição, 1954, Editora Vozes. pg. 62-63, os negritos são meus).
Você vê bem, meu caro Edgar, por essas citações, que é dogma da Igreja e verdade de fé a questão da existência do inferno. E que a condenação e os castigos serão eternos, não terão fim, pois a nossa alma é imortal.
Contrariando o que dizem as Testemunhas de Jeová, a respeito da incorruptibilidade (imortalidade) da alma, ensina santo Tomás de Aquino:
“Quando se diz que o homem e os animais têm o princípio de geração semelhante, isso é verdade quanto ao corpo, pois, todos os animais foram feitos da terra, semelhantemente. Não, porém, quanto à alma; pois ao passo que a alma dos animais é produzida por uma virtude corpórea, a alma humana é criada por Deus. E para o exprimir, a Escritura (Gn 1, 24) diz dos outros animais: “Produza a terra animais viventes”. Mas do homem (Gn 2, 7): “Inspirou no seu rosto um assopro de vida”. (Suma Teológica, Ia Pars, Questão 75, Art. 6, Resposta a 1 objeção).
O que as Testemunhas de Jeová querem é nos igualar aos animais, que não possuem alma intelectiva, mas possuem alma corruptível que termina com a morte do corpo. O homem tem uma alma criada por Deus que é a forma substancial do seu ser e que vive mesmo após a separação dela com o corpo corruptível. Outra prova da imortalidade da alma é a ressurreição de Nosso Senhor, pois se a alma fosse destruída com a morte do corpo, como poderia ter ressuscitado Nosso Senhor Jesus se já não havia a alma dele?
Aliás essa é outra verdade de fé que é negada pelos Testemunhas de Jeová. A negação de uma verdade de fé acarreta a negação de toda a Verdade e com isso perde-se a fé, meu caro Edgar. Pois a Verdade é íntegra, como já disse Santo Atanásio no seu Credo Quicumque, concordando totalmente com o que disse Nosso Senhor no Evangelho: “Aquele que quer se salvar deve professar a fé católica, e aquele que não a professar, integral e indivisivelmente, perecerá sem dúvida por toda a eternidade”.
Espero ter esclarecido seu questionamento, escreva sempre que quiser. Peço que reze por este apostolado.
Mater Puríssima, ora pro nobis.
Marcelo Matos