1227- Igreja e a Pena de Morte

Data

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no email
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no email
Compartilhar no whatsapp
image_pdfConverter em PDFimage_printPreparar para impressão

Orlando Fedeli

Igreja e a Pena de Morte

 

  • Localização: Monte Santo de Minas – MG

Schwarzenegger não escuta pedido de clemência da Igreja por Stanley Tookie Williams

WASHINGTON, quarta-feira, 14 de dezembro de 2005 (ZENIT.org).- O governador do Estado da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, não escutou o pedido apresentado por bispos católicos para que concedesse clemência a Stanley Tookie Williams, proposto para o Prêmio Nobel da Paz e de Literatura.

Williams, de 51 anos, perdeu a vida na prisão de San Quintín, na Califórnia, com uma injeção, após esta segunda-feira o antigo ator negar comutar-lhe a pena capital por prisão perpétua. Havia passado 24 anos no corredor da morte. Menos de seis horas antes da hora fatídica, a Corte Suprema dos Estados Unidos havia rejeitado um recurso que poderia prorrogar seus dias.

Havia pedido a clemência a Schwarzenegger, entre outros, Dom Stephen Blaire, bispo de Stockton e presidente da Conferência de Bispos Católicos da Califórnia.

Em um comunicado, os bispos do Estado qualificam a pena de morte como um «assassinato sancionado pelo Estado».

A mobilização dos prelados californianos recebeu o apoio da Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos, através de uma carta enviada ao próprio Schwarzenegger por Dom Nicholas DiMarzio, bispo de Brooklyn.

A execução foi condenada esta terça-feira pelo cardeal Renato R. Martino, presidente do Conselho Pontifício «Justiça e Paz», em uma coletiva de imprensa celebrada no Vaticano para apresentar a mensagem de Bento XVI por ocasião da Jornada Mundial da Paz.

Co-fundador em 1971 do grupo dos «Crips», declarou-se inocente dos assassinatos pelos quais foi condenado à morte.

Escreveu nove livros para crianças nos quais os incita a evitar as gangues e o crime, e trabalhou para promover a não-violência. Foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz cinco vezes e uma ao de Literatura.

Williams, acusado do assassinato de quatro pessoas em 1976, converteu-se em um símbolo midiático da oposição contra a pena de morte.
ZP05121407

—-

Caríssimos irmãos da Associação Montfort,

assim que li o artigo de Macelo Andrade que discorre sobre a legitimidade da pena de morte, concordei com quase todos os argumentos do autor. Porém, o artigo acima mostra que alguns bispos americanos tem uma posição diferente do professor Orlando e seus colegas quando o assunto é a pena capital. Sendo assim, tenho minhas dúvidas quanto a afirmação de que a doutrina católica sempre apoiou a máxima punição aos criminosos. Gostaria de saber em que documento, ou onde a Igreja diz que é a favor da pena de morte, porque os bispos citados na reportagem parece que não o são. Sei que, provavelmente, quem responder a esta carta vai dizer que os bispos americanos não são a Igreja em seu todo. Sei também que, provavelmente, vocês vão usar Apoc. XIII, 10 e MtXXVI, 52 para argumentar. Mas atento para o fato de que essas citações, no seu contexto, podem não ter o sentido que vocês tentam dar a elas.
Aliás, devo confessar que após ter lido o artigo de Macelo Andrade estava perfeitamente convecido da legitimidade da pena de morte e da posição unânime da Igreja quanto a isso. Mas depois de ler essa reportagem da Zenit fiquei confuso de novo, e espero que vocês comprovem, sem citações bíblicas que podem ter vários sentidos, que a doutrina da Igreja sempre defendeu a pena capital.

Que a Paz de Cristo esteja com vocês e o Espírito Santo sempre os ilumine na missão!

—————–

Muito prezado,
salve Maria!

A doutrina católica se fundamenta no que Deus revelou, e na lei natural feita por Deus. Por isso, a Igreja sempre defendeu e sempre aprovou a pena de morte. Até o Novo Catecismo da Igreja Católica, promulgado após o Concílio Vaticano II afirma que a pena de morte é legítima.
Você afirma que compreendeu nossa argumentação e nos pede que não citemos textos bíblicos que é uma das fontes da doutrina católica (a outra é a Tradição) e fica em dúvida porque os Bispos americanos se posicionaram contra a pena de morte. A solução é fácil: esses Bispos estão contra o que a Igreja sempre ensinou.
Meu caro, um Bispo pode ser até herege.
Nestório era Arcebispo. Jansênio era Bispo. E os dois foram hereges.
Não é porque um Bispo defende uma questão que ela se torna verdadeira. Um Bispo pode errar. Exemplo: aqui no Brasil Dom Tomás Balduíno defende que se podem invadir terras alheias mesmo que sejam produtivas. E ainda há pouco tempo um Bispo fez greve de fome – o que é contra a moral e a doutrina católica – e foi repreendido pelo Vaticano. Bispo não é nem infalível e nem impecável.
Um forte abraço.

In Corde Jesu, semper,
Orlando Fedeli

*O professor Orlando Fedeli foi presidente da Associação cultural Montfort de 1983 a 2010.

image_pdfConverter em PDFimage_printPreparar para impressão